Projeto de Pesquisa registrado no CNPq cujo objetivo é reunir pesquisadores latino-americanos, com metodologia interdisciplinar, por meio de pesquisas, seminários e publicações em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade. Este projeto (2015-18) é coordenado pelo Prof. Dr. Dimas Floriani, responsável pela linha de Pesquisa em Epistemologia e Sociologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR e inserido na Rede Internacional CASLA-CEPIAL Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos (Coordenação Geral de Casa Latino-Americana - CASLA). Clique para acessar o projeto.


ESTAMOS INICIANDO UMA NOVA CAMINHADA EM 2019. Registramos novo projeto de pesquisa no CNPq (2019-2021), com o título de:
CONFLITOS DO SOCIOAMBIENTALISMO DESDE AS MARGENS: as intermitências do desenvolvimento e da democracia na América Latina.
Estamos associando ao projeto o(a)s doutorando(a)s da Linha de Epistemologia Ambiental do PPGMADE (UFPR).



sábado, 11 de julho de 2015

Memória no. 9 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (10.6.2015)

Minuta de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 10 de junho de 2015, nominalmente das 14h às 16h, nas dependências da Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Profª Maria do Rosário Knechtel, Maria Fernanda Cherem, David Fadul e José Thomaz. 1. Informes. O Prof. Dimas informou sobre apresentação de justificativa de Rafael Braz para não comparecimento à reunião. 2. Discussão sobre o texto “Hacia un Pensamiento Socioambiental: aproximaciones epistemológicas, sociológicas y metodológicas”, produzido em coautoria pelos Profs. Dimas Floriani e Nelson Vergara Muñoz. Prof. Dimas informou que o texto fora discutido, em 2 de junho de 2015, no Centro de Estudios del Desarrollo Local y Regional (CEDER), Universidad de Los Lagos (Chile); e que naquela ocasião fora sugerido que a parte III, “Teorías y métodos de investigación en temas socioambientales”, fosse tratado em outro texto. Prof. Dimas comentou sobre características da produção de um texto em coautoria, em particular quando a convivência entre os autores é relativamente recente; e que o Prof. Vergara se aproxima do pensamento complexo do antropólogo, filósofo e sociólogo francês Edgar Morin. Comentários: a) que a introdução apresenta questões socioambientais como crise do pensamento; b) que existe necessidade de uma epistemologia da complexidade; c) que existe necessidade de dizer em que consiste cada epistemologia; d) que cada uma das posições perante o conhecimento é influenciada culturalmente, por meio de racionalidades; e) lembrou-se do princípio de recursividade, de Edgar Morin, que, por assim dizer, internaliza externalidades de natureza cultural; f) que correlação e interdependência [captadas pela figura de “rede”] representam melhor a questão [da consideração de elementos socioambientais] do que a ideia de encadeamento, uma vez que esta significa a relação causa-efeito e a noção de rede não é monocausal e policêntrica; g) a ideia de que a razão da vida social é produzir sentido, e de que os jogos de linguagem permitem revelar e esconder; h) a existência de um debate semântico entre substantivo e adjetivo referente ao termo “socioambiental”; i) a necessidade de compreender a relação entre sociedade e natureza; j) Na modernidade, a natureza é vista e representada como signo negativo, pois emerge da crise ecológico-econômica, como expressão da superexploração dos recursos naturais e das catástrofes e poluições de origem antropogênica; k) o risco da simplificação, e das abordagens simplificadoras e ou tendenciosas; l) a necessidade de reinventar a ciência moderna, com diferentes perspectivas epistêmicas, lembrando que cada uma delas exige dizer qual é seu ponto de partida; m) a possibilidade de falar de um novo contrato epistemológico; n) o problema da possibilidade de diálogo entre visões diferentes. Prof. Dimas apresentou também a ideia de elaborar um livro com a produção teórico-metodológica referente à interação entre sociedade e natureza, o qual poderia conter fundamentos de uma teoria do imaginário, das representações e da aprovação discursiva. Profª Lúcia Helena mencionou a perspectiva “sociologizante” (que dissolve a natureza no homem) e “ecologizante” (que dissolve o homem na natureza). Prof. Dimas lembrou que “a pedra não pensa; o homem pensa mas pode pensar errado”. Indagou sobre qual seria o ponto de partida, se os contextos estão misturados. Apresentou, como possibilidade, partir da cultura e reivindicar uma singularidade aos fenômenos. E mencionou o desafio lógico ou teórico de reconhecer o momento quântico em que a unicidade se torna diferenciada. Profª Lúcia Helena disse que o mar, por exemplo, impõe condições, e tem, por assim dizer, uma fala. Prof. Dimas acrescentou que isso remete à possibilidade de uma perspectiva biológica diferente, a partir, por exemplo, de construtos ou elementos de natureza cibernética; o que levaria uma pessoa a rever suas referências a partir das quais compreende, posiciona-se diante de, representa e interpreta o mundo. Lembrou o construtivismo social do antropólogo, sociólogo e filósofo da ciência francês Bruno Latour, ao reconhecer que as coisas são simultâneas: pensamento e ação. Profª Lúcia Helena considerou a importância de o tema tratado no texto ser apresentado, como aula, a alunos de pós-graduação. Profª Maria do Rosário lembrou que, na primeira edição do encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade (Anppas), foi apresentada a pergunta: “por que educação socioambiental?”. Profª Lucia Helena fez menção ao problema de um conceito de natureza fixo, a partir de um olhar urbano industrial. Maria Fernanda citou o livro do historiador norte-americano Warren Dean que ganhou tradução de Cid Knipel Moreira intitulada A Ferro e Fogo: a história e a devastação da mata atlântica brasileira (São Paulo: Companhia das Letras, 1993). Profª Maria do Rosário disse achar difícil dissociar o socioambiental, que contempla as naturezas humana e não humana. Prof. Dimas mencionou o problema das definições de estratégias de sustentabilidade, em especial no que se refere à dimensão a ser considerada diante de processos tecnológicos de mediação. E indagou como seria possível dispor de uma teoria geral que contemple entendimentos, por exemplo, em Guaraqueçaba e em Lyon; e como seria possível, nela, levar em conta aspectos da subjetividade. Profª Lúcia Helena propôs um trabalho no tema “cultura e natureza: bases epistemológicas” para ser feito “a quatro mãos” (Prof. Dimas e Profª Lucia Helena). Valorizou a presença da diversidade ou da diferença em textos de natureza socioambiental. E mencionou um texto que polemiza a idealização das diferenças, mencionando, como exemplos: o apelo midiático e publicitário à diferença; a questão de fundo: estabelecer um nexo com a questão da igualdade da espécie humana, tanto biológica como social; e a observação de que, se a diferença for extremada, pode acontecer que surja um outro tão “outro” que, portanto, seja considerado como destituído de direitos. Profª Maria do Rosário lembrou o educador canadense Peter McLaren, ao dizer da necessidade de aceitar o outro como diferente, mas não como desigual ou inferior. Prof. Dimas lembrou a perspectiva feminista, também no contexto do direito às diferenças, e indagou se não seria uma fantasia a ideia de universal, por exemplo, no contexto da democracia. Lembrou também Edgar Morin no contexto das novas universalidades que contemplam as diversidades. Considerou que tal novidade coloca dificuldades a qualquer teoria social, embora seja um problema, talvez permanente, das ciências humanas, o qual ilustrou com referência a como ocorreu o processo de invisibilidade e paulatina visibilidade das populações indígenas. Indagou sobre a possibilidade de haver uma teoria geral capaz de explicar de modo adequado a reemergência indígena. E citou o problema de destacarem-se as grandezas, mas não as mazelas, do multiculturalismo. Profª Lúcia Helena manifestou a ideia de bases epistemológicas do contexto de cultura contemporânea. Prof. Dimas lembrou do crítico literário nascido em Jerusalém sob o Mandato Britânico da Palestina Edward Saïd, de cujos livros um ganhou tradução de Rosaura Eichenberg intitulada Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente (São Paulo: Companhia das Letras, 2007). E sugeriu leitura de textos do livro La Colonialidad del Saber: eurocentrismo y ciencias sociales: perspectivas latinoamericanas (Buenos Aires: Clacso, 1993), organizado pelo sociólogo venezuelano Edgardo Lander. David indagou sobre ser o diálogo de saberes voltado a um fim outro ou um fim em si mesmo: o que motivou a apresentação, por parte do Prof. Dimas, de um exemplo no campo jurídico, comparando os papéis do advogado e do promotor público. Prof. Dimas fez menção à possibilidade, ou mesmo à necessidade, de uma ciência pública, e lembrou a filósofa belga Isabelle Stengers no particular referente à necessidade de reinventar a ciência moderna. Maria Fernanda mencionou existência de legislação sobre Medicina em comunidades tradicionais. Profª Maria do Rosário relatou brevemente a experiência de uma dissertação de mestrado interdisciplinar que, por meio de pesquisa-ação, relacionou educação e saúde. Prof. Dimas perguntou se haveria mais manifestações e, como não houve, encerrou a reunião. Curitiba, 19 de junho de 2015. …...........................
Para saber mais sobre o Projeto, acessar o link: http://meioambienteculturaesociedade.blogspot.com.br/2015/07/fundamentos-teorico-metodologicos-dos.html   

Memória n. 8 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (27.5.2015)

Minuta de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 27 de maio de 2015, nominalmente das 14h às 16h, nas dependências da Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Profª Maria do Rosário Knechtel, Maria Fernanda Cherem, David Fadul, Guilherme Silva e José Thomaz. 1. Informes. O Prof. Dimas informou sobre evento ocorrido no litoral paranaense, que contou com presença do Prof. Dr. Alfredo Wagner, que trabalha com a ideia de ressignificação da territorialidade, em conformidade com uma reivindicação de que os sujeitos possam definir sua própria cartografia, e do Prof. Dr. Jorge Montenegro, da UFPR (Setor de Ciências da Terra, Departamento de Geografia), que atua, entre outros, nos temas cartografia social, povos e comunidades tradicionais e conflitos pela terra e pelo território; além de doutorandos e de outros pesquisadores. 2. Atividade referente a livro de D. Martuccelli. Prof. Dimas teceu comentários sobre o livro de Danilo Martuccelli intitulado ¿Existen individuos en el Sur? (Santiago de Chile: LOM). A ideia inicial era iniciar um debate entre os presentes sobre o conteúdo das duas primeiras partes do livro; mas esse debate ficou postergado tendo em vista que a Profª Lúcia Helena informou não haver lido o texto por problema relacionado ao modo de disposição das páginas na tela do computador. Prof. Dimas comentou que teorias contêm dispositivos que geram expectativas sobre o que deve acontecer; contêm valores explícitos ou implícitos que dificultam, se não mesmo impedem, o reconhecimento de alguma concepção relativa de neutralidade da ciência. Lembrou da contribuição de Celso Furtado no contexto das propostas de desenvolvimento que, em comparação com a ideia de tendência a uniformização dos processos de desenvolvimento, contemplam mais adequadamente a realidade latino-americana. Mencionou também o problema de construir narrativas que formam imagens do Outro, com destaque para a teoria pós-colonial, que consegue amplitude transcontinental ao abranger regiões da África, da América e da Ásia. Fez referência a José Bengoa, historiador e antropólogo chileno estudioso das história e sociedade mapuches, com destaque para a reemergência indígena e o surgimento de novas categorias de análise; e a Aníbal Quijano, sociólogo peruano conhecido pelo conceito de colonialidade do poder, conceito que se relaciona com a ideia de colonialidade do saber; pensadores cujas concepções diferem fortemente, por exemplo privilegiado, do modelo dos estágios de crescimento de Rostow, proposto pelo economista norte‑americano Walt Whitman Rostow. Profª Lúcia Helena mencionou uma crítica, creditada ao frade dominicano Frei Betto, de que o recente aumento dos bens para a classe média brasileira privilegiou bens de consumo e não bens sociais. Prof. Dimas destacou a importância de, nos discursos, caracterizar os pontos de vista: por exemplo, de que capitalismo se esteja a falar; e de que ponto de vista se fala de modernidade. E citou brevemente os nomes de Nestor García Canclini, filósofo e antropólogo argentino que reside no México, e Daniel Mato, antropólogo venezuelano e doutor em ciências sociais. Profª Maria do Rosário menciona que, em países nórdicos, todos têm ensino médio, e que aquelas sociedades conseguiram implementar a social-democracia. Prof. Dimas fez breve leitura de um trecho do mencionado livro de Martuccelli (de parte da p. 107 até parte da p. 108), referente a diferentes processos de individuação. Fez menção também às duas opções apresentadas pelo economista alemão Albert Otto Hirschmann diante da insatisfação de um membro em uma organização: “exit”, ou seja, romper relação; ou “voice”, isto é, tentar repará-la ou melhorá-la, valendo-se, para tanto, de processos comunicativos (neste caso, contando bastante a lealdade pelo grupo). Fez breve menção ao assédio cultural, que, por divulgar uma ideia de uniformização de hábitos e de costumes, pode dificultar a compreensão de que os padrões em diferentes sociedades não são, por vezes, os mesmos. Citou, na qualidade de estados formados por diferentes etnias, Equador e Bolívia; e mencionou a importância de pensar em como seria uma democracia diferente, não delegadora, molecular (lembrando, pelo termo, o intelectual francês Félix Guattari). E destacou uma tese, creditada a Martuccelli, de que a democratização está na sociedade e não no Estado; e indagou sobre o que seria uma democracia tutelada. Thomaz comentou que, a seu ver, existe um problema com a democracia aplicada aos processos de escolha coletiva, em especial em contextos de interesse público: uma vez que o que se decide, por meio do voto, é de interesse coletivo e público, cada cidadão deveria votar na proposta que, na visão desse cidadão, conduz a maior benefício coletivo público; entretanto, parece que a racionalidade que permeia esses processos de escolha por vezes pauta-se mais pela visão, e correspondente motivação, que o votante tem enquanto indivíduo, ou enquanto partícipe de grupos menores, do que por sua qualidade de membro da sociedade. Prof. Dimas disse que essa observação remete ao problema da educação cívica: e exemplificou com o caso de um sujeito que, ao colidir seu carro com outro, havendo produção de dano, se ninguém o interpelar em razão da colisão, provavelmente deixará o local sem procurar reparar o dano causado. 3. Comunicações e encaminhamentos finais. Prof. Dimas fez menção a atividades programadas para o Grupo de Pesquisa, entre elas uma palestra com Prof. Dr. Nicolas Floriani, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Departamento de Geografia), e uma discussão, agendada para o próximo dia 10 de junho (uma quarta-feira), sobre o texto “Hacia un Pensamiento Socioambiental: aproximaciones epistemológicas, sociológicas y metodológicas”, produzido em coautoria pelos Profs. Dimas Floriani e Nelson Vergara Muñoz, este do Centro de Estudios del Desarrollo Local y Regional (CEDER), Universidad de Los Lagos (Chile). Prof. Dimas fez menção também ao Programa ATLAS (acrônimo para Análisis Territorial Local Aplicado y Sustentabilidad), Programa de Investigación Interdisciplinaria en Complejidad Territorial y Sustentabilidad, vinculado à Universidad de Los Lagos (Departamento de Ciencias Sociales). Curitiba, 2 de junho de 2015. …...............

Memória n. 7 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (6.5.2015)

Memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 6 de maio de 2015, nominalmente das 14h às 16h30min, nas dependências da Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, Dra. Gladys de Souza Sánchez, Profª Maria do Rosário Knechtel, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Maria Fernanda Cherem, Alexandre Hedlund, Rafael Braz e José Thomaz. 1. Informes. O Prof. Dimas informou sobre o Laboratório de Estudos Integrados Meio Ambiente, Cultura e Soiciedade, do qual participa o Prof. Nelson Vergara, do Centro de Estudios del Desarollo Local y Regional (CEDER) da Universidad de Los Lagos (Chile), com cujo grupo identifica possibilidades de aprofundar estudos sobre epistemologia, interculturalidade e literatura mapuche. Fez referência também ao Prof. Javier Tobar, da Universidad del Cauca (Colômbia), no contexto do desenvolvimento de pesquisas empíricas com populações tradicionais, identificando possibilidades de o Prof. Tobar integrar a Rede CASLA-Cepial e, conjuntamente, pensar sobre metodologias para estudo e pesquisa com populações tradicionais. Informou também sobre a reunião da Câmara Jurídica da Rede CASLA‑CEPIAL, ocorrida em 17 de abril de 2015 em Florianópolis, e que reuniu desembargadores e membros do Ministério Público (este atuando também como ente preventivo); destacou que a Câmara Jurídica é um espaço de tradução do que a Rede tem visto em termos de populações e vulnerabilidade, que integra dez conselheiros de cada país participante, que trabalham com a questão de populações vulneráveis. Informou também sobre a perspectiva de publicação de uma revista da Rede CASLA-Cepial. O Prof. Dimas apresentou ainda proposta de discussão, em encontro futuro, de um texto por ele elaborado em coautoria com o Prof. Vergara; e fez referência a um evento, agendado para os dias 22 e 23 de maio de 2015, em Paranaguá, com participação do Prof. Joaquim Shiraishi, Professor Visitante na Universidade Federal do Maranhão. Mencionou também a participação em encontro do Grupo de Pesquisa, prevista para o mês de junho de 2015, do Prof. Nicolas Floriani, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, cuja pesquisa de pós-doutorado contempla aspectos da cultura mapuche. E mencionou, também, reunião preparatória ao V Cepial, prevista para acontecer, em outubro de 2015, na Universidad del Cauca (Colômbia). 2. Atividade referente a livro de D. Martuccelli. O Prof. Dimas teceu comentários sobre o livro de Danilo Martuccelli intitulado ¿Existen individuos en el Sur? (Santiago de Chile: LOM). A ideia inicial era iniciar um debate entre os presentes sobre o conteúdo das duas primeiras partes do livro; mas esse debate ficou postergado para a próxima reunião do Grupo de Pesquisa, havendo, assim, prazo maior para quem ainda não haja lido o texto fazê-lo. Destacou a forma de expressão do autor, que, por meio de metanarrativas, desenvolve, inicialmente, sua argumentação; que, em conformidade com o texto de Martucelli, os indivíduos latino-americanos não são nem tradicionais nem modernos, pois, por um lado, a influência da colonização deixou marcas importantes em relação a sua cultura original, e, por outro, não lhes cabe simplesmente pautar suas vidas a partir de uma ideia de progresso que adota, como referência, o padrão de desenvolvimento das sociedades europeias, pois tais indivíduos trazem consigo identidades próprias, herdadas de seus ancestrais, de culturas locais; e que, portanto, o estudo das identidades latino-americanas a partir de referências fortemente eurocêntricas revela-se inadequado, em particular porque, a partir de tal perspectiva, aquelas identidades não raro resultam compreendidas como insuficientes ou anômalas. Daí a importância de construir metodologias para identificar a individuação em sociedades, por assim dizer, nem europeias nem tradicionais; metodologias dialéticas entre fatores macro e singulares. 3. Comunicado sobre a Rede CASLA-Cepial. Ao final da reunião, a Dra. Gladys fez um breve comunicado aos presentes sobre a Rede CASLA-Cepial: mencionou que, na CASLA, existem CASLA-Jur (assuntos jurídicos), CASLA-RI (assuntos de relações internacionais) e CASLA-Psico (assuntos psicológicos), e destacou a importância desses segmentos da Rede (em particular a colaboração de um grupo de advogados voluntários) na promoção de condições de vida mais digna a migrantes e a refugiados. Curitiba, 9 de maio de 2015. ….

Memória nº 6 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (25.3.2015)

Memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 25 de março de 2015, nominalmente das 14h às 16h30min, nas dependências da Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, Prof. José Edmilson de Souza Lima, Profª Maria do Rosário Knechtel, Dra. Gladys de Souza Sánchez, Mara Monteiro, Felipe Amaral, Rafael Braz, Ricardo Gama e José Thomaz. 1. Informes gerais sobre as atividades da Rede CASLA-Cepial e suas próximas atividades. A Dra. Gladys informou que a rede CASLA‑Cepial envolve diferentes instituições, inclusive internacionais; e que a Casa Latino-Americana (CASLA) trabalha com a questão dos direitos humanos, contemplando liberdade, justiça, interculturalidade, “buen vivir”. Mencionou que a participação indígena no Brasil é diferente da que se verifica na Guatemala, onde é bem mais expressiva; o caso dos municípios com autogestão no México; e o reconhecimento, por parte de indígenas equatorianos, que a ideia de “década perdida” lhes é estranha, no sentido de não se sentirem por ela prejudicialmente afetados. Citou também alguns aspectos da cultura mapuche. Informou que, na CASLA, existem CASLA-Jur (assuntos jurídicos), CASLA-RI (assuntos de relações internacionais) e CASLA-Psico (assuntos psicológicos). Que na CASLA há eixos temáticos, que comportam câmaras temáticas, as quais devem pesquisar realidades dentro de seus temas, publicar e participar de eventos, com destaque para o Congresso de Cultura e Educação para a Integração da América Latina (Cepial). E que há uma câmara jurídica internacional de direitos humanos da Rede CASLA-Cepial. Mencionou haver um colegiado ou conselho deliberativo, e também conselhos deliberativos temáticos, constituídos por representantes de câmaras temáticas. No contexto internacional, informou sobre a colaboração proveniente das universidades colombianas de Antioquia, Cauca e Medellín. O Prof. Dimas mencionou a boa aderência de instituições chilenas. A Dra. Gladys mencionou também o encontro sobre migrações que, embora deva acontecer em Curitiba, é organizado no México, além de colaborações da Argentina, do Equador e do Uruguai. No Brasil, mencionou colaborações de pesquisadores do Maranhão, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e de Rondônia; informou sobre o interesse de pesquisadores da Unespar, que estiveram presentes em Osorno, em participar da Rede CASLA‑Cepial; destacou a importância de contatos com departamentos, programas de pós-graduação e instituições; disse aos presentes que fossem bem-vindos à Rede, e ausentou-se da reunião. Os presentes receberam também um texto sobre a Rede. 2. Apresentação de documento sobre projeto de pesquisa Estudos Integrados em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade: uma perspectiva latino-americana. Inicialmente, foi distribuído um pequeno documento elaborado pelo Prof. Dimas Floriani, apresentando resumidamente o que constitui o projeto de pesquisa Estudos Integrados em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade: uma perspectiva latino‑americana. Esta apresentação tinha por finalidade apontar os principais temas constitutivos do projeto, para apontar algumas estratégias de seminários, a fim de abordar em diferentes etapas os temas centrais do mesmo. Assim, como primeira tarefa destacou‑se a importância de discutir alguns dos fundamentos epistemológicos vinculados aos seguintes aspectos: 2.1 buscar entender quais são os referenciais teóricos sobre uma teoria do conhecimento (científico e não científico, teoria da complexidade) capazes de nos colocar diante do debate atual das principais correntes teóricas que possibilitem abordar as questões socioambientais (sustentabilidade, ética e justiça ambiental), a interculturalidade (desafios teóricos desde as concepções da descolonização e de uma epistemologia do Sul) e a teoria política (teorias do conflito social, da democracia, no contexto latino-americano). A ordem dos seminários para abordar esses temas não necessita obedecer necessariamente ao critério do mais teórico ao mais concreto; pode-se ir intercalando textos e discussões sobre epistemologia, interculturalidade, teoria política, etc. segundo se defina no coletivo dos seminários. 2.2 Uma segunda etapa, que também pode vir intercalada com os estudos mais teóricos, é a apresentação de resultados de pesquisas em andamento, por parte dos pesquisadores que fazem parte do Projeto de Estudos Integrados, a fim de trazer elementos interessantes para ir tensionando o diálogo com as concepções mais teóricas dos seminários. Neste sentido, prevê-se a apresentação, em maio/15, do andamento da pesquisa do Prof. Dr. Joaquim Shiraishi Neto (UFMA), que desenvolve importante pesquisa sobre os Direitos da Natureza e as Populações Tradicionais, em perspectiva comparada com as situações do Brasil, Bolívia, Equador e Colômbia. O Prof. Joaquim virá a Curitiba para participar de um encontro sobre Populações Tradicionais e aproveitaremos para que nos apresente alguns dos aspectos centrais de sua pesquisa no atual andamento da mesma. Da mesma maneira, o Prof. Nicolas Floriani apresentará em junho/15 alguns dos resultados de sua pesquisa sobre Bosques Nativos e as práticas de manejo por parte dos povos mapuches williche do sul do Chile, suas cosmovisões, práticas materiais e conflitos dos territórios ameaçados pela exploração dos recursos naturais das atividades produtivas de mercado. 2.3 Está prevista também uma terceira etapa no Projeto que aborde aspectos metodológicos das pesquisas sobre os temas centrais do mesmo. Esta etapa tem como finalidade apresentar resultados capazes de contribuir para estudos que se propõem a pesquisar temas afins aos apresentados no Projeto de Estudos Integrados. 2.4 As três etapas deverão ser desenvolvidas em 36 meses, com apresentação de resultados parciais em, pelo menos, uma vez por ano. Neste sentido, está previsto um primeiro encontro de avaliação do andamento das atividades, mas também com apresentação por escrito da primeira etapa (fundamentos epistemológicos sobre os temas centrais do Projeto), em outubro (20 a 23) na Universidad del Cauca, Magister de Estudios Interdisciplinarios del Desarrollo, na cidade de Popayán, sob a coordenação do antropólogo Dr. Javier Tobar. 2.5 Será enviado a cada pesquisador participante do Projeto um pequeno questionário sobre suas propostas de trabalho relativas a cada uma das etapas, a fim de montar uma espécie de Agenda relativa a cada momento de reunião do coletivo, nos respectivos momentos de cada uma das 3 etapas. A ideia é que se possa ir produzindo textos sobre cada uma das etapas visando a publicação em livro ou, pelo menos, um dossiê para publicar em algum periódico acadêmico-científico. 2.6 Só a título de lembrança para quem faz parte da linha de Epistemologia Ambiental vinculada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento, o calendário para os seminários de discussão de abril a junho ficou assim estabelecido: 15 de abril (14-16:30 horas) – apresentação dos resultados de pesquisa (tese e dissertação já defendidas) sobre projetos de impactos socioambientais (Rafael Braz) e percepções e usos de um parque no contexto de expansão urbana (Felipe Amaral); 06 de maio – discussão sobre a primeira parte do livro do sociólogo peruano Danilo Martuccelli ¿Existen Individuos en el Sur? (Santiago, Editorial LOM, 2010), uma abordagem sobre os processos de construção de sociabilidade latino‑americana na perspectiva de estudos interculturais e da descolonização do pensamento; e 27 de maio – apresentação das pesquisas de tese em andamento (pré‑qualificação) sobre projetos de impacto (hidrelétrica e populações tradicionais) e sociologia dos desastres: Mara Monteiro, Ricardo Gama e Adriana Ruela. Ainda em maio e junho/15, como já indicado acima, estão previstas as apresentações dos pesquisadores Joaquim Shiraishi Neto (UFMA) e Nicolas Floriani (UEPG) sobre o andamento de seus respectivos projetos de pesquisa sobre Os Direitos da Natureza e as Populações Tradicionais e Bosques Nativos, cosmovisões e práticas materiais. 2.7 A linha de Epistemologia Ambiental se insere no Ppgmade (Programa Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento) da UFPR, e a temática geral da atual turma do MADE tem como título: Conflitos e (In)Justiça Ambiental, Resistências, Estratégias e Alternativas de Desenvolvimento; como bem sugere esse tema comum articulador, está-se diante de um debate que envolve atores/sujeitos/agências, dimensões de cultura e interculturalidade, governança e estratégias participativas (democracia), bem como estratégias que apontam para uma diversidade de experiências de construção alternativa de desenvolvimento. 2.8 O Projeto de Pesquisa Estudos Integrados em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade: uma perspectiva latino-americana faz parte também da Rede Internacional CASLA-Cepial, integrando instituições e pesquisadores do Brasil, Chile, Colômbia e México, e faz parte da Câmara Temática em Meio Ambiente na América Latina. Ademais, está registrado no CNPq, como projeto contemplado pela Bolsa Produtividade em Pesquisa, para o período 2015-2018. 3. Organização da apresentação do projeto de pesquisa da linha de Epistemologia Ambiental para terça-feira, 31 de março, às 14 horas. Ficou definido que os professores da linha farão menção a experiências interdisciplinares já desenvolvidas em anos anteriores e discorrerão sobre seus interesses de pesquisa, procurando identificar eventuais convergências entre os temas de interesse de pesquisa dos professores e as expectativas dos alunos quanto ao desenvolvimento de suas dissertações de mestrado e teses de doutorado. 4. Qualificação (final de maio) de doutorado de Adriana Ruela, Mara Monteiro e Ricardo Gama. Conforme já informado no item 2.6, ficou estabelecido que os doutorandos realizarão uma prévia da qualificação.

Memória nº 5 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (3.10.2014)

Memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 3 de outubro de 2014, nas dependências da CASLA – Casa Latino-Americana.

Presentes: Prof. Dimas Floriani, Prof. José Edmilson Souza Lima, Profª Maria do Rosário Knechtel, Adriana Ruela, Katya Isaguirre, Lilian Fiala, Mara Monteiro, Melina Gunha, Alexandre Hedlund, Christian de Britto, David Fadul, Felipe Amaral, Geraldo Milioli, Guilherme Silva e José Thomaz. 1. Considerações iniciais. O Prof. Dimas recordou o contexto da elaboração do projeto de pesquisa encaminhado ao CNPq, e fez referência, entre outros, aos perfis acadêmicos dos Professores James Clarke, Nelson Vergara Muñoz, Bernardo Javier Tobar Quitiaquez e Narciso Barrera Bassols. 2. Manifestações sobre interesses de pesquisa. Os participantes falaram sobre seus interesses de pesquisa, e o Prof. Dimas apresentava considerações sobre as manifestações. Prof. José Edmilson de Souza Lima: a compreensão dos contornos do campo de conhecimento ambiental tomando como referência as configurações de um sujeito cognoscente que emerge junto com o novo campo. Profª Maria do Rosário Knechtel: a multi-interculturalidade e dignidade humana na América Latina com interfaces com uma ética ambiental e cívica. Adriana Ruela: aprofundar o debate da emergência de um novo problema social relacionado à implantação de usinas hidrelétricas, o dos impactos sociais indiretos, compreendendo essa emergência como um possível indicador do esgotamento do mito desenvolvimentista dentro do próprio Estado brasileiro. Katya Isaguirre: aproximações e releituras da teoria do sujeito na perspectiva socioambiental. Foco nos conflitos socioambientais de uso e apropriação do território. Lilian Fiala: trabalhar a questão da sustentabilidade nos pequenos negócios, dos informais até o nível da micro e pequena empresa. Verificar a percepção do empreendedor sobre meio ambiente e sustentabilidade; verificar as práticas sustentáveis nesses negócios, e o nível de consciência das mesmas no empreendedor. Verificar que fatores exógenos ao negócio podem melhor contribuir para que a questão da sustentabilidade seja realmente trabalhada nesses negócios de forma ampla. A parte dessa pesquisa principal descrita acima interessa também por assuntos como o consumo consciente, ação cidadã. Mara Monteiro: analisar as relações sujeito-mundo, os componentes que formam as imagens de mundo dos sujeitos no processo de construção de convencimento, com enfoque nos sistemas tradicionais de conhecimento. Na literatura está baseado nas epistemologias do Sul e nos estudos interculturais. Melina Gunha: interesse em educação ambiental e a relação com o território e o sentimento de pertença de um local e de um não local; gostaria de pesquisar o que isso afetaria num contexto de ecoformação. Alexandre Hedlund: construções de epistemologias do Sul; perspectivas e limites de racionalidades ambientais e periféricas do Sul, assim como as consequências da continuidade de uma racionalidade econômica, tendo como temas transversais as concepções de vulnerabilidade e de justiça socioambiental; além disso, discutir aspectos relacionados ao cotidiano e imaginário. Christian de Britto: abordar o processo de implantação da indústria para-petrolífera em Pontal do Paraná, localizando, para tanto, impactos socioambientais locais; a pesquisa tem por objetivo, também, a aplicação do pensamento sistêmico multimodal como método capaz de fundamentar uma análise sociológica crítica de diversos fatores e aspectos relacionados ao atual contexto da região. David Fadul: faz suas as palavras do Prof. Edmilson. Felipe Amaral: trabalhar no (ou se aproximar do e, na medida do possível, contribuir com o) eixo de elaboração de metodologias para captação do cotidiano dos grupos. Geraldo Milioli: pensamento ecossistêmico para a relação sociedade-natureza e a sustentabilidade. Guilherme Silva: a priori, trabalhar com representações de comunidades tradicionais em relação aos discursos locais, suas identidades, seus cotidianos, o “senso comum” em relação a sua percepção do meio ambiente. E trabalhar do ponto de vista teórico-metodológico com vem sendo trabalhada a epistemologia ambiental especificamente no ensino superior mediante a Lei nº 17.505/2013. José Thomaz: a necessária compatibilidade entre uma ética cívica e ambiental, alicerçada nos valores essenciais da dignidade humana, da justiça substantiva e da liberdade, e a pluralidade de vidas boas com eles compatíveis, com interfaces com multi-interculturalidade na América Latina. 3. Encaminhamentos. 1) O Prof. Dimas manifestou a importância de o conteúdo do módulo de epistemologia ambiental, a ser ofertado no MADE, privilegiar aspectos substantivos, com a proposição de atividades à maneira de seminário. 2) O Prof. Dimas informou da possibilidade de inscrição, até final de outubro, de interessados em participar no IV CEPIAL – Congresso de Cultura e Educação para a Integração da América Latina, evento agendado para de 19 a 23 de janeiro de 2015 na Universidad de Los Lagos, em Osorno, no Chile, coordenado pela Rede Casla-Cepial. Curitiba, 13 de outubro de 2014.

Memória n. 4 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (24.4.2014)

Além de seu interesse em filosofia contemporânea, o Prof. Vergara, cujo projeto sobre hermenêutica do território termina em 2015, pretende continuar pesquisando a hermenêutica da temporalidade. 2. Manifestações sobre atuação acadêmica e interesses de pesquisa. Geraldo (interesse no pensamento da descolonização, aprovou o projeto de pós-doutorado sobre Pensamento Ecossistêmico e sua aplicabilidade na realidade), Katya ( considera que há interesses entre os temas; atua na área de direito ambiental e rural. Além disso, atua socialmente com movimentos sociais, direitos humanos e os bens comuns com povos tradicionais). Sua pesquisa se desenrola no Parque Nacional do Superagïo (desterritorialização), além de acompanhar grupos de agroecologia e políticas públicas e agricultura familiar, democracia (consenso e conflito). Na tese, abordou a constituição do sujeito. Oferece disciplina sobre Territorialidade e Direitos Humanos, no curso de Direito da UFPR) , Thomaz ( Trabalha com economia, de uma maneira substantiva e se indaga sobre a improbabilidade de apresentar pesquisa desse gênero em outros programas da universidade; viu no Made a possibilidade de refletir sobre uma epistemologia aplicada à sustentabilidade. No momento, busca expandir o campo para justiça social substantiva e ética cívica (virtude cívica). Como esses valores são aceitos em sociedade?), Rafael ( A Usina Hidrelétrica de Mauá (os mitos do desenvolvimento e discursos a favou ou contra. Transita entre a esfera jurídica, atores governamentais e não governamentais e grupos de pesquisa), Melina (bióloga, UEPG) e cursa o mestrado. Fazia coleta de água e a partir disso começou uma atividade de questionamentos sobre esse recurso vital. Fez especialização em Ecoformação no MADE) e pretente aprofundar a pesquisa nessa área), Natália (pertence à linha do rural. Faz mestrado, e é gestora ambiental. Seu tema trata de justiça ambiental na APA de Guaraqueçaba) , Alexandre ( formação em direito, com mestrado em desenvolvimento, na UNIJUÍ, onde abordou políticas neoliberais e desenvolvimento sustentável, com ênfase na América Latina. Pretende aprofundar o debate sobre epistemologias do sul, racionalidade ambiental e a (in)visibilidade dos sujeitos como atores), David ( formação em direito e seu tema de pesquisa indaga como o direito lê o meio ambiente. Seu domínio de pesquisa abarca o direito e o campo ambiental), Guilherme (egresso da UEPG em ciências biológicas. Pertence ao Depto. de Recursos Hídricos e seu interesse versa sobre percepção e discurso ambiental, a partir das teorias de Moscovici) e Lilian (com formação em economia, cursa o mestrado. Seu interesse se aplica às estratégias de combate à pobreza, responsabilidade corporativa, inter-relação dos atores, consumo, pequenos negócios. Tem especialização em gestão comunicacional).   Após as manifestações, o Prof. Vergara fez também algumas considerações. 3. Encaminhamentos. O Prof. Dimas manifestou a intenção de elaborarem-se seminários sistemáticos a partir de julho ou de agosto, com leitura prévia de textos seguida de apresentação, e com o objetivo de produzir um livro em um prazo de um ano a um ano e meio.
Resumidamente, o que ficou estabelecido como estratégia da linha, foram os seguintes pontos:
1) Em termos de colaboração possível entre nossa linha e CEDER:
a) publicação de livro em comum, com 3 partes ( 1 teória, 1 com resultados de teses e 1 com projetos em andamento ou intenções e/ou reflexões teóricas aprofundadas);
b) Intercâmbios alunos/professores.
2) Seminários teóricos da linha; temas que servem para aprofundar conteúdos/autores e que ao mesmo tempo permitam definir projetos e subprojetos de pesquisa.

3) Evento (Encontro) Internacional sobre Interculturalidade, Direitos Coletivos e Relações Internacionais que ocorrerá em Curitiba em 14 e 15 de agosto de 2014, no contexto da Rede Casla-Cepial.

Memória nº 3 do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental

Memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 21 de março de 2014, na sede da CASLA – Casa Latino-Americana, em Curitiba.
Presentes: Prof. Dimas Floriani, Profª Maria do Rosário Knechtel, Katya Isaguirre, Christian de Britto, Felipe Amaral, Rafael Braz, Ricardo Gama, e José Thomaz. 1. Redefinição das atividades do Grupo de Pesquisa. O Prof. Dimas considerou a necessidade de as atividades do Grupo de Pesquisa estarem integradas ao desenvolvimento da linha de pesquisa Epistemologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (MADE). 2. Breve relato dos eventos ocorridos desde o final do ano passado (processo de seleção e participação dos professores em atividades acadêmicas). O Prof. Dimas fez menção ao processo de seleção de candidatos ao mestrado e ao doutorado na linha de Epistemologia Ambiental do MADE. Dentre os presentes, a Profª Maria do Rosário, Katya e Thomaz participaram do processo de seleção: informou-se que foram selecionados 2 (duas) candidatas ao mestrado e 4 (quatro) candidatos ao doutorado, comentando-se brevemente sobre a formação acadêmica dos mesmos. 3. Participação dos docentes/discentes em atividades pedagógicas no MADE (Semana Introdutória e Módulo I). O Prof. Dimas considerou a importância de, na Semana Introdutória, recuperar a história da linha Epistemologia Ambiental, que no início do Programa se concentrava mais especificamente nos temas de teoria e metodologia aplicadas a meio ambiente e desenvolvimento: considerou também que a história de cada linha de pesquisa do MADE reflete sua trajetória, e lembrou a relevância da colaboração que o Programa recebeu de pesquisadores franceses [Claude Raynaut e o casal Édith e Jean-Paul Deléage], bem como do pesquisador mexicano Enrique Leff. Quanto aos relatos de ex-alunos, ficou definido que a linha Epistemologia Ambiental ficará representada por Katya (dependendo da existência de compatibilidade de horário com outras atividades), Thomaz e, possivelmente, mais um(a) ex-aluno(a). Sobre as atividades referentes ao Módulo I, o Prof. Dimas comunicou a participação do Prof. Nelson Vergara Muñoz, do Centro de Estudios del Desarrollo Local y Regional (CEDER) da Universidad de Los Lagos (Chile), cuja linha de pesquisa contempla o estudo das dinâmicas socioculturais do território. O projeto de pesquisa do Prof. Nelson aborda (conforme o título em espanhol) os temas da Cotidianidad, Complejidad, Imaginarios. Aproximaciones teóricas para la construcción de una Hermenéutica del Espacio concebida como Hermenéutica Dialógica Territorial. Além de ofertar um seminário sobre esses temas, equivalendo a 15 horas (1 crédito), no MADE, do dia 23 ao dia 26 de abril pela tarde, das 14 às 17 horas, o Prof. Vergara aproveitará para reunir-se com o Grupo da linha de Epistemologia Ambiental, já incorporando os novos alunos da turma (da linha e demais interessados) para discutir temas de pesquisa e estratégias de colaboração futura entre os programas de pós do CEDER e do MADE. A  Profª Maria do Rosário destacou a importância de reivindicar a definição de um eixo epistemológico, e de que haja motivação, por parte dos alunos, para participarem ativamente na definição dos projetos de dissertação e de tese. 4. Relato sobre o andamento dos doutorandos/mestrandos (teses e dissertações). O Prof. Dimas fez menção ao desenvolvimento de dissertações e ou de teses no MADE e ou no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR, ocasião em que pós-graduandos presentes apresentaram breve informação sobre os estudos e ou as pesquisas que desenvolvem. 5. Proposta de dossiê para 2015 da linha para a revista MADE. Com base em informação recebida da Editoria da revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, o Prof. Dimas propõe a elaboração de ao menos um dossiê temático para a revista em que se contemplem conteúdos relativos a temas desenvolvidos no Grupo de Pesquisa. Mencionou-se a possibilidade de elaboração de um dossiê sobre impactos, e uma reflexão, proposta pelo Prof. Dimas, quanto a se existe uma ciência pública como contraponto à ideia de uma ciência corporativa, da qual se precisaria ir além, no sentido de oferecer-se retorno relevante à sociedade. 6. Proposta de eventos. O Prof. Dimas informou sobre o IV Cepial – Congresso de Cultura e Educação para a Integração da América Latina, a ser realizado em janeiro ou em março de 2015 na Universidade de Los Lagos, no Chile, precedido de um evento preparatório, previsto para acontecer em julho ou em agosto de 2014, em Curitiba. Nesse evento preparatório, pretende-se desenvolver uma metodologia de trabalho a ser adotada no evento principal, no Chile, no qual a ideia de atores do desenvolvimento local ganha destaque. Planeja-se que no evento de Curitiba, em que se espera a presença de atores locais representativos da diversidade sociocultural, seja produzido um documento. 7. Perspectivas de pesquisas e publicações em comum. A Profª Maria do Rosário destacou a necessidade de diálogo na definição dos temas de pesquisa, considerando que pesquisadores que integram o MADE e o Grupo de Pesquisa têm a prática interdisciplinar, com liberdade de criar e construir. Neste particular, destacou-se a necessidade de a criatividade ser alimentada, motivada, e de reconhecer-se sua natureza política. O Prof. Dimas destacou a necessidade de considerar-se os saberes tradicionais, com reflexão sobre os usos que se faz das teorias produzidas. E mencionou a importância de se buscar, de preferência, um edital, prática que incentiva o desenvolvimento de pesquisa mais diretamente focada em prazos para a apresentação de produtos dela derivados. A próxima reunião do Grupo de Pesquisa ficou agendada para o dia 16 de abril de 2014, uma quarta-feira, com início às 9 horas, na sede da CASLA – 

Memória n. 2 Primeira etapa do processo de pesquisa sobre ESTUDOS INTEGRADOS EM MEIO AMBIENTE

Alguns tópicos para articular a primeira etapa do processo de pesquisa sobre ESTUDOS INTEGRADOS EM MEIO AMBIENTE, CULTURA E SOCIEDADE: uma perspectiva latino-americana
25/03/2015
1-      Basicamente, a primeira etapa consiste em apresentar uma problemática teórica capaz de abordar os fundamentos   epistemológicos do conhecimento sobre as três dimensões da pesquisa: meio ambiente, cultura e sociedade.   Esses fundamentos se referem aos processos de produção do conhecimento, desde concepções de ciência e de outros tipos de produção social de saberes culturais, a fim de abarcar os principais temas que compõe o projeto de pesquisa. As perguntas norteadoras desta primeira etapa referem-se ao debate epistemológico atual que trata da questão socioambiental desde a teoria da complexidade, a crítica que as atuais teorias epistêmicas lançam aos modelos ortodoxos de ciência, estabelecendo uma hierarquia fortemente estabelecida pelas “ciências duras” (Kuhn, Popper, Bunge e demais seguidores dessas concepções e que tentam legitimar concepções de ciência desde esses paradigmas fortemente comandados por esse modelo.
Não se trata aqui de enveredar pelo caminho da história ou filosofia da ciência, mas de entender o debate que ocorre no interior das diversas ciências, questionando a linearidade progressiva da ideia de ciência, supondo que essa evolução vai na perspectiva da descoberta de verdades sobre a natureza, o cosmos e as sociedades, à maneira do positivismo ou do neo-positivismo.
As questões epistemológicas derivam, com algum grau de possibilidade, dos debates inscritos no contexto dos debates que envolvem não apenas questões inerentemente científicas, mas que obedecem à uma multiplicidade de questões apontadas por Bachelard (de que para a filosofia da ciência interessa a história dos erros; questionável seria sua outra questão complementar, a saber, de que para a história da ciência interessaria apenas os acertos!); para Koyré a história das ciências é marcada pela descontinuidade, por erros superados, revoluções e refundações epistemológicas; Piaget, por seu lado, defendia uma diversidade de fontes inspiradoras da epistemologia ou daquilo que evidencia o debate para resolver as crises e seus enfrentamentos, ou seja, problemas propriamente  científicos, extra-científicos (políticos e culturais) e meta-científicos (filosóficos ou metafísicos).
O debate atual sobre essas mesmas questões (o que é afinal ciência e como definir os parâmetros sobre como entende-la) podem ser localizados nas práticas e descobertas de problemas que suscitam redefinir o significado dela e consequentemente do mundo ou da realidade que ela busca explicar (Prigogine), os usos sociais que derivam de suas descobertas e aplicações, bem como a crítica social que emerge como contrapeso a esses usos e aplicações (Stenghers, Bruno Latour, Boaventura, Leff, entre um imenso coletivo de autores críticos ao conceito tradicional de ciência).
Neste sentido, interessa-nos a perspectiva da sociologia e antropologia da ciência, além do debate de uma história e filosofia críticas sobre este tema, bem como a crítica social que emerge a esse respeito, especialmente o debate da descolonização do conhecimento e o diálogo de saberes na perspectiva de uma epistemologia do sul.
No bojo dessa abordagem interessa-nos igualmente indagar a respeito de uma ciência pública, pertinente e que possa nos colocar diante das seguintes interrogações: ciência para quê, ciência para quem e ciência com quem?
 Deve-se buscar identificar  que o debate sobre a legitimidade do conhecimento científico bem como a crítica que lhe é dirigida, tanto pelos próprios pares e seus lugares de enunciação (as universidades, as comunidades epistêmicas, o estado financiador de pesquisas, os sistemas de controle e sanção dessa produção científica) como dos não-lugares ou desde os extra-muros, isto é, desde uma perspectiva de sujeitos ou agentes sociais, formados por coletivos que possuem seus próprios sistemas simbólicos e suas práticas, bem como um olhar crítico sobre o que se produz em termos de conhecimento no interior das agências especializadas, como universidades, centros de pesquisa públicos ou privados. Uma das  questões norteadoras nesta etapa da discussão é se é possível a co-existência de conhecimentos doutos e não doutos para as questões que emergem desde o debate do socioambientalismo.
Esse debate é fundamentalmente um debate de caráter filosófico e político sobre o que se entende por sustentabilidade socioambiental cujos referenciais teóricos podem ser localizados nas questões de compreensão do que é natureza e se ela possui direitos, de justiça ambiental, na ética ou naquilo que Leff define em seu livro, La Apuesta por la Vida (México: Siglo XXI, 2014)[1]

2-      Já como segunda etapa, complementar e integrada à anterior, deve-se pensar na adição de dois outros temas que vão ter forte incidência e envolvimento com o debate anterior e que se inscreve e institui na proposta do programa MADE (turma XI, em 2015, como construção de uma problemática de pesquisa em comum, intitulada CONFLITOS E (IN)JUSTIÇA AMBIENTAL, RESISTÊNCIAS, ESTRATÉGIAS E ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO.
Como bem sugere esse tema comum articulador, estamos diante de um debate que envolve atores/sujeitos/agências, dimensões de cultura e interculturalidade, governança e estratégias participativas (democracia), bem como estratégias que apontam para uma diversidade de experiências de construção alternativa de desenvolvimento.
Nesta segunda etapa, que pode vir intercalada em termos de dinâmicas de seminários, com a primeira etapa, para evitar uma certa linearidade na abordagem dos problemas, apresenta-se o debate sobre teorias da interculturalidade, descolonização, teoria dos conflitos e da ação social, bem como o mapeamento das experiências em curso sobre alternativas ao desenvolvimento.

3-      As pesquisas em andamento pelos diferentes pesquisadores que participam do Integrado em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade (nacionais e internacionais), além dos participantes da linha de pesquisa de Epistemologia Ambiental do MADE vão trazer seus resultados concretos (empíricos) nos temas relacionados a práticas materiais, conflitos políticos e culturais sobre alternativas de desenvolvimento. Deve-se observar também a importância que assumem as reflexões e os balanços sobre as diferentes metodologias oriundas desses estudos em andamento no interior do projeto maior de estudos integrados. Essas metodologias de estudos sobre conflitos, (in)justiça ambiental, dimensões interculturais e estratégias de desenvolvimento merecerão especial atenção, pois uma atitude reflexiva e interpretativa sobre as práticas de pesquisa são de fundamental importância para os programas interdisciplinares em meio ambiente e desenvolvimento. Caberá também espaço para essas dinâmicas de avaliação das metodologias empregadas (suas teorias e procedimentos de pesquisa).
4-      O que devemos ter presente por ora é a organização de uma agenda de seminários que, de comum acordo, terão que fazer parte das dinâmicas da linha, com regularidade nos encontros (quinzenais ou a cada três semanas), com textos e expositores inscritos e resultados esperados em termos de registro e estratégias de publicação, além de pensarmos em atividades intermediárias em forma de eventos, dos quais participarão todos (os que puderem, evidentemente) os participantes do Projeto de Estudos Integrados (nacionais e internacionais).
Neste sentido, está previsto um primeiro encontro internacional (que ao mesmo tempo é preparatório ao V CEPIAL, no contexto da Rede Casla-Cepial), em Popayán, Valle del Cauca, Colômbia, promovido pelo prof. Javier Tobar, antropólogo e coordenador de Projetos do Mestrado em Estudos Interdisciplinares do Desenvolvimento, entre os dias 17 e 20 de outubro de 2015.

5-      Devemos ter presente também as dificuldades de mobilização do coletivo de instituições e pesquisadores envolvidos no Projeto de Estudos Integrados e  de um senso de proporções que implica no dimensionamento do mesmo, seja em termos de presença e participação de todos os integrantes nomeados no projeto. À medida em que vamos desenvolvendo nossas atividades (de seminários, encontros e publicações) iremos dimensionando os diversos tipos de engajamento de cada um dos participantes. Neste sentido, temos a possibilidade de contar também com o pesquisador da UFMA, Prof. Joaquim Shiraishi Neto que desenvolve pesquisa sobre os direitos da natureza e as populações tradicionais, na perspectiva comparada entre experiências de Brasil, Bolívia, Colômbia e Equador.
A inserção de nosso projeto na Rede Casla-Cepial busca traduzir o caráter social da produção do conhecimento, além de buscar respostas para a questão ética de uma ciência pública e pertinente.


6-      Pauta da reunião do Coletivo de Epistemologia Ambiental (25/03/2015)
Local: CASLA
  roteiro de pauta:

-
Informes gerais sobre as atividades da Rede Casla-Cepial e suas próximas atividades
- Organização da apresentação do projeto de pesquisa da Epistemologia linha de  para  Terça-Feira dia 31 de março, às 14 horas no MADE.

- Qualificação (final de maio/15) doutorado de Adriana Ruela, Mara Monteiro e Ricardo Gama.
- Outros assuntos de interesse



[1] Este livro está composto de 6 partes, além da Introdução,  a saber: Introducción: El contexto epistemológico y la apuesta por la vida (P. 15-84); 1) Las ciencias sociales y la crisis ambiental(P. 85-141); 2) La sociedad ante la naturaleza: la construcción social de la sociología ambiental (p. 142-222); 3) Ecología Política: conflictos socioambientales, ontología de la diversidad y política de la diferencia (p.223-300); 4) Imaginarios sociales y sustentabilidad de la vida (p. 301-380); 5) Desvanecimiento del sujeto, reinvención de las identidades colectivas y reapropiación social de la naturaleza (p.381-443); 6) La constitución del campo socioambiental: movimientos sociales, sustentabilidad ambiental y territorios de vida (p. 444-498).

Memória n. 1 de 25março2015 e Calendário de atividades

Calendário de atividades (seminários) da linha de Epistemologia Ambiental (abril-junho/2015)
Memória:
No dia 25 de março, das 14 às 16:30 horas  transcorreu nosso primeiro encontro de planejamento de atividades da linha de Epistemologia Ambiental, na sede da Casa Latino-americana.
Inicialmente, foi distribuído um pequeno documento elaborado pelo Prof. Dimas Floriani, apresentando resumidamente o que constitui o projeto de pesquisa ESTUDOS INTEGRADOS EM MEIO AMBIENTE, CULTURA E SOCIEDADE: UMA PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA.
Esta apresentação tinha por finalidade apontar os principais temas constitutivos do projeto, para apontar algumas estratégias de seminários, a fim de abordar em diferentes etapas os temas centrais do mesmo: assim, como primeira tarefa destacou-se a importância de discutir alguns dos fundamentos epistemológicos vinculados aos seguintes aspectos:
1)      buscar entender quais são os referenciais teóricos sobre uma teoria do conhecimento (científico e não científico, teoria da complexidade) capazes de nos colocar diante do debate atual das principais correntes teóricas que possibilitem abordar as questões socioambientais (sustentabilidade, ética e justiça ambiental), a interculturalidade (desafios teóricos desde as concepções da descolonização e de uma epistemologia do sul)  e a teoria política (teorias do conflito social, da democracia, no contexto latino-americano). A ordem dos seminários para abordar esses temas não necessita obedecer necessariamente ao critério do mais teórico ao mais concreto; pode-se ir intercalando textos e discussões sobre epistemologia, interculturalidade, teoria política, etc. segundo se defina no coletivo dos seminários.
2)      Uma segunda etapa que também pode vir intercalada com os estudos mais teóricos, é a apresentação de resultados de pesquisas em andamento, por parte dos pesquisadores que fazem parte do Projeto de Estudos Integrados, a fim de nos trazerem elementos interessantes para ir tensionando o diálogo com as concepções mais teóricas dos seminários. Neste sentido, prevemos a apresentação em maio/15 do andamento da pesquisa do Prof. Dr. Joaquim Shiraishi Neto (UFMA) que desenvolve importante pesquisa sobre os Direitos da Natureza e as Populações Tradicionais, em perspectiva comparada com as situações do Brasil, Bolívia, Equador e Colômbia. O Prof. Joaquim virá a Curitiba para participar de um encontro sobre Populações Tradicionais e aproveitaremos para que nos apresente alguns dos aspectos centrais de sua pesquisa no atual andamento da mesma.
Da mesma maneira, o Prof. Nícolas Floriani apresentará em junho/15 alguns dos resultados de sua pesquisa sobre Bosques Nativos e as práticas de manejo por parte dos povos mapuches williche do sul do Chile, suas cosmovisões, práticas materiais e conflitos dos territórios ameaçados pela exploração dos recursos naturais das atividades produtivas de mercado. 
3)      Está prevista também uma terceira etapa no Projeto que aborde aspectos metodológicos das pesquisas sobre os temas centrais do mesmo. Esta etapa tem como finalidade apresentar resultados capazes de contribuir para estudos que se propõem a pesquisar temas afins aos apresentados no Projeto de Estudos Integrados.
4)      É bom recordar que as três etapas deverão ser desenvolvidas em 36 meses, com apresentação de resultados parciais em, pelo menos, uma vez por ano. Neste sentido, estamos prevendo um primeiro encontro de avaliação do andamento das atividades, mas também com apresentação por escrito da primeira etapa (fundamentos epistemológicos sobre os temas centrais do Projeto), em Outubro (20 a 23) na Universidad del Cauca, Magister de Estudios Interdisciplinarios del Desarrollo, na cidade de Popayán, sob a coordenação do antropólogo, Dr. Javier Tobar.
5)      Será enviado a cada pesquisador participante do Projeto um pequeno questionário sobre suas propostas de trabalho relativas a cada uma das etapas, a fim de montarmos uma espécie de Agenda relativa a cada momento de reunião do coletivo, nos respectivos momentos de cada uma das 3 etapas. A ideia é que possamos ir produzindo textos escritos sobre cada uma das etapas visando a publicação em livro ou pelo menos um dossiê para publicar em algum periódico acadêmico-científico.
6)      Só a título de lembrança para quem faz parte da linha de Epistemologia Ambiental vinculada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento, o calendário para os seminários de discussão de abril a junho ficou assim estabelecido:
15 de abril (14-16:30 horas) – apresentação dos resultados de pesquisa (tese e dissertação já defendidas) sobre projetos de impactos socioambientais (Rafael Braz) e percepções e usos de um parque no contexto de expansão urbana ( Felipe Amaral).
06 de maio – discussão sobre a primeira parte do livro do sociólogo peruano Danilo Martucelli (Existen Individuos en el Sur? – Editorial LOM, Santiago, 2014) uma abordagem sobre os processos de construção de sociabilidade latino-americana, na perspectiva de estudos interculturais e da descolonização do pensamento.
27 de maio – apresentação das pesquisas de tese em andamento (pré-qualificação) sobre projetos de impacto (hidrelétrica e populações tradicionais) e sociologia dos desastres: Mara Monteiro, Ricardo Gama e Adriana Ruela.

- Ainda em maio e junho/15, como já indicado acima, estão previstas as apresentações dos pesquisadores Joaquim Shiraishi Neto (UFMA) e Nicolas Floriani (UEPG) sobre o andamento de seus respectivos projetos de pesquisa sobre Os Direitos da Natureza e as Populações Tradicionais e Bosques Nativos, cosmovisões e práticas materiais.

7)      Como a linha de Epistemologia Ambiental se insere no PPGMADE (Programa Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento) da UFPR, a temática geral da atual turma do MADE tem como título: CONFLITOS E (IN)JUSTIÇA AMBIENTAL, RESISTÊNCIAS, ESTRATÉGIAS E ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO.
Como bem sugere esse tema comum articulador, estamos diante de um debate que envolve atores/sujeitos/agências, dimensões de cultura e interculturalidade, governança e estratégias participativas (democracia), bem como estratégias que apontam para uma diversidade de experiências de construção alternativa de desenvolvimento.


8)      O Projeto de Pesquisa Estudos Integrados em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade: uma perspectiva latino-americana faz parte também da Rede Internacional Casla-Cepial, integrando instituições e pesquisadores do Brasil, Chile, Colômbia e México e faz parte da Câmara Temática em Meio Ambiente na América Latina. Ademais, está registrado no CNPq, como projeto contemplado pela Bolsa Produtividade em Pesquisa, para o período 2015-2018.

sábado, 4 de julho de 2015

Fundamentos Teórico-Metodológicos dos Estudos Integrados em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade


PROJETO DE PESQUISA CNPq – BOLSA PRODUTIVIDADE EM PESQUISA – 2015-2018 (Dimas Floriani)

Título do Projeto:

Fundamentos Teórico-Metodológicos dos Estudos Integrados em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade

1 - Justificativa e contexto da Pesquisa

O presente projeto se insere no contexto de uma pesquisa coletiva, sob minha coordenação geral, com duas inserções interligadas, a saber: 1) no interior da linha de pesquisa de Epistemologia e Sociologia Ambiental, pertencente ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento (http://www.doutmeio.ufpr.br/made_oquee.html) e do Programa de Pós-Graduação   http://www.humanas.ufpr.br/portal/pgsocio/) em Sociologia , ambos da UFPR (vide Grupo  Diretório de Pesquisa do CNPq)[1] ;           2) no contexto de uma Rede de Pesquisa latino-americana , Rede Casla-Cepial (http://redecaslacepial.blogspot.com.br/), envolvendo universidades do México (Autônoma de Querétaro), Colômbia (Universidad del Cauca), Chile (Universidad de Los Lagos – Centro de Estudios del Desarrollo Local y Regional (CEDER), do qual sou Professor Visitante e no qual participo de um projeto de pesquisa, coordenado pelo Prof. Nelson Vergara Muñoz e financiado pelo FONDECYT do Chile, sob o número 1120574, com o título de “Cotidianidad, Complejidad, Imaginarios. Aproximaciones teóricas para la construcción de una Hermenéutica del Espacio concebida como Hermenéutica Dialógica Territorial”, (conforme consta no CV Lattes ). Do Brasil, participam igualmente pesquisadores dos programas de pós-graduação em geociências da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR), pós-graduação em ciências ambientais da UNESC (Universidade Estadual do Extremo Sul Catarinense), mestrado interdisciplinar em desenvolvimento e sociedade da UNESPAR-Fecilcam (Universidade Estadual do Paraná – Campo Mourão), pós-graduação de geografia da UNIR (Universidade de Rondônia)[2].

Ressalta-se que este projeto foi apresentado no mês de junho/14 no Edital da CHAMADA UNIVERSAL– MCTI/CNPq Nº 14/2014 cujo resultado oficial está previsto para novembro/14 e já lançado no CV Lattes deste pesquisador (http://lattes.cnpq.br/8434128019700380 ):

A presente proposta contempla a participação total de 15 (quinze) pesquisadores, 10 (dez) brasileiros ( 6 da UFPR, 1 da UEPG, 1 da UNESC  1 da FECILCAM e 1 de UNIR - Rondônia). A instituição promotora é a UFPR, desde seu programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento, da linha de Pesquisa em Epistemologia Ambiental (teorias e metodologias), envolvendo 5 professores, 9 doutorandos e 4 mestrandos,  em colaboração com  5 (cinco) pesquisadores latino-americanos (3 chilenos do CEDER- Universidad de Los Lagos, 1 colombiano, da Universidad del Cauca e 1 mexicano, da Universidad Autónoma de Querétaro, que atuará como consultor internacional). ( Verificar a lista completa dos participantes no item 9. IDENTIFICAÇÃO DOS DEMAIS PARTICIPANTES DO PROJETO).

O perfil dos 15 (quinze) pesquisadores, quanto à sua área disciplinar de origem ou atuação, é o seguinte: 4 sociólogos, 1 historiador, 1 engenheiro com estudos em economia, 1 filósofo, 2 antropólogos, 1 agrônomo-geógrafo, 1 geógrafo, 1 geógrafo-antropólogo, 1 advogado-ambientalista, 1 pedagoga-socióloga e 1 especialista em estudos culturais e letras.


2- A proposta de pesquisa buscará responder aos seguintes objetivos:

2.1. - Organizar de maneira sistemática e articulada o marco teórico-metodológico que serve de referência comum para  os diversos temas apresentados no projeto coletivo registrado no CNPq, conforme registro na Plataforma Lattes, Curriculum Vitae do pesquisador (http://lattes.cnpq.br/8434128019700380 ).

2.1.1.O marco teórico-metodológico pretende problematizar os fundamentos epistemológicos que sustentam as matrizes cognitivas e culturais das concepções de conhecimento científico, seus limites, impasses e alternativas que estão sendo gestadas por alguns dos principais autores contemporâneos, elencados mais adiante, no contexto das grandes mudanças globais.

2.1.2. Procurar estabelecer alguns referenciais teórico-metodológicos para as diversas pesquisas que se inserem no quadro geral deste projeto, cuja mola mestra passa pela identificação e possibilidade de elaboração de uma epistemologia híbrida ou da diversidade, capaz de oferecer respostas à complexidade dos estudos socioambientais, culturais e políticos dos atores e populações tradicionais que se encontram no interior de situações de conflitos e dilemas de desenvolvimento sustentável (políticos e éticos), de afirmação/negação de suas práticas materiais e seus saberes culturais, no contexto de modernidades múltiplas, do pensamento complexo e de um novo sistema de práticas na relação sociedade-natureza.

2.2. A elaboração e verificação de algumas metodologias que permitam transitar do teórico ao empírico e deste ao teórico, baseadas em pesquisas em andamento pelos participantes deste projeto:

2.2.1. Uma metodologia dos Hologramas Espaciais (Alicia Lindon), para captar os cotidianos de grupos sociais e comunidades, desde seus territórios.

2.2.2. Uma ou mais metodologias que permitam a aplicação dos conhecimentos sistematizados em estudos concretos de populações e comunidades tradicionais, combinando gestão dos bens comuns, manejo dos recursos naturais e reprodução cultural da bio-socio-diversidade dos ecossistemas.

2.2.3. Uma ou mais metodologias de Impactos Socioambientais que permitam aferir o grau de comprometimento dos ecossistemas, dos territórios e da capacidade de reprodução socioambiental e cultural de grupos sociais e comunidades atingidas.

2.3. Buscar vincular a atividade de discussão nos seminários e nas dinâmicas comuns de pesquisa, com os referenciais epistemológicos que nortearão os avanços do debate e das publicações resultantes daquelas dinâmicas.

2.3.1. Os temas de pesquisa cumprirão diferentes etapas, demonstradas no item do cronograma de atividades, destacando-se um conjunto de ações em comum e de atividades concomitantes, em forma de subprojetos.

2.3.2. As atividades em comum serão realizadas em seminários e produção de textos coletivos a fim de serem publicadas em forma de artigos para periódicos e livro no final do período de conclusão da pesquisa coletiva.


3.    ABRANGÊNCIA, DINÂMICA E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA   


3.1. Trata-se de articular um conjunto de temas, em áreas de fronteira interdisciplinar em ciências humanas e sociais, cujo eixo central são alguns estudos integrados, sobre aspectos socioambientais, interculturais   e políticos, na perspectiva dos problemas e situações identificados em quatro países latino-americanos: Brasil, Chile, Colômbia e México, com a participação de um consultor internacional mexicano e de um consultor internacional chileno.

Busca-se inicialmente problematizar alguns dos principais fundamentos epistemológicos relacionados às teorias e metodologias que inspiram os estudos, buscando-se uma perspectiva diferente daquela que se situa unicamente no interior das disciplinas. Para tanto, serão referenciadas e repertoriadas algumas das novas teorias que emergem de um novo marco cognitivo e epistemológico,   tais como as Teorias da Complexidade, da Coevolução, do Pensamento Multimodal, da Racionalidade Ambiental (Edgar Morin, Enrique Leff, Ilya Prigogine, Henri Atlan, Humberto Maturana e Francisco Varela, Fritjof Capra, Humberto Giannini, Rolando García, Therry Eagleton, Paul K. Feyerabend, Maurice Godelier, Isabelle Stengers, Ruppert Sheldrake, Bruno Latour, Jane Jacobs, Serge Gruzinski, Ignacy Sacks, Eduardo Viveiros de Castro, Robert Woodgate & Robert Redclift).

 Da mesma maneira, identificam-se alguns dos Estudos Pós-coloniais e socioambientais (  Enrique Leff,  Anibal Quijano, Arturo Escobar, Immanuel Wallerstein,  Boaventura de Sousa Santos, Walter Mignolo, Arturo Argueta, Daniel de Mato, Nestor Canclini, Ernesto Laclau, VíctorToledo, entre outros), e sua recepção no Brasil[3] e na América Latina (Nelson Vergara, James Park, Dimas Floriani, Clovis Cavalcanti, Marcel Burstyn,  Leila da Costa Ferreira, José Eli da Veiga, José Edmilson de Souza-Lima, Nicolas Floriani, Javier Tobar, Antonio Elizalde, entre muitos outros)[4] , a fim de estabelecer bases sólidas para a construção de um projeto comum de pesquisa, embora respeitando as autonomias relativas que se estabelecem a partir dos subprojetos de pequenas  equipes ou individuais de pesquisa, que visam justamente trazer contribuições aprofundadas desses temas com pesquisas singulares.


3.2. Esses temas singulares ou subprojetos de pesquisa deverão partir de um marco teórico comum, a ser construído entre todos os pesquisadores envolvidos. Posteriormente, é de se indagar se os avanços propiciados pelos diversos temas individuais permitem oferecer elementos de validação do marco geral de referência epistemológica para os estudos relacionados com problemas de ordem socioambiental, (inter)cultural e política, bem como permitir elaborar metodologias para pesquisas socioambientais de caráter interdisciplinar, a partir desse exercício de pesquisas em construção, com referencial teórico comum. 

Os temas de caráter singular e inter-relacionados de maneira sistemática na pesquisa, versam sobre os seguintes tópicos:

3.2.1. O uso do território e dos bens naturais que possibilite indagar se a normatividade é capaz de estimular modelos de desenvolvimento que sejam social e ambientalmente sustentáveis. Ou ainda, de que maneira a legislação que se relaciona com a questão ambiental acaba por influenciar a ação dos sujeitos na sociedade e assim repensar a sua participação nas escolhas públicas e na formulação de normativas capazes de orientar modelos de desenvolvimento que sejam respeitosos dos direitos humanos e fundamentais na sua diversidade sociocultural. Verificar como determinados projetos econômicos de impacto, podem desequilibrar e alterar não apenas os ecossistemas mas as estratégias de reprodução produtiva, social e cultural de imensas comunidades. 

3.2.2. O estudo comparativo de experiências acadêmicas sobre os saberes, práticas e políticas de natureza em territórios tradicionais que manejam sua agrobiodiversidade, em desenvolvimento no Sul do Brasil (em territórios tradicionais faxinalenses e de pescadores do litoral do estado do Paraná), no Sul do Chile (em territórios de agricultores-pescadores mapuche huilliche da Região da Grande Isla de Chiloé), no noroeste da Colômbia (região montanhosa do Cauca, em territórios das etnias Nasa e Misak) e uma comunidade indígena de Rondônia, na Terra Indígena Paiterey Garah (Sete de Setembro), com referências também a algumas comunidades agroecológicas do México, a partir dos estudos de Narciso Barrera Bassols, consultor internacional deste projeto.

3.2.3. A identificação de princípios ou de obstáculos para uma ética ambiental e cívica, capazes de melhor orientar processos de escolha coletiva de modo a assegurar, ou, ao menos promover, por um lado, a observação adequada e universal da dignidade humana, e, por outro, o direito de cada indivíduo e de cada grupo viver em conformidade com a concepção de vida boa, eticamente amparada e os possíveis conflitos que emanam entre diferentes modelos de desenvolvimento e de políticas públicas existentes.

3.2.4. A apresentação, verificação e análise dos modos de (re)produção dos conhecimentos, tradições e modernidade, dos saberes culturalmente enraizados, reinventados e reinterpretados à luz de realidades e confrontos com os cotidianos e os territórios tensionados por modos de viver da modernidade, na perspectiva dessas modernidades múltiplas, dos estudos da interculturalidade, dos imaginários e dos conflitos da (des)colonização do pensamento latino-americano. Esses estudos serão realizados no Sul austral do Chile, no sul (Paraná) e no norte do Brasil (Rondônia) e na região montanhosa do Vale do Cauca (Colômbia) e estudos referenciados no México. Esses estudos serão conduzidos por alguns dos pesquisadores deste projeto e seus respectivos orientandos de pós-graduação também inseridos na presente proposta. 


3.3. A elaboração e verificação de metodologias que permitam transitar do teórico ao empírico e deste ao teórico. Para esta finalidade, são propostas algumas metodologias consequentes com a complexidade e os imaginários presentes no cotidiano, a partir de referenciais epistemológicos, buscando um diálogo entre a epistemologia logocêntrica (fortemente ancorada nas ciências) e a epistemologia cultural (saberes culturais), para se gerar uma epistemologia da diversidade (ou híbrida) que se articule com concepções hermenêuticas, holísticas, do pensamento complexo e da racionalidade socioambiental. Dessa maneira, procura-se construir:

3.3.1.  Uma metodologia dos Hologramas Espaciais (Alicia Lindon), para captar os cotidianos de grupos sociais e comunidades, desde seus territórios, a fim de desenvolver uma compreensão e uma explicação dos fenômenos culturais (Nelson Vergara, James Park, JavierTobar, Dimas Floriani, Frank Mezzomo, José Thomaz Mendes Filho, Katya Isaguirre, Maria do Rosário Knechtel, José Edmilson de Souza-Lima, Marcelo Stein);

3.3.2. Uma metodologia ou mais metodologias que permitam a aplicação dos conhecimentos sistematizados em estudos concretos de populações e comunidades tradicionais, combinando gestão dos bens comuns, manejo dos recursos naturais e reprodução cultural da bio-socio-diversidade dos ecossistemas (Nicolas Floriani, Katya Isaguirre, Francisco Ther Ríos, José Edmilson de Sousa-Lima, Nelson Vergara, James Park, Adnilson Almeida Silva, Narciso Barrera Bassols);

3.3.3.   Uma ou mais metodologias de Impactos Socioambientais que permitam aferir o grau de comprometimento dos ecossistemas, dos territórios e da capacidade de reprodução socioambiental e cultural de grupos sociais e comunidades atingidas ( Geraldo Milioli, Christian Maciel de  Britto, Ricardo Gama, Rafael Braz, Adriana Ruela).


4.    QUALIFICAÇÃO E DISCUSSÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA PESQUISA 


O Projeto de Pesquisa Interdisciplinar –  ESTUDOS INTEGRADOS EM MEIO AMBIENTE, CULTURA E SOCIEDADE: uma perspectiva latino-americana –  tem como propósito aprofundar e sistematizar o atual debate sobre o pensamento socioambiental, na perspectiva de uma epistemologia híbrida e da diversidade que confronte distintas racionalidades da produção do conhecimento, seja desde o âmbito das epistemes logocêntricas, fundamentalmente marcadas pela trajetória das ciências modernas e cujas epistemologias foram problematizadas por Jean Piaget (1967) quando alertou para a gênese e a configuração dos problemas internalizados pela filosofia das ciências, cujas matrizes não derivam unicamente das próprias ciências, mas igualmente são de ordem meta-científicas (filosóficas) e extra-científicas (culturais, políticas, religiosas, estéticas, éticas, etc.).

Nessa linha de raciocínio, se inscrevem atualmente pensadores tais como Prigogine e Stengers (1980),  Wallerstein (1996, 2001) e Latour (2004), para quem a ciência é a expressão dos conflitos semânticos, culturais e políticos sobre uma infinidade de problemas e soluções criados historicamente pelas sociedades humanas.

Não poderia ser diferente para temas vinculados ao atual debate socioambiental, do qual emergem diferentes desafios para as diversas ciências da natureza, da vida e da sociedade, e para as populações, comunidades e atores sociais que vivenciam de forma diferenciada e muitas vezes contraditória, suas relações com a natureza.

O efeito produzido por esses encontros e confrontos gera resultados bastante imprevisíveis para as práticas de produção do conhecimento, tanto no interior das comunidades epistêmicas, como para os grupos humanos, comunidades e populações tradicionais, movimentos alternativos urbanos, rurais e costeiros e diferentes atores sociais envolvidos com o debate e as práticas de sustentabilidade socioambientais.

Concepções tradicionalmente aceitas de uma ciência normal, estabelecida, monodisciplinar e fechada em si mesma são contestadas intra e extra academia, gerando a emergência de novas propostas de pesquisa, ensino e extensão, obrigando a novos arranjos institucionais, com a criação de outra cartografia das ciências, com agrupamentos multi e interdisciplinares.

Na órbita desses corpos de conhecimento, movem-se as novas orientações e intenções de como os pesquisadores entendem o que é ciência, o que é produzir conhecimento; como, com quem e para quem devem ser construídos esses conhecimentos: trata-se de uma indagação a respeito de se a ciência é pública ou não e se ela é pertinente em termos dos seus usos sociais (Burawoy,2005) .

Os fatores epistemológicos, políticos e culturais da produção institucional do conhecimento permitem a formação de diferentes modalidades técnicas para uma diversidade de tipos de ciência, constitutivos de diferentes áreas de divisão acadêmico-científica do conhecimento (tecnociências, ciências puras, aplicadas, teorias hermenêuticas, etc.). É possível analisar  essa cartografia das ciências, tanto pela sua configuração institucional e interna do campo científico (Bourdieu, 2001, 2004), como também pelos aspectos societais, dos usos sociais efetivos ou potenciais das ciências, seu caráter público e de mercado (Ziman, 2002, Encabo, 2009).

Não se trata de uma mera questão especulativa, mas de acordo a como são definidos os termos dessa hermenêutica da ciência, desenham-se diferentes estratégias cognitivas, cujas implicações possuem um resultado prático, ou de como se pratica a ciência, com quem e para quem se está produzindo conhecimento.

Este debate, embora polêmico, seria o preâmbulo sobre o qual se assentam as bases para  a pesquisa em torno de uma epistemologia que mais se aproxima e se identifica com os propósitos, desafios e objetivos de uma epistemologia da diversidade, capaz de dialogar em diferentes níveis com as ciências estabelecidas, as ciências em uma situação de metamorfose (oriundas de metodologias alternativas, como as interdisciplinares) e com os demais saberes culturalmente enraizados, a partir das críticas que são feitas por diversas comunidades intra e extra acadêmicas.

Uma epistemologia da diversidade deve saber combinar o diálogo com as concepções de conhecimento científico produzidas historicamente pela ciência moderna do Ocidente, com as críticas, em graus variados, que emergem da própria comunidade acadêmico-científica sobre essas próprias concepções, e com os demais conhecimentos e práticas culturais de populações e comunidades que têm uma outra forma de estabelecer seus vínculos com a natureza ou que sofrem com os efeitos de modelos de desenvolvimento econômico e social incompatíveis com a maneira de como estão ou estiveram habituados a interagir com o meio ambiente.

Juntamente com essa problematização epistemológica sobre a produção do conhecimento e suas diferentes modalidades, concorrem os estudos associados com os temas de caráter intercultural, ou seja, aqueles que se inserem nos contextos históricos da formação social e cultural da América Latina, conhecidos hoje por Estudos Pós-coloniais (das  Epistemologias do Sul, da Interculturalidade ou da Descolonização do Pensamento). 

A formação de grupos de estudos sobre a descolonização do pensamento ou sobre movimentos ou grupos subalternos latino-americanos possui diversas origens e vertentes: tanto acadêmicas como de intervenção social ou híbridas, que combinam reflexão e ação. O pensamento vinculado com os estudos de Epistemologias do Sul possui forte intervenção junto a movimentos sociais, especialmente no Forum Social Mundial, sob a liderança de Boaventura de Sousa Santos (2010).

Alguns desses coletivos nascem sob inspiração de outras iniciativas, como foi o caso do Grupo de Estudos Subalternos das Universidades de Pittsburgh e San Diego, que se inspirou no Grupo de Estudos Subalternos do Sul da Ásia (Beverley, 1998, 2002, Rodriguez, 2005,  Bayart, 2009 ).

Não estamos aqui interessados em fazer um estudo detalhado sobre a formação desses grupos de estudos, embora o conhecimento de sua área de atuação possa nos auxiliar a entender o alcance de suas reflexões, os seus propósitos teóricos e políticos e até mesmo suas implicações ideológicas. Diversos centros de estudos, nas Universidades norte-americanas, europeias e sul-americanas tiveram uma grande participação e contribuição para a elaboração desses estudos e a formação de equipes de pesquisa. O que nos interessa mais, para efeito de pesquisa, pela nossa proposta, é  identificar como determinados autores e teorias tratam as questões teórico-metodológicas em seus estudos de caráter aplicado à realidade sócio-política e cultural latino-americana, com ênfase nos estudos da interculturalidade (Bayart, 2009, Quijano, 2012, Soja, 2011, Rodney, 1983, de Sousa Santos,2010, Escobar,1997, Mato, 2002, Mignolo, 2011, Poblete, 2004, Beverley, 1998,2002, Sarlo, 2007, 2010 ). 

Paralelamente aos estudos pós-coloniais (descolonização, interculturalidade e epistemologias do sul) pode-se incursionar também no debate sobre ‘modernidades múltiplas’, em contraposição às teorias acríticas ou “inocentes” sobre a globalização (Floriani, 2011). Por outro lado, os processos históricos e culturais necessitam de uma reflexão sobre os sujeitos históricos, na condição de atores, seja na dimensão de suas intervenções coletivas, como também em seus processos de subjetivação, vinculados com as formações de suas identidades, de suas memórias e da produção de narrativas e discursos ( Badiou, 2002, Floriani,2013). Esses longos processos históricos de formações discursivas, de identidades, podem ser captados igualmente pelo cotidiano das histórias de vida e pelas pesquisas realizadas por  Nelson Vergara (2009 e 2011), e James Park Key (2011) e de suas inclusões em projetos coletivos.

A afirmação desses projetos coletivos e individuais se confrontam igualmente com os conflitos políticos e com os demais projetos pertencentes ou oriundos de outros espaços de disputas, possíveis de serem captados em sua institucionalidade normativa (Katya Isaguirre, José Edmilson de Souza-Lima e Paulo Ricardo Opuszka) ou por discursos e manifestações políticas e éticas sobre projetos de vida sustentáveis ( José Thomaz Mendes Filho ). Essa discussão assume hoje uma dimensão política significativa, com a emergências de grupos de contestação urbanos e rurais, em escala mundial, e o ressurgimento de movimentos identitários dos povos originários na América Latina (Rojo, 2006, Bengoa,2000).

Como já antecipado, no momento inicial, quando foram apresentados os temas que nortearão as pesquisas empíricas da equipe de pesquisadores envolvidos no presente projeto, pretende-se com eles aprofundar problemas e questões que se articulam entre si, sob diferentes facetas; daí a perspectiva de que sejam abordados de forma integrada, interdisciplinar e em concomitância temporal, uma vez que se inscrevem num presente que traz consigo as raízes históricas de sua inscrição latino-americana.

Finalmente, a articulação dinâmica entre os fundamentos teóricos do projeto com o terreno, no qual se identificam e que pretendem sistematizar, problematizar e analisar os temas empíricos das pesquisas, permitirá que se aprofundem propostas metodológicas relativas aos principais aspectos da realidade estudados, permitindo assim contribuir para o avanço crítico do conhecimento ( Conforme nos mostra mais abaixo a FIGURA 1. Modelo Esquemático das Três Grandes Etapas do Projeto de Pesquisa).

 Por sua vez, o envolvimento dos sujeitos da pesquisa em diferentes etapas do processo de construção e avaliação do conhecimento, de comum acordo com os pesquisadores, permitirá colocar em prática uma nova atitude cognitiva e ética, capaz de   visibilizar os resultados da pesquisa, tornando-os acessíveis e de acordo com uma visão de ciência pública e pertinente (BURAWOY, 2005, ENCABO, 2009, STENGERS, 2002). 


5.    ETAPAS DA PESQUISA E PROGRAMA DE ATIVIDADES

Para cumprir com as sucessivas etapas integradas da pesquisa, busca-se destacar claramente um programa de atividades contendo, cada uma delas, uma agenda de ações estreitamente associadas às diferentes fases da pesquisa, assim apresentadas:

A Etapa 1 definida para a Elaboração de Modelos Teórico-Metodológicos está assim constituída, em termos de conteúdo temático:


5.1. Identificação e problematização de algumas das principais teorias da ciência, de origem moderna e Ocidental, que são caracterizadas na presente pesquisa como pertencentes ao quadro das racionalidades logocêntricas (ou de racionalidade tecnocientífica), apresentadas pela história da ciência, filosofia, sociologia e antropologia da ciência. Trata-se de mapear as principais concepções, por aquilo que se convenciona aceitar nos debates acadêmicos em suas diferentes etapas durante o século XX, com os elementos de ruptura nos anos que inauguram o século XXI. A principal pergunta nesta etapa de discussão sobre ciência a ser respondida corresponde a identificar quais o principais fatores da conjunção/disjunção (intra e extra científicos) que contribuem melhor para  o entendimento sobre o significado de ciência, uma vez que este já não é unânime, como pretendia ser durante a primeira etapa dos debates epistemológicos do século XX. Embora esses dissensos já se manifestavam nos debates epistemológicos de meados do século XX, entre algumas disciplinas das ciências físico-matemáticas e naturais, representadas pelo positivismo, neo-positivismo e pelo racionalismo crítico (Popper,Lakatos,Polani) e pelas críticas radicais de Feyerabend, o debate atual é muito mais crucial e corresponde a uma espécie de “dessacralização” da imagem da ciência, envolvendo múltiplas dimensões no interior das comunidades epistêmicas, mas também fora delas (LATOUR, 2004, KNORR CETINA,2005) .

Para reforçar o argumento de que as mudanças de paradigmas não ocorrem apenas no interior dos cânones científicos (embora possíveis críticas entre as ciências legitimadas possam contribuir para enfraquecer algumas de suas concepções), busca-se apoios nas alternativas epistemológicas advogadas por Piaget (1967), Feyerabend (2013), Prigogine e Stengers (1979, 2002), Latour (2004), De Sousa Santos (2010), Leff (2006), entre outros.

5.2. Na etapa 2, das discussões teórico-metodológicas, busca-se articular as diferentes concepções e embates de uma epistemologia da diversidade com as epistemologias apoiadas na racionalidade logocêntrica e sua contestação, em territórios extra-científicos, da crítica política e cultural aos modelos hegemônicos, com pouco eco ainda no interior de instituições acadêmicas, mas que contestam a hegemonia da racionalidade logocêntrica, buscando diálogo com saberes e práticas de outros territórios, tais como movimentos e organizações sociais que contestam aquelas racionalidades logocêntricas. Uma dessas expressões são os estudos pós-coloniais, de descolonização da ciência ou das chamadas Epistemologias do Sul, e do debate sobre interculturalidade, globalização e as epistemologias alternativas, tais como das feministas. Pode-se dizer que a crítica ao padrão hegemônico centrado nas epistemologias logocêntricas, encontra abrigo nas chamadas epistemologias da diversidade, da diferença e da pluralidade das ‘modernidades múltiplas’.

5.3. Finalmente, na etapa 3 dos debates teóricos ou epistemológicos, enfrenta-se com os posicionamentos dos atores e dos movimentos sociais que se articulam em forma de resistência e de contestação ao modelo de desenvolvimento dominante, e cuja expressão se identifica pela alternativa das concepções de sustentabilidade, das práticas e saberes diferentes aos impostos pelos mercados globais e pelos Estados Nacionais.












FIGURA 1. MODELO ESQUEMÁTICO DAS TRÊS GRANDES ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA

ETAPA 1. ELABORAÇÃO DE MODELOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
Objetivo principal:
Elencar, propor e elaborar parâmetros indicadores de desenvolvimento socioterritorial, possibilitando gerar modelos comparativos entre as realidades latino-americanas estudadas;
Objetivo Operacional:
A partir da problematização coletiva (dos grupos de pesquisa envolvidos) do corpo teórico e das metodologias utilizadas para aproximação e compreensão das realidades socioambientais;
ETAPA II. INSERÇÃO DOS GRUPOS E DAS ABORDAGENS COMUNS DE PESQUISA
Objetivo principal:
Realizar, concomitantemente, as pesquisas empíricas nas quatro comunidades tradicionais rurais latino-americanas
Objetivo Operacional:
A partir do processo dialógico com as lideranças locais e outros atores sociais envolvidos (ONGs, Poder público, sindicatos, etc.), traçar formas de inserção social e abordagens investigativas participativas em quatro comunidades rurais tradicionais (quatro países).
ETAPA III. PRODUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DE PESQUISA
Objetivo Principal:
Análise, verificação, tradução e socialização e reflexão dos resultados produzidos, junto à comunidade envolvida;
Objetivo Operacional:
A partir de oficinas participativas, estabelecer mecanismos comunicativos eficientes entre os sistemas de conhecimento (científico e vernacular) para expor os resultados, construindo conjuntamente propostas alternativas de melhoria das condições socioambientais locais.



6.  OBJETIVOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS

 6.1. Propiciar o aprofundamento dos fundamentos epistemológicos das teorias da complexidade, do holismo sistêmico, do confronto de racionalidades oriundas de racionalidades logocêntricas (científicas) com as racionalidades culturais (híbridas), na perspectiva do pensamento pós-colonial ou da descolonização, em que se privilegie a produção de uma Epistemologia do Sul, sem deixar de reconhecer a necessidade de diálogo entre as diferentes epistemologias ocidentais (Nórdicas) e as do extremo-ocidente, como as latino-americanas. Uma das metas propostas neste primeiro objetivo é a realização de seminários temáticos em que se revisitem os principais autores que inspiram esses estudos, procedendo inicialmente ao levantamento do estado da arte desse debate.

6.2. Retroalimentar as discussões e a produção de textos com as pesquisas temáticas empíricas, acima indicadas, (para serem publicados em forma de artigos para periódicos), capítulos de livros, e livro a partir dos produtos gerados pelas discussões comuns e pelas pesquisas empíricas de cada um dos tópicos apresentados. 

6.3. Derivar dos estudos teóricos e empíricos empreendidos pelo projeto, orientações metodológicas capazes de se constituírem em instrumentos e ferramentas para diferentes modalidades de subprojetos de pesquisa, tais como Mapas Cognitivos para estudos de agroecologia; Métodos da Cartografia Socioambiental para medir projetos socioeconômicos de impacto; Métodos do Pensamento Multimodal; Indicadores de Sustentabilidade que incorporem dimensões imateriais do desenvolvimento socioambiental; Métodos de Holograma Espacial, para comunidades urbanas, rurais e costeiras; Métodos para aferir processos interculturais (produção discursiva e literária).

6.4. Promover encontros da equipe completa de pesquisadores (docentes e discentes) em três momentos da pesquisa (a cada um dos 3 anos de duração do projeto), com atividades internas e externas. Do ponto de vista interno da equipe, apresentar os resultados e os balanços realizados em cada uma das etapas; do ponto de vista externo, promover atividades acadêmicas nos programas de pós-graduação envolvidos, além de contar com a participação de atores privilegiados (os sujeitos das pesquisas empíricas), para que avaliem o próprio trabalho que é feito sobre suas comunidades. Esta participação dos sujeitos da pesquisa é muito importante não apenas para avaliar a pertinência das reflexões e metodologias em andamento, mas também para devolver à sociedade aquilo que lhe é devido, pelos usos sociais e pela produção de uma ciência pública.





7.    METODOLOGIA A SER EMPREGADA 


7.1. As metodologias serão variadas em suas diversas etapas do projeto. A primeira delas remete-se à leitura, sistematização e discussão de temas e categorias de análise do marco teórico geral, que compreende a abordagem dos aspectos epistemológicos das ciências que apontam para as teorias da complexidade, do holismo sistêmico, da racionalidade ambiental, do pensamento multimodal; em um segundo momento, a mesma sistemática para os estudos sobre interculturalidade, diálogo de saberes, estudos pós-coloniais e subalternos. Ambos procedimentos implicam em trocas sistemáticas entre os pesquisadores das universidades envolvidas e, no final de cada uma das sub-etapas a produção de relatórios sobre as discussões, ordenando-os por temas que estão diretamente dirigidos para os subprojetos empíricos de pesquisa.

A partir desses relatórios compostos por diversas áreas temáticas, o objetivo é produzir textos em um nível mais aprofundado e avançado para que se tornem objeto de publicação em revistas nacionais e internacionais. Para tanto, estão previstos seminários entre as equipes nacionais e internacionais, presencial (conforme previsto no cronograma de atividades e no orçamento) e virtual por correio eletrônico e via Skype.


7.2. As metodologias sobre os temas dos trabalhos empíricos, alguns deles já em franco desenvolvimento pelos diversos pesquisadores envolvidos, dependerão dos resultados parciais e finais de cada uma dessas pesquisas, a fim de gerarem insumos para a elaboração de metodologias aplicáveis aos casos indicados: 1)  para captar os cotidianos de grupos sociais e comunidades, desde seus territórios, a fim de desenvolver uma compreensão e uma explicação dos fenômenos culturais;   2) para a aplicação dos conhecimentos sistematizados em estudos concretos de populações e comunidades tradicionais, combinando gestão dos bens comuns, manejo dos recursos naturais e reprodução cultural da bio-socio-diversidade das comunidades escolhidas para os estudos;  3)  para aferir o grau de comprometimento dos ecossistemas, dos territórios e da capacidade de reprodução socioambiental e cultural de grupos sociais e comunidades atingidas pelos projetos de impactos socioambientais.  









8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADES
6 meses
12 meses
18meses
24 meses
30 meses
36 meses
Estado da Arte - Leituras
X
X
Seminários-Leituras-Debates
X
X
X
X
X
Elaboração de Textos
X
X
X
X
X
Pesquisas Empíricas
X
X
X
X
X
Elaboração/ Orientação Teses
X
X
X
X
X
Encontros Internacionais – Avaliações e Balanços Pesquisa
X
X
X



                                                                                                



















9. IDENTIFICAÇÃO DOS DEMAIS PARTICIPANTES DO PROJETO

INTERNACIONAIS (Pesquisadores)[5]

- Narciso Barrera Bassols –  (Consultor Internacional) Universidad Autónoma de Querétaro (México) -- http://filosofia.uaq.mx/

- Francisco Ther Ríos – (Consultor Internacional) – Universidad de Los Lagos (Chile) - http://complejidadterritorial.ulagos.cl/

- James Park Key – CEDER – Universidad de Los Lagos (Chile) http://ceder.ulagos.cl/

- Nelson Ricardo Vergara Muñoz – CEDER – Universidad de Los Lagos (Chile)

- Javier Tobar – Universidad del Cauca – Colômbia - http://portal.unicauca.edu.co


NACIONAIS (Pesquisadores)

- Dimas Floriani (Coordenador do Projeto) – UFPR – Curitiba – PR


- Adnilson Almeida Silva - UNIR – Rondônia – RO


- Frank Mezzomo – FECILCAM – UNESPAR – Campo Mourão – PR


- Geraldo Milioli –  UNESC – Criciúma – SC


- José Edmilson de Souza-Lima – UNICURITIBA/MADE-UFPR – Curitiba – PR


- José Thomaz Mendes Filho – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Katya Isaguirre – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Maria do Rosário Knechtel – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Nícolas Floriani – UEPG -  Ponta Grossa – PR


- Osvaldo Heller da Silva – UFPR – Curitiba – PR


- Paulo Ricardo Opuszka -
CV: http://lattes.cnpq.br/2323335691144453

- Joaquim Shiraishi Neto -

http://lattes.cnpq.br/1945327707689415
 

DOUTORANDO(A)S

- Adriana Ruela – Sociologia – UFPR – Curitiba – PR


- Alexandre Nicoletti Hedlund – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Christian Maciel de Britto – Sociologia – UFPR – Curitiba – PR


- David Fadul – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Guilherme Leonardo Freitas Silva – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Juliano Strachulski  - Geografia – UEPG


- Mara Rubia Monteiro – Sociologia – UFPR – PR


- Marcelo Stein de Lima  Sousa – MADE/UFPR – Curitiba – PR

- Rafael Braz da Silva– Sociologia – UFPR – Curitiba – PR


- Ricardo Gama – Sociologia – UFPR – Curitiba – PR


MESTRANDO(A)S

- Adelita Staniski (Geografia – UEPG – PR)


- Felipe Amaral – Sociologia – UFPR – PR

- Lilian Kotviski Fiala – MADE/UFPR – Curitiba – PR

CV: http://lattes.cnpq.br/1976320161963121

- Melina Gunha – MADE/UFPR – Curitiba – PR


- Natália Sibuya – MADE/UFPR – Curitiba.

10. INDICAÇÃO DE COLABORAÇÕES OU PARCERIAS JÁ ESTABELECIDAS COM OUTROS CENTROS DE PESQUISA NA ÁREA.

Os diversos programas de pós-graduação envolvidos com esta proposta de pesquisa possuem diversos convênios internacionais já firmados. No presente caso, existem convênios assinados entre a Universidad de Los Lagos – ULA- (Centro de Estudios en Desarrollo Local y Regional) com as Universidades Federal do Paraná –UFPR –  (Pós Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento e Pós Graduação de Sociologia), Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG –  (Pós-Graduação em Geografia) e Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC – (Pós Graduação em Ciências Ambientais) e proximamente com a Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR – (Programa de Mestrado em Desenvolvimento e Sociedade). Estes convênios são efetivos desde 2007 e não apenas no papel e significam concretamente a ida e vinda de pesquisadores do Brasil ao Chile e vice-versa, bem como intercâmbio entre alunos, com bolsa sanduíche. Está previsto para 2015 um estágio com bolsa sanduíche para um doutorando e uma mestranda da UEPG, no CEDER da ULA (sul do Chile).  Desde junho deste ano (2014) está em Osorno um doutorando da Sociologia que vem observar e interagir com pesquisas sobre pesca artesanal e estudos costeiros no sul do Chile, sob a orientação do Prof.Dr. Francisco Ther Ríos, consultor deste projeto e diretor do projeto de Pesquisa ATLAS - http://complejidadterritorial.ulagos.cl/ 

Os pesquisadores Javier Tobar (Colômbia – Universidad del Cauca) e  Narciso Barrera Bassols (México – Universidad Autónoma de Querétaro) fazem parte da rede de pesquisadores em interação com a UFPR e UEPG e são autores de capítulos de livros organizados pela Red Casla/Cepial que coordena uma série editorial temática intitulada Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos, coleção composta de 12 títulos e aprovada pela Editora da UFPR. A edição de boa parte dos 12 livros está prevista para ser lançada no final de 2014.

Mais recentemente, firmou-se convênio entre a Pós-Graduação em Sociologia, a Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR  e a Université Catholique de Louvain (Centre d’Études du Développement – GRIAL – Groupe de Recherche Interdisciplinair sur l´Amérique Latina, coordenado pela Profa. Dra. Isabel Yepez, (http://www.uclouvain.be/grial.html ), principalmente para programas de mobilidade entre professores e alunos, em temas de pesquisa voltadas ao desenvolvimento, meio ambiente, temas culturais e de gênero.

Foram realizados também contatos efetivos com pesquisadores pertencentes ao  Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental – PPGEA -  da Universidade Federal do Rio Grande, na área de Educação Ambiental e com o Departamento de Ciência Política da UAB de Barcelona (Espanha),no âmbito da gestão pública, governo local, participação cidadã e análise de políticas públicas.   




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[1] A linha de pesquisa de Epistemologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio e Desenvolvimento da UFPR conta atualmente com 5 docentes e 6 discentes (3 do doutorado e 4 do mestrado). Além disto, há 3 doutorandos da linha de Ruralidades e Meio Ambiente do Programa de Pós-graduação em Sociologia (UFPR), orientandos do autor da presente proposta de pesquisa.
[2] O caráter e a dimensão desta proposta de pesquisa tem abrangência latino-americana, pelo próprio envolvimento que o proponente possui nas atividades acadêmica e social no subcontinente: 1) como Professor Visitante,  Consultor e Pesquisador do Centro de Estudios en Desarrollo Regional y Local (CEDER) da Universidad de Los Lagos, Osorno, Chile, no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) de Ciências Sociais em Estudos Territoriais (http://ceder.ulagos.cl/index.php/maestrias-2/doctordado/ ); 2) como coordenador acadêmico da Red CASLA/CEPIAL (responsável pela realização de Congressos e Encontros sobre Cultura, Educação e Integração da América Latina – CEPIAL; o último Congresso (III CEPIAL) foi realizado em julho de 2012 em Curitiba – PR – www.cepial.org.br e o próximo (IV CEPIAL) será realizado na Região de Los Lagos, no Chile em janeiro de 2015 ), sob o patrocínio da Universidad de Los Lagos (ULA). As atividades do Congresso CEPIAL permitiram desenvolver projetos de edição de uma série temática bilíngue, em andamento, pela Editora da  UFPR, com 12 livros cujo título da coleção é Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos ( http://redecaslacepial.blogspot.com.br/ ).  
[3] Importantes referências a autores e à produção acadêmica sobre estudos socioambientais no Brasil, podem ser localizados no portal da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade (ANPPAS): www.anppas.org.br , da publicação de Teses e Dissertações e dos programas de pós-graduação da CAPES: www.capes.gov.br e para a produção latino-americana,  visitar o site da Comissão Econômica Para a América Latina (CEPAL) : www.eclac.cl .
[4] Algumas das principais obras relativas aos autores indicados até aqui e de outros ainda mais adiante, estão referendadas na Bibliografia, no final desta proposta.
[5] Os CV de cada um dos pesquisadores internacionais  serão anexados no formulário do CNPq, uma vez que não estão inscritos no banco de dados deste Conselho.