PROJETO DE PESQUISA CNPq – BOLSA PRODUTIVIDADE EM PESQUISA – 2015-2018
(Dimas Floriani)
Título do Projeto:
Fundamentos Teórico-Metodológicos dos Estudos Integrados em Meio
Ambiente, Cultura e Sociedade
1
- Justificativa e contexto da Pesquisa
O presente projeto se insere
no contexto de uma pesquisa coletiva, sob minha coordenação geral, com duas
inserções interligadas, a saber: 1) no interior da linha de pesquisa de
Epistemologia e Sociologia Ambiental, pertencente ao Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento (http://www.doutmeio.ufpr.br/made_oquee.html) e do Programa de Pós-Graduação http://www.humanas.ufpr.br/portal/pgsocio/) em
Sociologia , ambos da UFPR (vide Grupo Diretório de Pesquisa do CNPq) ; 2) no contexto de uma Rede de
Pesquisa latino-americana , Rede Casla-Cepial (http://redecaslacepial.blogspot.com.br/),
envolvendo universidades do México (Autônoma de Querétaro), Colômbia
(Universidad del Cauca), Chile (Universidad de Los Lagos – Centro de Estudios
del Desarrollo Local y Regional (CEDER), do qual sou Professor Visitante e no
qual participo de um projeto de pesquisa, coordenado pelo Prof. Nelson Vergara
Muñoz e financiado pelo FONDECYT do Chile, sob o número 1120574,
com o título de “Cotidianidad,
Complejidad, Imaginarios. Aproximaciones teóricas para la construcción de una
Hermenéutica del Espacio concebida como Hermenéutica Dialógica Territorial”, (conforme consta no CV Lattes ). Do
Brasil, participam igualmente pesquisadores dos programas de pós-graduação em
geociências da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR), pós-graduação
em ciências ambientais da UNESC (Universidade Estadual do Extremo Sul
Catarinense), mestrado interdisciplinar em desenvolvimento e sociedade da
UNESPAR-Fecilcam (Universidade Estadual do Paraná – Campo Mourão),
pós-graduação de geografia da UNIR (Universidade de Rondônia).
Ressalta-se que este projeto
foi apresentado no mês de junho/14 no Edital da CHAMADA UNIVERSAL– MCTI/CNPq Nº 14/2014 cujo resultado oficial está
previsto para novembro/14 e já lançado no CV Lattes deste pesquisador (http://lattes.cnpq.br/8434128019700380 ):
A
presente proposta contempla a participação total
de 15 (quinze) pesquisadores, 10
(dez) brasileiros ( 6 da UFPR, 1 da UEPG, 1 da UNESC 1 da FECILCAM e 1 de UNIR - Rondônia). A
instituição promotora é a UFPR, desde seu programa de Pós-graduação
Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento, da linha de Pesquisa em
Epistemologia Ambiental (teorias e metodologias), envolvendo 5 professores, 9
doutorandos e 4 mestrandos, em
colaboração com 5 (cinco) pesquisadores latino-americanos (3 chilenos do
CEDER- Universidad de Los Lagos, 1 colombiano, da Universidad del Cauca e 1
mexicano, da Universidad Autónoma de Querétaro, que atuará como consultor
internacional). ( Verificar a lista completa dos participantes no item 9.
IDENTIFICAÇÃO DOS DEMAIS PARTICIPANTES DO PROJETO).
O perfil dos 15 (quinze)
pesquisadores, quanto à sua área disciplinar de origem ou atuação, é o
seguinte: 4 sociólogos, 1 historiador, 1 engenheiro com estudos em economia, 1
filósofo, 2 antropólogos, 1 agrônomo-geógrafo, 1 geógrafo, 1
geógrafo-antropólogo, 1 advogado-ambientalista, 1 pedagoga-socióloga e 1 especialista
em estudos culturais e letras.
2- A
proposta de pesquisa buscará responder aos seguintes objetivos:
2.1. - Organizar
de maneira sistemática e articulada o marco teórico-metodológico que serve de
referência comum para os diversos temas
apresentados no projeto coletivo registrado no CNPq, conforme registro na
Plataforma Lattes, Curriculum Vitae do pesquisador (http://lattes.cnpq.br/8434128019700380 ).
2.1.1.O marco
teórico-metodológico pretende problematizar os fundamentos epistemológicos que
sustentam as matrizes cognitivas e culturais das concepções de conhecimento científico,
seus limites, impasses e alternativas que estão sendo gestadas por alguns dos
principais autores contemporâneos, elencados mais adiante, no contexto das
grandes mudanças globais.
2.1.2. Procurar estabelecer
alguns referenciais teórico-metodológicos para as diversas pesquisas que se
inserem no quadro geral deste projeto, cuja mola mestra passa pela
identificação e possibilidade de elaboração de uma epistemologia híbrida ou da
diversidade, capaz de oferecer respostas à complexidade dos estudos
socioambientais, culturais e políticos dos atores e populações tradicionais que
se encontram no interior de situações de conflitos e dilemas de desenvolvimento
sustentável (políticos e éticos), de afirmação/negação de suas práticas
materiais e seus saberes culturais, no contexto de modernidades múltiplas,
do pensamento complexo e de um novo sistema de práticas na relação
sociedade-natureza.
2.2. A
elaboração e verificação de algumas metodologias que permitam transitar do
teórico ao empírico e deste ao teórico, baseadas em pesquisas em andamento
pelos participantes deste projeto:
2.2.1. Uma metodologia dos
Hologramas Espaciais (Alicia Lindon), para captar os cotidianos de grupos
sociais e comunidades, desde seus territórios.
2.2.2. Uma ou mais metodologias
que permitam a aplicação dos conhecimentos sistematizados em estudos concretos
de populações e comunidades tradicionais, combinando gestão dos bens comuns,
manejo dos recursos naturais e reprodução cultural da bio-socio-diversidade dos
ecossistemas.
2.2.3. Uma ou mais metodologias
de Impactos Socioambientais que permitam aferir o grau de comprometimento dos
ecossistemas, dos territórios e da capacidade de reprodução socioambiental e
cultural de grupos sociais e comunidades atingidas.
2.3. Buscar
vincular a atividade de discussão nos seminários e nas dinâmicas comuns de
pesquisa, com os referenciais epistemológicos que nortearão os avanços do
debate e das publicações resultantes daquelas dinâmicas.
2.3.1. Os temas de pesquisa
cumprirão diferentes etapas, demonstradas no item do cronograma de atividades,
destacando-se um conjunto de ações em comum e de atividades concomitantes, em
forma de subprojetos.
2.3.2. As atividades em comum
serão realizadas em seminários e produção de textos coletivos a fim de serem
publicadas em forma de artigos para periódicos e livro no final do período de
conclusão da pesquisa coletiva.
3.
ABRANGÊNCIA,
DINÂMICA E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA
3.1.
Trata-se
de articular um conjunto de temas, em áreas de fronteira interdisciplinar em
ciências humanas e sociais, cujo eixo central são alguns estudos integrados,
sobre aspectos socioambientais, interculturais e
políticos, na perspectiva dos problemas e situações identificados em quatro
países latino-americanos: Brasil, Chile, Colômbia e México, com a participação
de um consultor internacional mexicano e de um consultor internacional chileno.
Busca-se inicialmente
problematizar alguns dos principais fundamentos
epistemológicos relacionados às teorias e metodologias que inspiram os
estudos, buscando-se uma perspectiva diferente daquela que se situa unicamente
no interior das disciplinas. Para tanto, serão referenciadas e repertoriadas
algumas das novas teorias que emergem de um novo marco cognitivo e
epistemológico, tais como as Teorias da Complexidade, da
Coevolução, do Pensamento Multimodal, da Racionalidade Ambiental (Edgar Morin,
Enrique Leff, Ilya Prigogine, Henri Atlan, Humberto Maturana e Francisco
Varela, Fritjof Capra, Humberto Giannini, Rolando García, Therry Eagleton, Paul
K. Feyerabend, Maurice Godelier, Isabelle Stengers, Ruppert Sheldrake, Bruno Latour,
Jane Jacobs, Serge Gruzinski, Ignacy Sacks, Eduardo Viveiros de Castro, Robert
Woodgate & Robert Redclift).
Da mesma maneira, identificam-se alguns dos Estudos Pós-coloniais e socioambientais
( Enrique Leff, Anibal Quijano, Arturo Escobar, Immanuel
Wallerstein, Boaventura de Sousa Santos,
Walter Mignolo, Arturo Argueta, Daniel de Mato, Nestor Canclini, Ernesto
Laclau, VíctorToledo, entre outros), e sua recepção no Brasil e na América Latina
(Nelson Vergara, James Park, Dimas Floriani, Clovis Cavalcanti, Marcel
Burstyn, Leila da Costa Ferreira, José
Eli da Veiga, José Edmilson de Souza-Lima, Nicolas Floriani, Javier Tobar,
Antonio Elizalde, entre muitos outros) , a fim de estabelecer
bases sólidas para a construção de um projeto comum de pesquisa, embora
respeitando as autonomias relativas que se estabelecem a partir dos subprojetos
de pequenas equipes ou individuais de
pesquisa, que visam justamente trazer contribuições aprofundadas desses temas
com pesquisas singulares.
3.2.
Esses
temas singulares ou subprojetos de
pesquisa deverão partir de um marco teórico comum, a ser construído entre
todos os pesquisadores envolvidos. Posteriormente, é de se indagar se os
avanços propiciados pelos diversos temas individuais permitem oferecer
elementos de validação do marco geral de referência epistemológica para os
estudos relacionados com problemas de ordem socioambiental, (inter)cultural e
política, bem como permitir elaborar metodologias para pesquisas
socioambientais de caráter interdisciplinar, a partir desse exercício de
pesquisas em construção, com referencial teórico comum.
Os
temas de caráter singular e inter-relacionados de maneira
sistemática na pesquisa, versam sobre os seguintes tópicos:
3.2.1. O uso do território e dos bens naturais
que possibilite indagar se a normatividade é capaz de estimular modelos de
desenvolvimento que sejam social e ambientalmente sustentáveis. Ou ainda, de
que maneira a legislação que se relaciona com a questão ambiental acaba por
influenciar a ação dos sujeitos na sociedade e assim repensar a sua
participação nas escolhas públicas e na formulação de normativas capazes de
orientar modelos de desenvolvimento que sejam respeitosos dos direitos humanos
e fundamentais na sua diversidade sociocultural. Verificar como determinados
projetos econômicos de impacto, podem desequilibrar e alterar não apenas os
ecossistemas mas as estratégias de reprodução produtiva, social e cultural de
imensas comunidades.
3.2.2. O estudo
comparativo de experiências acadêmicas sobre os saberes, práticas e políticas de natureza em territórios tradicionais
que manejam sua agrobiodiversidade, em desenvolvimento no Sul do Brasil (em
territórios tradicionais faxinalenses e de pescadores do litoral do estado do
Paraná), no Sul do Chile (em territórios de agricultores-pescadores mapuche
huilliche da Região da Grande Isla de Chiloé), no noroeste da Colômbia
(região montanhosa do Cauca, em territórios das etnias Nasa e Misak) e uma
comunidade indígena de Rondônia, na Terra Indígena Paiterey Garah (Sete de Setembro),
com referências também a algumas comunidades agroecológicas do México, a partir
dos estudos de Narciso Barrera Bassols, consultor internacional deste projeto.
3.2.3. A
identificação de princípios ou de
obstáculos para uma ética ambiental e cívica, capazes de melhor orientar
processos de escolha coletiva de modo a assegurar, ou, ao menos
promover, por um lado, a observação adequada e universal da dignidade
humana, e, por outro, o direito de cada indivíduo e de cada grupo viver em
conformidade com a concepção de vida boa, eticamente amparada e os possíveis
conflitos que emanam entre diferentes modelos de desenvolvimento e de políticas
públicas existentes.
3.2.4. A
apresentação, verificação e análise dos modos
de (re)produção dos conhecimentos, tradições e modernidade, dos saberes
culturalmente enraizados, reinventados e reinterpretados à luz de realidades e
confrontos com os cotidianos e os territórios tensionados por modos de viver da
modernidade, na perspectiva dessas modernidades múltiplas, dos estudos da
interculturalidade, dos imaginários e dos conflitos da (des)colonização do
pensamento latino-americano. Esses estudos serão realizados no Sul austral do
Chile, no sul (Paraná) e no norte do Brasil (Rondônia) e na região montanhosa
do Vale do Cauca (Colômbia) e estudos referenciados no México. Esses estudos
serão conduzidos por alguns dos pesquisadores deste projeto e seus respectivos
orientandos de pós-graduação também inseridos na presente proposta.
3.3. A elaboração e verificação de metodologias
que permitam transitar do teórico ao empírico e deste ao teórico. Para esta
finalidade, são propostas algumas metodologias consequentes com a complexidade
e os imaginários presentes no cotidiano, a partir de referenciais
epistemológicos, buscando um diálogo entre a epistemologia logocêntrica
(fortemente ancorada nas ciências) e a epistemologia cultural (saberes
culturais), para se gerar uma epistemologia da diversidade (ou híbrida) que se
articule com concepções hermenêuticas, holísticas, do pensamento complexo e da
racionalidade socioambiental. Dessa maneira, procura-se construir:
3.3.1. Uma metodologia dos Hologramas Espaciais
(Alicia Lindon), para captar os cotidianos de grupos sociais e comunidades,
desde seus territórios, a fim de desenvolver uma compreensão e uma explicação
dos fenômenos culturais (Nelson Vergara, James Park, JavierTobar, Dimas
Floriani, Frank Mezzomo, José Thomaz Mendes Filho, Katya Isaguirre, Maria do
Rosário Knechtel, José Edmilson de Souza-Lima, Marcelo Stein);
3.3.2. Uma
metodologia ou mais metodologias que permitam a aplicação dos conhecimentos
sistematizados em estudos concretos de populações e comunidades tradicionais,
combinando gestão dos bens comuns, manejo dos recursos naturais e reprodução
cultural da bio-socio-diversidade dos ecossistemas (Nicolas Floriani, Katya
Isaguirre, Francisco Ther Ríos, José Edmilson de Sousa-Lima, Nelson Vergara,
James Park, Adnilson Almeida Silva, Narciso Barrera Bassols);
3.3.3. Uma ou
mais metodologias de Impactos Socioambientais que permitam aferir o grau de
comprometimento dos ecossistemas, dos territórios e da capacidade de reprodução
socioambiental e cultural de grupos sociais e comunidades atingidas ( Geraldo
Milioli, Christian Maciel de Britto,
Ricardo Gama, Rafael Braz, Adriana Ruela).
4.
QUALIFICAÇÃO
E DISCUSSÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA PESQUISA
O Projeto de Pesquisa
Interdisciplinar – ESTUDOS INTEGRADOS EM MEIO AMBIENTE, CULTURA E SOCIEDADE: uma
perspectiva latino-americana – tem
como propósito aprofundar e sistematizar o atual debate sobre o pensamento
socioambiental, na perspectiva de uma epistemologia híbrida e da diversidade
que confronte distintas racionalidades da produção do conhecimento, seja desde
o âmbito das epistemes logocêntricas,
fundamentalmente marcadas pela trajetória das ciências modernas e cujas
epistemologias foram problematizadas por Jean Piaget (1967) quando alertou para
a gênese e a configuração dos problemas internalizados pela filosofia das
ciências, cujas matrizes não derivam unicamente das próprias ciências, mas
igualmente são de ordem meta-científicas (filosóficas) e extra-científicas
(culturais, políticas, religiosas, estéticas, éticas, etc.).
Nessa linha de raciocínio, se
inscrevem atualmente pensadores tais como Prigogine e Stengers (1980), Wallerstein (1996, 2001) e Latour (2004),
para quem a ciência é a expressão dos conflitos semânticos, culturais e
políticos sobre uma infinidade de problemas e soluções criados historicamente
pelas sociedades humanas.
Não poderia ser diferente para
temas vinculados ao atual debate socioambiental, do qual emergem diferentes
desafios para as diversas ciências da natureza, da vida e da sociedade, e para
as populações, comunidades e atores sociais que vivenciam de forma diferenciada
e muitas vezes contraditória, suas relações com a natureza.
O efeito produzido por esses
encontros e confrontos gera resultados bastante imprevisíveis para as práticas
de produção do conhecimento, tanto no interior das comunidades epistêmicas,
como para os grupos humanos, comunidades e populações tradicionais, movimentos
alternativos urbanos, rurais e costeiros e diferentes atores sociais envolvidos
com o debate e as práticas de sustentabilidade socioambientais.
Concepções tradicionalmente
aceitas de uma ciência normal,
estabelecida, monodisciplinar e fechada em si mesma são contestadas intra e extra academia, gerando a emergência de novas propostas de
pesquisa, ensino e extensão, obrigando a novos arranjos institucionais, com a
criação de outra cartografia das ciências, com agrupamentos multi e interdisciplinares.
Na órbita desses corpos de
conhecimento, movem-se as novas orientações e intenções de como os
pesquisadores entendem o que é ciência, o que é produzir conhecimento; como,
com quem e para quem devem ser construídos esses conhecimentos: trata-se de uma
indagação a respeito de se a ciência é pública ou não e se ela é pertinente em
termos dos seus usos sociais (Burawoy,2005) .
Os fatores epistemológicos,
políticos e culturais da produção institucional do conhecimento permitem a
formação de diferentes modalidades técnicas para uma diversidade de tipos de
ciência, constitutivos de diferentes áreas de divisão acadêmico-científica do
conhecimento (tecnociências, ciências puras, aplicadas, teorias hermenêuticas,
etc.). É possível analisar essa
cartografia das ciências, tanto pela sua configuração institucional e interna
do campo científico (Bourdieu, 2001, 2004), como também pelos aspectos
societais, dos usos sociais efetivos ou potenciais das ciências, seu caráter
público e de mercado (Ziman, 2002, Encabo, 2009).
Não se trata de uma mera
questão especulativa, mas de acordo a como são definidos os termos dessa
hermenêutica da ciência, desenham-se diferentes estratégias cognitivas, cujas
implicações possuem um resultado prático, ou de como se pratica a ciência, com
quem e para quem se está produzindo conhecimento.
Este debate, embora polêmico,
seria o preâmbulo sobre o qual se assentam as bases para a pesquisa em torno de uma epistemologia que
mais se aproxima e se identifica com os propósitos, desafios e objetivos de uma
epistemologia da diversidade, capaz de dialogar em diferentes níveis com as
ciências estabelecidas, as ciências em uma situação de metamorfose (oriundas de
metodologias alternativas, como as interdisciplinares) e com os demais saberes
culturalmente enraizados, a partir das críticas que são feitas por diversas
comunidades intra e extra acadêmicas.
Uma epistemologia da
diversidade deve saber combinar o diálogo com as concepções de conhecimento
científico produzidas historicamente pela ciência moderna do Ocidente, com as
críticas, em graus variados, que emergem da própria comunidade acadêmico-científica
sobre essas próprias concepções, e com os demais conhecimentos e práticas
culturais de populações e comunidades que têm uma outra forma de estabelecer
seus vínculos com a natureza ou que sofrem com os efeitos de modelos de
desenvolvimento econômico e social incompatíveis com a maneira de como estão ou
estiveram habituados a interagir com o meio ambiente.
Juntamente com essa
problematização epistemológica sobre a produção do conhecimento e suas
diferentes modalidades, concorrem os estudos associados com os temas de caráter
intercultural, ou seja, aqueles que se inserem nos contextos históricos da
formação social e cultural da América Latina, conhecidos hoje por Estudos
Pós-coloniais (das Epistemologias do
Sul, da Interculturalidade ou da Descolonização do Pensamento).
A formação de grupos de
estudos sobre a descolonização do pensamento ou sobre movimentos ou grupos
subalternos latino-americanos possui diversas origens e vertentes: tanto
acadêmicas como de intervenção social ou híbridas, que combinam reflexão e
ação. O pensamento vinculado com os estudos de Epistemologias do Sul possui
forte intervenção junto a movimentos sociais, especialmente no Forum Social
Mundial, sob a liderança de Boaventura de Sousa Santos (2010).
Alguns desses coletivos nascem
sob inspiração de outras iniciativas, como foi o caso do Grupo de Estudos
Subalternos das Universidades de Pittsburgh e San Diego, que se inspirou no
Grupo de Estudos Subalternos do Sul da Ásia (Beverley, 1998, 2002, Rodriguez,
2005, Bayart, 2009 ).
Não estamos aqui interessados
em fazer um estudo detalhado sobre a formação desses grupos de estudos, embora
o conhecimento de sua área de atuação possa nos auxiliar a entender o alcance
de suas reflexões, os seus propósitos teóricos e políticos e até mesmo suas
implicações ideológicas. Diversos centros de estudos, nas Universidades
norte-americanas, europeias e sul-americanas tiveram uma grande participação e
contribuição para a elaboração desses estudos e a formação de equipes de
pesquisa. O que nos interessa mais, para efeito de pesquisa, pela nossa
proposta, é identificar como
determinados autores e teorias tratam as questões teórico-metodológicas em seus
estudos de caráter aplicado à realidade sócio-política e cultural
latino-americana, com ênfase nos estudos da interculturalidade (Bayart, 2009,
Quijano, 2012, Soja, 2011, Rodney, 1983, de Sousa Santos,2010, Escobar,1997,
Mato, 2002, Mignolo, 2011, Poblete, 2004, Beverley, 1998,2002, Sarlo, 2007,
2010 ).
Paralelamente aos estudos
pós-coloniais (descolonização, interculturalidade e epistemologias do sul)
pode-se incursionar também no debate sobre ‘modernidades múltiplas’, em
contraposição às teorias acríticas ou “inocentes” sobre a globalização
(Floriani, 2011). Por outro lado, os processos históricos e culturais
necessitam de uma reflexão sobre os sujeitos históricos, na condição de atores,
seja na dimensão de suas intervenções coletivas, como também em seus processos
de subjetivação, vinculados com as formações de suas identidades, de suas
memórias e da produção de narrativas e discursos ( Badiou, 2002,
Floriani,2013). Esses longos processos históricos de formações discursivas, de
identidades, podem ser captados igualmente pelo cotidiano das histórias de vida
e pelas pesquisas realizadas por Nelson
Vergara (2009 e 2011), e James Park Key (2011) e de suas inclusões em projetos
coletivos.
A afirmação desses projetos
coletivos e individuais se confrontam igualmente com os conflitos políticos e
com os demais projetos pertencentes ou oriundos de outros espaços de disputas,
possíveis de serem captados em sua institucionalidade normativa (Katya
Isaguirre, José Edmilson de Souza-Lima e Paulo Ricardo Opuszka) ou por
discursos e manifestações políticas e éticas sobre projetos de vida
sustentáveis ( José Thomaz Mendes Filho ). Essa discussão assume hoje uma
dimensão política significativa, com a emergências de grupos de contestação
urbanos e rurais, em escala mundial, e o ressurgimento de movimentos
identitários dos povos originários na América Latina (Rojo, 2006, Bengoa,2000).
Como já antecipado, no momento
inicial, quando foram apresentados os temas que nortearão as pesquisas
empíricas da equipe de pesquisadores envolvidos no presente projeto,
pretende-se com eles aprofundar problemas e questões que se articulam entre si,
sob diferentes facetas; daí a perspectiva de que sejam abordados de forma
integrada, interdisciplinar e em concomitância temporal, uma vez que se
inscrevem num presente que traz consigo as raízes históricas de sua inscrição
latino-americana.
Finalmente, a articulação
dinâmica entre os fundamentos teóricos do projeto com o terreno, no qual se
identificam e que pretendem sistematizar, problematizar e analisar os temas
empíricos das pesquisas, permitirá que se aprofundem propostas metodológicas
relativas aos principais aspectos da realidade estudados, permitindo assim
contribuir para o avanço crítico do conhecimento ( Conforme nos mostra mais
abaixo a FIGURA 1. Modelo Esquemático das Três Grandes Etapas
do Projeto de Pesquisa).
Por sua vez, o envolvimento dos sujeitos da
pesquisa em diferentes etapas do processo de construção e avaliação do
conhecimento, de comum acordo com os pesquisadores, permitirá colocar em
prática uma nova atitude cognitiva e ética, capaz de visibilizar os resultados da pesquisa, tornando-os
acessíveis e de acordo com uma visão de ciência pública e pertinente (BURAWOY,
2005, ENCABO, 2009, STENGERS, 2002).
5.
ETAPAS
DA PESQUISA E PROGRAMA DE ATIVIDADES
Para cumprir com as sucessivas
etapas integradas da pesquisa, busca-se destacar claramente um programa de
atividades contendo, cada uma delas, uma agenda de ações estreitamente
associadas às diferentes fases da pesquisa, assim apresentadas:
A Etapa 1 definida para a
Elaboração de Modelos Teórico-Metodológicos está assim constituída, em termos
de conteúdo temático:
5.1. Identificação
e problematização de algumas das principais teorias da ciência, de origem
moderna e Ocidental, que são caracterizadas na presente pesquisa como
pertencentes ao quadro das racionalidades logocêntricas (ou de racionalidade
tecnocientífica), apresentadas pela história da ciência, filosofia, sociologia
e antropologia da ciência. Trata-se de mapear as principais concepções, por
aquilo que se convenciona aceitar nos debates acadêmicos em suas diferentes
etapas durante o século XX, com os elementos de ruptura nos anos que inauguram
o século XXI. A principal pergunta nesta etapa de discussão sobre ciência a ser
respondida corresponde a identificar quais o principais fatores da
conjunção/disjunção (intra e extra científicos) que contribuem melhor para o entendimento sobre o significado de ciência,
uma vez que este já não é unânime, como pretendia ser durante a primeira etapa
dos debates epistemológicos do século XX. Embora esses dissensos já se
manifestavam nos debates epistemológicos de meados do século XX, entre algumas
disciplinas das ciências físico-matemáticas e naturais, representadas pelo
positivismo, neo-positivismo e pelo racionalismo crítico
(Popper,Lakatos,Polani) e pelas críticas radicais de Feyerabend, o debate atual
é muito mais crucial e corresponde a uma espécie de “dessacralização” da imagem
da ciência, envolvendo múltiplas dimensões no interior das comunidades
epistêmicas, mas também fora delas (LATOUR, 2004, KNORR CETINA,2005) .
Para reforçar o argumento de
que as mudanças de paradigmas não ocorrem apenas no interior dos cânones
científicos (embora possíveis críticas entre as ciências legitimadas possam
contribuir para enfraquecer algumas de suas concepções), busca-se apoios nas
alternativas epistemológicas advogadas por Piaget (1967), Feyerabend (2013),
Prigogine e Stengers (1979, 2002), Latour (2004), De Sousa Santos (2010), Leff
(2006), entre outros.
5.2.
Na
etapa 2, das discussões teórico-metodológicas, busca-se articular as diferentes
concepções e embates de uma epistemologia da diversidade com as epistemologias
apoiadas na racionalidade logocêntrica e sua contestação, em territórios extra-científicos,
da crítica política e cultural aos modelos hegemônicos, com pouco eco ainda no
interior de instituições acadêmicas, mas que contestam a hegemonia da
racionalidade logocêntrica, buscando diálogo com saberes e práticas de outros
territórios, tais como movimentos e organizações sociais que contestam aquelas
racionalidades logocêntricas. Uma dessas expressões são os estudos
pós-coloniais, de descolonização da ciência ou das chamadas Epistemologias do
Sul, e do debate sobre interculturalidade, globalização e as epistemologias
alternativas, tais como das feministas. Pode-se dizer que a crítica ao padrão hegemônico
centrado nas epistemologias logocêntricas, encontra abrigo nas chamadas epistemologias da diversidade, da diferença e da pluralidade das ‘modernidades
múltiplas’.
5.3.
Finalmente,
na etapa 3 dos debates teóricos ou epistemológicos, enfrenta-se com os posicionamentos
dos atores e dos movimentos sociais que se articulam em forma de resistência e
de contestação ao modelo de desenvolvimento dominante, e cuja expressão se
identifica pela alternativa das concepções de sustentabilidade, das práticas e
saberes diferentes aos impostos pelos mercados globais e pelos Estados
Nacionais.
FIGURA 1. MODELO
ESQUEMÁTICO DAS TRÊS GRANDES ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA
ETAPA 1. ELABORAÇÃO DE MODELOS
TEÓRICO-METODOLÓGICOS
|
Objetivo
principal:
Elencar, propor e
elaborar parâmetros indicadores de desenvolvimento socioterritorial,
possibilitando gerar modelos comparativos entre as realidades latino-americanas
estudadas;
Objetivo
Operacional:
A partir da
problematização coletiva (dos grupos de pesquisa envolvidos) do corpo teórico
e das metodologias utilizadas para aproximação e compreensão das realidades
socioambientais;
|
ETAPA II.
INSERÇÃO DOS GRUPOS E DAS ABORDAGENS COMUNS DE PESQUISA
|
Objetivo principal:
Realizar, concomitantemente, as pesquisas
empíricas nas quatro comunidades tradicionais rurais latino-americanas
Objetivo Operacional:
A partir do processo dialógico com
as lideranças locais e outros atores sociais envolvidos (ONGs, Poder público,
sindicatos, etc.), traçar formas de inserção social e abordagens
investigativas participativas em quatro comunidades rurais tradicionais
(quatro países).
|
ETAPA III.
PRODUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DE PESQUISA
|
Objetivo Principal:
Análise,
verificação, tradução e socialização e reflexão dos resultados produzidos,
junto à comunidade envolvida;
Objetivo
Operacional:
A partir de
oficinas participativas, estabelecer mecanismos comunicativos eficientes
entre os sistemas de conhecimento (científico e vernacular) para expor os
resultados, construindo conjuntamente propostas alternativas de melhoria das
condições socioambientais locais.
|
6. OBJETIVOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
6.1.
Propiciar o aprofundamento dos fundamentos epistemológicos das teorias da
complexidade, do holismo sistêmico, do confronto de racionalidades oriundas de
racionalidades logocêntricas (científicas) com as racionalidades culturais
(híbridas), na perspectiva do pensamento pós-colonial ou da descolonização, em
que se privilegie a produção de uma Epistemologia do Sul, sem deixar de
reconhecer a necessidade de diálogo entre as diferentes epistemologias
ocidentais (Nórdicas) e as do extremo-ocidente, como as latino-americanas. Uma
das metas propostas neste primeiro objetivo é a realização de seminários temáticos
em que se revisitem os principais autores que inspiram esses estudos,
procedendo inicialmente ao levantamento do estado da arte desse debate.
6.2. Retroalimentar
as discussões e a produção de textos com as pesquisas temáticas empíricas,
acima indicadas, (para serem publicados em forma de artigos para periódicos),
capítulos de livros, e livro a partir dos produtos gerados pelas discussões
comuns e pelas pesquisas empíricas de cada um dos tópicos apresentados.
6.3. Derivar
dos estudos teóricos e empíricos empreendidos pelo projeto, orientações
metodológicas capazes de se constituírem em instrumentos e ferramentas para
diferentes modalidades de subprojetos de pesquisa, tais como Mapas Cognitivos
para estudos de agroecologia; Métodos da Cartografia Socioambiental para medir
projetos socioeconômicos de impacto; Métodos do Pensamento Multimodal;
Indicadores de Sustentabilidade que incorporem dimensões imateriais do
desenvolvimento socioambiental; Métodos de Holograma Espacial, para comunidades
urbanas, rurais e costeiras; Métodos para aferir processos interculturais
(produção discursiva e literária).
6.4. Promover
encontros da equipe completa de pesquisadores (docentes e discentes) em três
momentos da pesquisa (a cada um dos 3 anos de duração do projeto), com atividades
internas e externas. Do ponto de vista interno da equipe, apresentar os
resultados e os balanços realizados em cada uma das etapas; do ponto de vista
externo, promover atividades acadêmicas nos programas de pós-graduação
envolvidos, além de contar com a participação de atores privilegiados (os
sujeitos das pesquisas empíricas), para que avaliem o próprio trabalho que é
feito sobre suas comunidades. Esta participação dos sujeitos da pesquisa é
muito importante não apenas para avaliar a pertinência das reflexões e
metodologias em andamento, mas também para devolver à sociedade aquilo que lhe
é devido, pelos usos sociais e pela produção de uma ciência pública.
7.
METODOLOGIA
A SER EMPREGADA
7.1.
As
metodologias serão variadas em suas diversas etapas do projeto. A primeira
delas remete-se à leitura, sistematização e discussão de temas e categorias de
análise do marco teórico geral, que compreende a abordagem dos aspectos
epistemológicos das ciências que apontam para as teorias da complexidade, do
holismo sistêmico, da racionalidade ambiental, do pensamento multimodal; em um
segundo momento, a mesma sistemática para os estudos sobre interculturalidade,
diálogo de saberes, estudos pós-coloniais e subalternos. Ambos procedimentos
implicam em trocas sistemáticas entre os pesquisadores das universidades
envolvidas e, no final de cada uma das sub-etapas a produção de relatórios
sobre as discussões, ordenando-os por temas que estão diretamente dirigidos para
os subprojetos empíricos de pesquisa.
A partir desses relatórios
compostos por diversas áreas temáticas, o objetivo é produzir textos em um
nível mais aprofundado e avançado para que se tornem objeto de publicação em
revistas nacionais e internacionais. Para tanto, estão previstos seminários
entre as equipes nacionais e internacionais, presencial (conforme previsto no
cronograma de atividades e no orçamento) e virtual por correio eletrônico e via
Skype.
7.2. As
metodologias sobre os temas dos trabalhos empíricos, alguns deles já em franco
desenvolvimento pelos diversos pesquisadores envolvidos, dependerão dos
resultados parciais e finais de cada uma dessas pesquisas, a fim de gerarem
insumos para a elaboração de metodologias aplicáveis aos casos indicados:
1) para captar os cotidianos de grupos
sociais e comunidades, desde seus territórios, a fim de desenvolver uma
compreensão e uma explicação dos fenômenos culturais; 2) para a aplicação dos conhecimentos
sistematizados em estudos concretos de populações e comunidades tradicionais,
combinando gestão dos bens comuns, manejo dos recursos naturais e reprodução
cultural da bio-socio-diversidade das comunidades escolhidas para os estudos; 3)
para aferir o grau de comprometimento dos ecossistemas, dos territórios
e da capacidade de reprodução socioambiental e cultural de grupos sociais e
comunidades atingidas pelos projetos de impactos socioambientais.
8.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ATIVIDADES
|
6 meses
|
12 meses
|
18meses
|
24 meses
|
30 meses
|
36 meses
|
Estado da Arte - Leituras
|
X
|
X
|
|
|
|
|
Seminários-Leituras-Debates
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
|
Elaboração de Textos
|
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Pesquisas Empíricas
|
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Elaboração/ Orientação Teses
|
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Encontros Internacionais – Avaliações e
Balanços Pesquisa
|
|
X
|
|
X
|
|
X
|
9.
IDENTIFICAÇÃO DOS DEMAIS PARTICIPANTES DO PROJETO
INTERNACIONAIS
(Pesquisadores)
- Narciso Barrera Bassols –
(Consultor Internacional) Universidad Autónoma de Querétaro (México) -- http://filosofia.uaq.mx/
- Nelson Ricardo Vergara Muñoz – CEDER – Universidad de Los
Lagos (Chile)
NACIONAIS (Pesquisadores)
- Dimas Floriani (Coordenador do Projeto) – UFPR – Curitiba
– PR
- Adnilson Almeida Silva - UNIR – Rondônia – RO
- Frank Mezzomo – FECILCAM – UNESPAR – Campo Mourão – PR
- Geraldo Milioli –
UNESC – Criciúma – SC
- José Edmilson de Souza-Lima – UNICURITIBA/MADE-UFPR –
Curitiba – PR
- José Thomaz Mendes Filho – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Katya Isaguirre – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Maria do Rosário Knechtel – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Nícolas Floriani – UEPG -
Ponta Grossa – PR
- Osvaldo Heller da Silva – UFPR – Curitiba – PR
DOUTORANDO(A)S
- Adriana Ruela – Sociologia – UFPR – Curitiba – PR
- Alexandre Nicoletti Hedlund – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Christian Maciel de Britto – Sociologia – UFPR – Curitiba
– PR
- David Fadul – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Guilherme Leonardo Freitas Silva – MADE/UFPR – Curitiba –
PR
- Juliano Strachulski
- Geografia – UEPG
- Mara Rubia Monteiro – Sociologia – UFPR – PR
- Marcelo Stein de Lima
Sousa – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Rafael Braz da Silva– Sociologia – UFPR – Curitiba – PR
- Ricardo Gama – Sociologia – UFPR – Curitiba – PR
MESTRANDO(A)S
- Adelita Staniski (Geografia – UEPG – PR)
- Felipe Amaral – Sociologia – UFPR – PR
- Lilian Kotviski Fiala – MADE/UFPR – Curitiba – PR
CV: http://lattes.cnpq.br/1976320161963121
- Melina Gunha – MADE/UFPR – Curitiba – PR
- Natália Sibuya – MADE/UFPR – Curitiba.
10.
INDICAÇÃO DE COLABORAÇÕES OU PARCERIAS JÁ ESTABELECIDAS COM OUTROS CENTROS DE
PESQUISA NA ÁREA.
Os diversos programas de
pós-graduação envolvidos com esta proposta de pesquisa possuem diversos
convênios internacionais já firmados. No presente caso, existem convênios
assinados entre a Universidad de Los Lagos – ULA- (Centro de Estudios en
Desarrollo Local y Regional) com as Universidades Federal do Paraná –UFPR
– (Pós Graduação Interdisciplinar em
Meio Ambiente e Desenvolvimento e Pós Graduação de Sociologia), Universidade
Estadual de Ponta Grossa – UEPG –
(Pós-Graduação em Geografia) e Universidade do Extremo Sul Catarinense –
UNESC – (Pós Graduação em Ciências Ambientais) e proximamente com a
Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR – (Programa de Mestrado em
Desenvolvimento e Sociedade). Estes convênios são efetivos desde 2007 e não
apenas no papel e significam concretamente a ida e vinda de pesquisadores do
Brasil ao Chile e vice-versa, bem como intercâmbio entre alunos, com bolsa
sanduíche. Está previsto para 2015 um estágio com bolsa sanduíche para um
doutorando e uma mestranda da UEPG, no CEDER da ULA (sul do Chile). Desde junho deste ano (2014) está em Osorno
um doutorando da Sociologia que vem observar e interagir com pesquisas sobre
pesca artesanal e estudos costeiros no sul do Chile, sob a orientação do
Prof.Dr. Francisco Ther Ríos, consultor deste projeto e diretor do projeto de
Pesquisa ATLAS - http://complejidadterritorial.ulagos.cl/
Os pesquisadores Javier Tobar
(Colômbia – Universidad del Cauca) e
Narciso Barrera Bassols (México – Universidad Autónoma de Querétaro)
fazem parte da rede de pesquisadores em interação com a UFPR e UEPG e são
autores de capítulos de livros organizados pela Red Casla/Cepial que coordena
uma série editorial temática intitulada Semeando
Novos Rumos / Sembrando Nuevos
Senderos, coleção composta de 12 títulos e aprovada pela Editora da UFPR. A
edição de boa parte dos 12 livros está prevista para ser lançada no final de
2014.
Mais recentemente, firmou-se
convênio entre a Pós-Graduação em Sociologia, a Pós-Graduação Interdisciplinar
em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR
e a Université Catholique de Louvain (Centre d’Études du Développement –
GRIAL – Groupe de Recherche Interdisciplinair sur l´Amérique Latina, coordenado
pela Profa. Dra. Isabel Yepez, (http://www.uclouvain.be/grial.html ),
principalmente para programas de mobilidade entre professores e alunos, em
temas de pesquisa voltadas ao desenvolvimento, meio ambiente, temas culturais e
de gênero.
Foram realizados também contatos
efetivos com pesquisadores pertencentes ao
Programa de Pós-Graduação em Educação
Ambiental – PPGEA - da Universidade
Federal do Rio Grande, na área de Educação Ambiental e com o Departamento de
Ciência Política da UAB de Barcelona (Espanha),no âmbito da gestão pública,
governo local, participação cidadã e análise de políticas públicas.
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O
caráter e a dimensão desta proposta de pesquisa tem abrangência
latino-americana, pelo próprio envolvimento que o proponente possui nas atividades
acadêmica e social no subcontinente: 1) como Professor Visitante, Consultor e Pesquisador do Centro de Estudios en Desarrollo Regional y Local
(CEDER) da Universidad de Los Lagos, Osorno, Chile, no Programa de
Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) de Ciências Sociais em Estudos
Territoriais (http://ceder.ulagos.cl/index.php/maestrias-2/doctordado/ ); 2)
como coordenador acadêmico da Red CASLA/CEPIAL (responsável pela realização de
Congressos e Encontros sobre Cultura, Educação e Integração da América Latina –
CEPIAL; o último Congresso (III CEPIAL) foi realizado em julho de 2012 em
Curitiba – PR – www.cepial.org.br e o
próximo (IV CEPIAL) será realizado na Região de Los Lagos, no Chile em janeiro
de 2015 ), sob o patrocínio da Universidad de Los Lagos (ULA). As atividades do
Congresso CEPIAL permitiram desenvolver projetos de edição de uma série
temática bilíngue, em andamento, pela Editora da UFPR, com 12 livros cujo título da coleção é Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos ( http://redecaslacepial.blogspot.com.br/ ).