Projeto de Pesquisa registrado no CNPq cujo objetivo é reunir pesquisadores latino-americanos, com metodologia interdisciplinar, por meio de pesquisas, seminários e publicações em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade. Este projeto (2015-18) é coordenado pelo Prof. Dr. Dimas Floriani, responsável pela linha de Pesquisa em Epistemologia e Sociologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR e inserido na Rede Internacional CASLA-CEPIAL Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos (Coordenação Geral de Casa Latino-Americana - CASLA). Clique para acessar o projeto.


ESTAMOS INICIANDO UMA NOVA CAMINHADA EM 2019. Registramos novo projeto de pesquisa no CNPq (2019-2021), com o título de:
CONFLITOS DO SOCIOAMBIENTALISMO DESDE AS MARGENS: as intermitências do desenvolvimento e da democracia na América Latina.
Estamos associando ao projeto o(a)s doutorando(a)s da Linha de Epistemologia Ambiental do PPGMADE (UFPR).



sábado, 11 de julho de 2015

Memória n. 8 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (27.5.2015)

Minuta de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 27 de maio de 2015, nominalmente das 14h às 16h, nas dependências da Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Profª Maria do Rosário Knechtel, Maria Fernanda Cherem, David Fadul, Guilherme Silva e José Thomaz. 1. Informes. O Prof. Dimas informou sobre evento ocorrido no litoral paranaense, que contou com presença do Prof. Dr. Alfredo Wagner, que trabalha com a ideia de ressignificação da territorialidade, em conformidade com uma reivindicação de que os sujeitos possam definir sua própria cartografia, e do Prof. Dr. Jorge Montenegro, da UFPR (Setor de Ciências da Terra, Departamento de Geografia), que atua, entre outros, nos temas cartografia social, povos e comunidades tradicionais e conflitos pela terra e pelo território; além de doutorandos e de outros pesquisadores. 2. Atividade referente a livro de D. Martuccelli. Prof. Dimas teceu comentários sobre o livro de Danilo Martuccelli intitulado ¿Existen individuos en el Sur? (Santiago de Chile: LOM). A ideia inicial era iniciar um debate entre os presentes sobre o conteúdo das duas primeiras partes do livro; mas esse debate ficou postergado tendo em vista que a Profª Lúcia Helena informou não haver lido o texto por problema relacionado ao modo de disposição das páginas na tela do computador. Prof. Dimas comentou que teorias contêm dispositivos que geram expectativas sobre o que deve acontecer; contêm valores explícitos ou implícitos que dificultam, se não mesmo impedem, o reconhecimento de alguma concepção relativa de neutralidade da ciência. Lembrou da contribuição de Celso Furtado no contexto das propostas de desenvolvimento que, em comparação com a ideia de tendência a uniformização dos processos de desenvolvimento, contemplam mais adequadamente a realidade latino-americana. Mencionou também o problema de construir narrativas que formam imagens do Outro, com destaque para a teoria pós-colonial, que consegue amplitude transcontinental ao abranger regiões da África, da América e da Ásia. Fez referência a José Bengoa, historiador e antropólogo chileno estudioso das história e sociedade mapuches, com destaque para a reemergência indígena e o surgimento de novas categorias de análise; e a Aníbal Quijano, sociólogo peruano conhecido pelo conceito de colonialidade do poder, conceito que se relaciona com a ideia de colonialidade do saber; pensadores cujas concepções diferem fortemente, por exemplo privilegiado, do modelo dos estágios de crescimento de Rostow, proposto pelo economista norte‑americano Walt Whitman Rostow. Profª Lúcia Helena mencionou uma crítica, creditada ao frade dominicano Frei Betto, de que o recente aumento dos bens para a classe média brasileira privilegiou bens de consumo e não bens sociais. Prof. Dimas destacou a importância de, nos discursos, caracterizar os pontos de vista: por exemplo, de que capitalismo se esteja a falar; e de que ponto de vista se fala de modernidade. E citou brevemente os nomes de Nestor García Canclini, filósofo e antropólogo argentino que reside no México, e Daniel Mato, antropólogo venezuelano e doutor em ciências sociais. Profª Maria do Rosário menciona que, em países nórdicos, todos têm ensino médio, e que aquelas sociedades conseguiram implementar a social-democracia. Prof. Dimas fez breve leitura de um trecho do mencionado livro de Martuccelli (de parte da p. 107 até parte da p. 108), referente a diferentes processos de individuação. Fez menção também às duas opções apresentadas pelo economista alemão Albert Otto Hirschmann diante da insatisfação de um membro em uma organização: “exit”, ou seja, romper relação; ou “voice”, isto é, tentar repará-la ou melhorá-la, valendo-se, para tanto, de processos comunicativos (neste caso, contando bastante a lealdade pelo grupo). Fez breve menção ao assédio cultural, que, por divulgar uma ideia de uniformização de hábitos e de costumes, pode dificultar a compreensão de que os padrões em diferentes sociedades não são, por vezes, os mesmos. Citou, na qualidade de estados formados por diferentes etnias, Equador e Bolívia; e mencionou a importância de pensar em como seria uma democracia diferente, não delegadora, molecular (lembrando, pelo termo, o intelectual francês Félix Guattari). E destacou uma tese, creditada a Martuccelli, de que a democratização está na sociedade e não no Estado; e indagou sobre o que seria uma democracia tutelada. Thomaz comentou que, a seu ver, existe um problema com a democracia aplicada aos processos de escolha coletiva, em especial em contextos de interesse público: uma vez que o que se decide, por meio do voto, é de interesse coletivo e público, cada cidadão deveria votar na proposta que, na visão desse cidadão, conduz a maior benefício coletivo público; entretanto, parece que a racionalidade que permeia esses processos de escolha por vezes pauta-se mais pela visão, e correspondente motivação, que o votante tem enquanto indivíduo, ou enquanto partícipe de grupos menores, do que por sua qualidade de membro da sociedade. Prof. Dimas disse que essa observação remete ao problema da educação cívica: e exemplificou com o caso de um sujeito que, ao colidir seu carro com outro, havendo produção de dano, se ninguém o interpelar em razão da colisão, provavelmente deixará o local sem procurar reparar o dano causado. 3. Comunicações e encaminhamentos finais. Prof. Dimas fez menção a atividades programadas para o Grupo de Pesquisa, entre elas uma palestra com Prof. Dr. Nicolas Floriani, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Departamento de Geografia), e uma discussão, agendada para o próximo dia 10 de junho (uma quarta-feira), sobre o texto “Hacia un Pensamiento Socioambiental: aproximaciones epistemológicas, sociológicas y metodológicas”, produzido em coautoria pelos Profs. Dimas Floriani e Nelson Vergara Muñoz, este do Centro de Estudios del Desarrollo Local y Regional (CEDER), Universidad de Los Lagos (Chile). Prof. Dimas fez menção também ao Programa ATLAS (acrônimo para Análisis Territorial Local Aplicado y Sustentabilidad), Programa de Investigación Interdisciplinaria en Complejidad Territorial y Sustentabilidad, vinculado à Universidad de Los Lagos (Departamento de Ciencias Sociales). Curitiba, 2 de junho de 2015. …...............

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