Projeto de Pesquisa registrado no CNPq cujo objetivo é reunir pesquisadores latino-americanos, com metodologia interdisciplinar, por meio de pesquisas, seminários e publicações em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade. Este projeto (2015-18) é coordenado pelo Prof. Dr. Dimas Floriani, responsável pela linha de Pesquisa em Epistemologia e Sociologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR e inserido na Rede Internacional CASLA-CEPIAL Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos (Coordenação Geral de Casa Latino-Americana - CASLA). Clique para acessar o projeto.


ESTAMOS INICIANDO UMA NOVA CAMINHADA EM 2019. Registramos novo projeto de pesquisa no CNPq (2019-2021), com o título de:
CONFLITOS DO SOCIOAMBIENTALISMO DESDE AS MARGENS: as intermitências do desenvolvimento e da democracia na América Latina.
Estamos associando ao projeto o(a)s doutorando(a)s da Linha de Epistemologia Ambiental do PPGMADE (UFPR).



domingo, 13 de dezembro de 2015

Ata no. 19 de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, (elaborada pelo Prof. Dr. José Thomaz Mendes Filho) ocorrida em 9 de dezembro de 2015, nominalmente a partir das 14 horas e 30 minutos, na Casa Latino-Americana (CASLA).
Presentes: Prof. Dimas Floriani, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Profª Maria do Rosário Knechtel, Alexandre Hedlund, David Fadul, Guilherme Silva, João Vitor Fontanelli Santos e José Thomaz.
1. Preliminares. Profª Lucia Helena disse pretender dedicar-se a atividade de escrever, e apresentou justificativa para ausência de Cláudia, por convalescença. Prof. Dimas apresentou ao grupo o sociólogo e mestre em antropologia social João Vitor Fontanelli Santos. Informou também sobre o I Encontro Nacional sobre Tendencias e Desafios Ambientais (I Entenda), ocorrido nos dias 25 e 26 de novembro de 2015 em São Luís. Prof. Dimas disse ver uma ponte interessante entre a área de atuação de João Vitor e atividades desenvolvidas no âmbito da Rede CASLA-Cepial. Profª Maria do Rosário chegou. Prof. Dimas disse que Edmilson havia justificado, previamente, sua ausência. Seguiu-se breve comentário sobre o processo de seleção de candidatos ao Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (MADE). Profª Lucia Helena comentou sobre o número significativo de suicídios na população indígena. João Vitor fez breve menção a seus temas de interesse: trabalho com comunidades tradicionais e com populações indígenas, e fez menção à tribo dâw, contemplada em sua dissertação de mestrado. Citou também ao povo indígena caigangue, que, segundo disse, conta 12 mil pessoas no Paraná e 34 mil pessoas no Sul do Brasil. Disse que a renda dos caigangues provém da venda de artesanato e de benefícios sociais. Fez breve menção à política curitibana de casa de passagem, na qual reconhece a necessidade de separar a população de rua em grupos segundo características identitárias. Disse que casais podem permanecer até 20 dias em uma casa de passagem. Disse que a presença de indígenas na cidade é consequência de esbulho por eles sofrido em suas terras de origem. Disse que 80% dos caigangues que chegam a Curitiba provêm da reserva indígena Rio das Cobras, localizada, assim o disse, no município de Laranjeiras do Sul. Profª Maria do Rosário perguntou sobre o tempo de permanência dos indígenas na casa de passagem. João Vitor disse ser de 20 dias. Profª Lucia Helena perguntou se não seria interessante haver um conselho, no sentido de dar visibilidade à população indígena. Profª Maria do Rosário perguntou que práticas os educadores sociais fazem. João Vitor citou crianças em situação de rua, acompanhando suas mães. Profª Lucia Helena disse ser importante falar não só do índio na cidade, mas também da trajetória do índio que vem à cidade, e considerou que sua visibilidade só ocorrerá se ele trouxer sua cultura para a cidade. Pro. Dimas mencionou o Prof. José Roberto Vasconcelos Galdino, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Disse que a CASLA conta com a assistência jurídica de advogados que atuam na CASLA-Jur, e reconheceu a necessidade de consultar os indígenas em situações que exercem impacto sobre eles. Profª Maria do Rosário fez menção ao educador social e a sua importância. Thomaz perguntou como acontece o mencionado esbulho. João Vitor disse que se trata de um processo histórico de afastamento do indígena de suas terras. Prof. Dimas fez menção ao Prof. Jorge Montenegro, do Departamento de Geografia, Setor de Ciências da Terra da UFPR, e ao Prof. Alfredo Wagner, da Universidade do Estado do Amazonas, relacionando-os ao debate sobre populações tradicionais. E disse da intenção de convidar um filósofo de formação para integrar o Grupo de Pesquisa. Profª Maria do Rosário fez menção à Profª Ana Tereza Reis da Silva, da Universidade de Brasília, destacando o interesse da referida professora pela educação ambiental.
2. Considerações sobre as teses em andamento.
2.1 Guilherme Silva: identificou como marcos teóricos a teoria das representações do psicólogo social francês nascido na Romênia Serge Moscovici e a psicologia cognitiva do epistemólogo suíço Jean Piaget. João Vitor despediu-se e ausentou-se. Profª Lucia Helena indagou sobre o objeto da pesquisa e se o trabalho contemplaria as representações dos discentes, e destacou a importância de identificar percepções. Prof. Dimas disse da importância de identificar, também, ausências. Profª Lucia Helena disse que a ideia de hipótese tem matriz em contextos de verificação. Profª Maria do Rosário considerou que hipótese trabalha com quantidade. Prof. Dimas ponderou que as coisas servem a um público e não a outro. Profª Lucia Helena localizou no trabalho do sociólogo, psicólogo social e filósofo francês Émile Durkheim a origem das representações sociais, desvinculando-as da Psicologia; citou o filósofo, economista e psicanalista francês nascido no Império Otomano Cornelius Castoriadis, e o professor francês Gilbert Durand, relacionando este último ao estudo das estruturas antropológicas do imaginário. Prof. Dimas citou a professora francesa Denise Jodelet, e recomendou consulta à obra do pedagogo e filósofo Moacir Gadotti. Guilherme concordou. Profª Lucia Helena apresentou a questão de como o imaginário institui, ou não, práticas. Thomaz disse ser possível adotar Moscovici e Piaget, autores do século XX, como marcos teóricos, contanto que se identifiquem referências no século XXI que revelem que as contribuições desses autores continuam, por assim dizer, vivas, e relevantes nas respectivas áreas de atuação. Partindo do mencionado contexto da educação ambiental, considerou também uma diferença importante entre a educação de adultos e a educação de não adultos, no particular em que adultos devem poder escolher se querem ou não receber determinado tipo de educação, enquanto que essa decisão, no caso de não adultos, cabe a quem por eles seja responsável. Prof. Dimas considerou que o imaginário se situa próximo do mito, e que o mito é atemporal; e fez menção ao Prof. Nelson Vergara Muñoz, do Centro de Estudios Regionales da Universidad de Los Lagos (Chile), por seu trabalho com quotidiano e imaginário. Profª Maria do Rosário disse ter material proveniente da Espanha. Guilherme citou ainda o filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno, no contexto dos temas autonomia e heteronomia.
2.2 Alexandre Hedlund: disse trabalhar com os temas espaço marginal, cultura do controle e marginalidade urbana. Que a questão central em sua pesquisa é o espaço marginal, a exclusão e a invisibilidade do subalterno, e a fragilidade epistêmica da marginalidade. Prof. Dimas indagou sobre se vale ou não apena incluir os excluídos, no sentido particular de saber se eles querem, ou não, ser incluídos. Citou o filósofo italiano Giorgio Agamben, relacionando-o à “biopolítica”, e o filósofo francês Michel Foucault. Profª Lucia Helena fez menção a saberes ambientais. Alexandre fez menção ao livro Os Condenados da Terra (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968), originalmente publicado em língua francesa com o título Les Damnés de la Terre (Paris: Maspero, 1961), de autoria do psiquiatra, filósofo e ensaísta francês Frantz Fanon; e também ao conceito de Homo sacer. Prof. Dimas citou a filósofa política belga Chantal Mouffe e o filósofo esloveno nascido na Iugoslávia Slavoj Žižek. Profª Maria do Rosário disse da necessidade de se ter um ideal. Prof. Dimas fez menção ao livro Mil Platôs (São Paulo: 34, 1995), originalmente publicado em língua francesa com o título Mille Plateaux (Paris: Minuit, 1980), de autoria do filósofo Gilles Deleuze e do intelectual Félix Guattari, ambos franceses; e também ao livro Manicômios, Prisões e Conventos, (São Paulo: Perspectiva, 2015) de autoria do cientista social, antropólogo, sociólogo e escritor canadense Erving Goffman, originalmente publicado em língua inglesa com o título Asylums: essays on the social situation of mental patients and other inmates (New York: Anchor Books, 1961). Comentou que, com a experiência nessas instituições, os indivíduos, por assim dizer, deixam de ser o que eram e passam a ser outras pessoas. Profª Maria do Rosário comentou que as pessoas que trabalham nessas instituições também sofrem influência do ambiente. Prof. Dimas e Profª Maria do Rosário mencionaram o livro Vigiar e Punir: nascimento da prisão (Petrópolis: Vozes, 1987), de Michel Foucault, originalmente publicado em língua francesa com o título Surveiller et Punir : naissance de la prision (Paris: Gallimard, 1975). Alexandre fez menção ao problema de considerar os componentes material e simbólico.

2.3 David Fadul: disse já haver falado sobre o desenvolvimento de sua tese na reunião próxima passada. Prof. Dimas disse ser importante identificar se existe diferença de grau ou de natureza entre os sujeitos cognoscentes individual e coletivo; e considerou marginal o direito coletivo no sentido de que a racionalidade do direito desenvolve-se a partir da perspectiva do indivíduo. David esclareceu não propor exclusão mútua entre sujeito individual e sujeito coletivo. Prof. Dimas mencionou o livro Massa e Poder (São Paulo: Companhia das Letras, 1992), originalmente publicado em língua alemã com o título Masse und Macht (Düsseldorf: Claassen, 1960), de autoria do escritor búlgaro-britânico Elias Canetti, laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1981, e também, por seu trabalho na área de etologia, racionalidade e irracionalidade, Konrad Lorenz, biólogo austríaco nascido no Império Austro-Húngaro e agraciado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou de Medicina em 1973. Reconheceu na obra de Deleuze e Guattari a ideia de agenciamento. Disse da importância de não se simplificar exageradamente a manifestação dos autores, e observou que a afirmação de que cada indivíduo age no coletivo por causa da coletividade é tautológica se não se explicar como ocorre essa ação e em que medida há multiplicidade de situações que possibilitem entender que o comportamento coletivo não é algo naturalizado ou essencializado, válido para todas as circunstâncias e indivíduos. Curitiba, 12 de dezembro de 2015.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Minuta de memória No. 18 da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental (elaborada pelo Prof. Dr. José Thomaz Mendes Filho)
ocorrida em 13 de novembro de 2015, nominalmente a partir das 14 horas, na Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, José Edmilson de Souza Lima, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Profª Maria do Rosário Knechtel, Claudia Picone, Alexandre Hedlund, David Fadul, Guido Mejías, Guilherme Silva e José Thomaz. 1. Considerações iniciais. Prof. Edmilson deu início à reunião, informando que o Prof. Dimas enviara ponderações sobre cada texto, e informou que a Profª Lúcia Helena também tem contribuições, além das dele, que formatara o trabalho. Sugeriu que cada um seja instado a mexer no texto, observando dois momentos: o prazo junto ao Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (Ppgmade), e um refinamento com vistas a publicação em 2016. Considerou a existência de duas etapas burocráticas: o trabalho coletivo e os projetos individuais. Thomaz considerou a necessidade de os doutorandos dedicarem-se à elaboração dos projetos de tese. Profª Lúcia Helena considerou a necessidade de, nos projetos, conceber o problema de pesquisa. Prof. Dimas chegou. Profª Lúcia Helena informou-lhe, brevemente, sobre de que se tratava na reunião. Prof. Dimas disse sentir falta da presença de Katya, em especial no que se refere a dinâmica da ação social, dos atores. Edmilson fez menção a demandas burocráticas. Claudia chegou. Prof. Dimas considerou que as exigências são e não são burocráticas: que o são tendo em vista a data definida pela coordenadoria do Ppgmade, e que não o são porquanto o que caracteriza a etapa é a apresentação do trabalho de cada doutorando. Considerou faltar ao menos três meses para que se possa construir um texto para publicação. Guilherme chegou. Profª Maria do Rosário chegou.
Alexandre lembrou que a apresentação da linha de Epistemologia Ambiental está agendada para a manhã do dia dez de dezembro próximo. Prof. Dimas propôs uma rodada sobre o entendimento dos doutorandos e do mestrando. Considerou a possibilidade de elaborar um dossiê a ser encaminhado a um periódico qualificado no estrato A1 no Qualis da Capes. Citou a revista Sociologias, e considerou a necessidade de, para uma publicação nesse estrato, contemplar adequadamente a literatura internacional.
2. Considerações sobre as teses e a dissertação em andamento. Prof. Dimas propôs que os doutorandos e o mestrando  falassem sobre o que significou seguir essa mais recente abordagem, e sobre aproximações e distanciamentos entre interesses de pesquisa dos doutorandos e do mestrando. Reconheceu proximidade entre interesses de pesquisa de Alexandre e Guido; e entre os de Claudia, David e Guilherme. E considerou que o modo como cada um trata do interesse de pesquisa depende dos projetos individuais. Profª Maria do Rosário lembrou que, em outras turmas, se requeria um capítulo que caracterizava a interdisciplinaridade. E considerou que, atualmente, o enfoque é mais epistemológico, enquanto outrora era mais metodológico.
Profª Lúcia Helena identificou originalidade no texto de David. Gostou, nele, do “emaranhado”. Com referência os textos em geral, disse achar falta de diálogo entre autores e de tensionamento. E considerou a necessidade de melhorar a redação do texto. Disse ver dificuldade especial na construção do texto, na discussão e no tensionamento. E aconselhou reflexão profunda, utilizando os autores de modo crítico ou como fonte inspiradora. Alertou para a necessidade de precisão conceitual, e de, se for o caso, dizer, nitidamente, que se trata do entendimento do autor do texto. Considerou a inadequação de fazerem-se afirmações categóricas sem haver lido a obra dos autores; e a necessidade de suavizar ou aliviar os textos. E exemplificou com uma clássica referência: a identificação das coisas com o bem ou com o mal. Edmilson considerou que uma abordagem assim maniqueísta seria, por assim dizer, a infantilização da epistemologia. Profª Lúcia Helena considerou a necessidade de pensar a ambivalência no interior do raciocínio que se desenvolve. Prof. Dimas fez menção a estilos, e reconheceu a diferença entre habilidades, e que tal diferença não deve diminuir nem engrandecer pessoa alguma. Considerou que, em geral, o aluno de pós-graduação se coloca algumas expectativas, que precisam contar com sanção institucional; que há cânones aceitáveis em uma tese de doutorado. Sugeriu que os criativos procurem mesclar formalidade e criatividade. Advertiu para a necessidade de demonstrar o que se pretende por meio do equilíbrio, não se submetendo aos autores, nem os repetindo. Profª Lúcia Helena considerou que o trabalho se insere em contexto social, e que, por assim dizer, “não se reinventa a roda”. Fez referência a uma intérprete de Simone de Beauvoir que teria considerado como a mencionada escritora francesa se colocava imersa para compreender sua subjetivação.   Profª Lúcia Helena perguntou se poderia apresentar os comentários. Prof. Dimas disse que sim. Passou-se então aos comentários dos doutorandos e do mestrando sobre suas experiências no desenvolvimento das teses e da dissertação.
2.1 Guido: disse reconhecer na Sociologia uma epistemologia mui rígida. Profª Lúcia Helena disse não haver necessidade de mergulhar na teoria, e sim de identificar referenciais teóricos para desenvolver o tema. Prof. Dimas disse que políticas públicas, democratização, e atores subalternos são possibilidades para trabalhos com sociologia política; mas que é necessário cuidar para que o trabalho não resulte raso. E que, caso o trabalho contemple interacionismo simbólico ou microssociologia, há que conhecer os autores relevantes nesses domínios.
2.2 Alexandre: disse que compartilha das questões de Guido; que sente falta de emancipar-se em relação aos textos trabalhados; que acha falta de vincular espaço marginal, que reconheceu como tema de origem, com epistemologias e meio ambiente, e indagou sobre como relacionar os três. Prof. Dimas disse que talvez isso exija muito de Alexandre. Profª Lúcia Helena advertiu quanto ao perigo de tratar de temas a partir da abordagens de tipo verdadeiro ou falso, diante das falhas e imperfeições da vida moderna. Edmilson reconheceu que Alexandre é cuidadoso no processo de divulgar frutos de reflexão. Alexandre disse achar que o trabalho ainda se encontra consideravelmente abstrato. Profª Lúcia Helena fez referência ao engenheiro mexicano e doutor em economia
Enrique Leff, dizendo que em sua fase ecomarxista o autor se dedicava mais à materialidade, à concretude dos modos de produção. Ao professor português, Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, Boaventura de Sousa Santos, no particular em que ele se refere a imaginários. Destacou a importância de se buscar compreender como esses imaginários fundam comportamentos, influenciam leis, interferem em visões de mundo. Prof. Dimas fez menção ao filósofo francês Michel Foucault, em particular o livro que, vertido ao português, ganhou o título As Palavras e as Coisas: uma arqueologia das ciências humanas (São Paulo: Martins Fontes). Considerou que Leff não mais precisa autoafirmar-se: que o autor cita pouco, e critica, a Antropologia; e que conhecimento funda e legitima ideias como lei e crime. Alexandre considerou a oposição entre visível e invisível, lugar (Direito) e não lugar (marginal). Citou o professor de Sociologia francês Loïc Wacquant, relacionando-o à expressão “precariado” e a marginalização; o jurista e sociólogo britânico David Garland, na qualidade de crítico de Foucault; e considerou que a comunidade, em um sentido importante, não se permite mais o encarceramento, citando, nesse particular, o uso de tornozeleira eletrônica. E disse do risco de ele se apaixonar pelo tema de pesquisa.
2.3 Claudia: disse querer conhecer melhor a obra do sociólogo francês Louis Quéré, no contexto da relação entre epistemologia e práxis; citou o intelectual francês nascido em Camarões Dominique Wolton. Considerou haver diferença entre comunicação praxeológica e comunicação instrumental, e que, atualmente, o receptor é mais ativo que outrora. Disse que acha que sua pesquisa contemplará justiça e injustiça climáticas e ou ambientais. Fez menção à professora francesa Denise Jodelet. Disse que gostaria de realizar pesquisa empírica. Sobre o texto coletivo, sugeriu que seja elaborada uma seção mais geral, precedente às contribuições dos doutorandos e dos mestrandos, de modo a evitar que, nessas contribuições, se venha a repetir a menção a formulações teóricas comuns a dois ou mais de tais textos, e a permitir que os textos específicos se concentrem nos tópicos que lhe são mais diretamente relacionados.
Profª Lúcia Helena disse ser importante compreender o que é alternativo ao hegemônico, e o que diferencia ambos. Claudia fez menção a comunicação de massa como contraponto à visão crítica do semiólogo, antropólogo e filósofo colombiano nascido na Espanha Jesús Martín-Barbero. Considerou a existência de mediadores de grupos, e que a comunicação social se liga à Sociologia. Fez menção também a John Hannigan, professor de Sociologia da University of Toronto em Scarborough, relacionando-o à ideia de construção social e a praxeologia. Prof. Dimas fez menção a semântica, a teoria da linguagem. Cláudia disse querer apontar um caminho, uma forma de comunicação; que comunicação ambiental há o tempo todo, mas que existe educação ambiental baseada em epistemologia ambiental.
Profª Lúcia Helena citou o sociólogo francês Émile Durkheim, o filósofo greco-francês nascido no Império Otomano Cornelius Castoriadis, e o psicólogo social francês nascido na Romênia Serge Moscovici. Prof. Dimas citou o sociólogo francês Robert Castel, e ao livro que ganhou versão em português A Psicanálise: sua obra e seu público (Petrópolis: Vozes), de Moscovici. Profª Maria do Rosário reconheceu como necessária a participação da educação ambiental. Citou o projeto GPontes, desenvolvido pela UFPR por demanda do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e que, segundo relatou, contou com participação dela e de Edmilson.
2.4 Guilherme: disse concordar com o tema justiça e injustiça, e que vê ligação entre seu tema e os de David e Claudia, mas considerou, por assim dizer, que as pessoas não se conversam. Disse que seu artigo é quase uma revisão, sem ponto de vista ainda. Disse estar interessado em investigar como o conhecimento legitima e funda desenvolvimentos dentro da educação ambiental. Profª Maria do Rosário citou o Prof. Philippe Layrargues, da Universidade de Brasília, relacionando-o a reflexões sobre por que a Sociologia não se aproxima da educação ambiental. Guilherme fez menção aos três sociólogos clássicos, os alemães Max Weber e Karl Marx e o francês Émile Durkheim. Considerou que a visão da educação é diferente de outras visões; que a teoria das representações de Moscovici é sólida e não pode ser vista rasamente; e que considera a ideia de trabalhar com a relação entre educação e meio ambiente. Profª Maria do Rosário endossou esse interesse. Guilherme indagou sobre a importância da epistemologia para o campo de estudo em que pretende desenvolver sua tese. Profª Maria do Rosário disse que ela e o Prof. Dimas estão orientando o Guilherme.

2.5 David: disse que a escolha do tema da turma, justiça e injustiça ambiental, fora, em certo sentido, abrupta; e que quem entra no tema da tese se afasta um pouco do tema da turma. Disse não ver conflito entre os conceitos de justiça e injustiça ambiental e empiria, e que concorda com a existência de risco de infantilizar a epistemologia. Creditou o termo “emaranhado” a Edmilson, particularmente no contexto da relação entre o sujeito cognoscente e o “emaranhado”. Prof. Dimas mencionou o livro que ganhou a tradução O que é a filosofia? (São Paulo: 34), do filósofo Gilles Deleuze e do intelectual Félix Guatari, ambos franceses, obra que reconheceu importante no campo da criação e da produção de conceitos. David disse já conhecer essa obra. Prof. Dimas destacou a importância do reconhecimento da ideia de precepto e não só da de concepto, e reconheceu a existência da ideia de controle intelectual ou mental. Reconheceu na obra do Prof. Henri Acselrad como que uma ideia de estar-se a favor ou contra os pobres. Profª Lúcia Helena considerou que alternatividade é mais que resistência, e mencionou a ideia de re-existência, que creditou ao geógrafo Carlos Walter Porto Gonçalves. Prof. Dimas fez menção ao antropólogo francês Philippe Descola, e à possibilidade de tratar a problemática dos conflitos. E passou a ler alguns de seus comentários e observações aos textos elaborados pelos doutorandos e pelo mestrando. Thomaz ausentou-se, visto que tinha compromisso agendado para as 17 horas no Centro Politécnico. Curitiba, 14 de novembro de 2015.
Minuta da memória de no. 17 (elaborada pelo Prof. José Thomaz Mendes Filho) da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 28 de outubro de 2015, nominalmente a partir das 14 horas, na sala de aula do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (PPGMade). Presentes: Prof. José Edmilson de Souza Lima, Profª Lúcia Helena de Oliveira Cunha, Claudia Picone, Alexandre Hedlund, David Fadul, Guido Mejías e José Thomaz. 
1. Informes. Prof. Edmilson deu início à reunião. 
2. Considerações sobre as teses e a dissertação em andamento. Thomaz chegou. Edmilson considerou haver cinco textos com um ponto comum: justiça e injustiça, que considerou como “ponto de passagem obrigatória”, no modo como empregado pelo antropólogo e sociólogo francês Bruno Latour; e que, para além desse ponto, cada qual trabalha o tema de modo diferente. Sugeriu ouvir como cada doutorando e mestrando enfrentou esse ponto. Claudia disse fazer sentido, e que pensou na ligação com as epistemologias do Sul. Considerou a possibilidade, ou não, de, quando se fala de injustiça, partir de um contexto gerador de injustiça ambiental. Considerando questões mercadológicas e sua relação com injustiça climática; e que se a comunicação usa o discurso dominante não construirá uma realidade derivada de mudanças efetivas. Edmilson sugeriu leitura de artigo de que Eloísa Belling Loose é coautora, publicado no periódico Desenvolvimento e Meio Ambiente, no qual ele identifica diálogo e tensão entre campo ambiental e campo da comunicação, com reflexões sobre o limite do campo. Considerou que uma pergunta tem o poder de deixar juntas as diferenças. Quanto à estrutura do texto, propôs a elaboração de uma introdução, que contemple descrição de reuniões, com embates, justificativas, tentativas de fazer um trabalho numa perspectiva interdisciplinar, observando uma pergunta âncora. Que a esta introdução sigam as cinco abordagens. E que, nas considerações finais, retome-se como serão derivadas as teses, o que revelaria em que medida a construção desse texto pode inspirar a construção das pesquisas individuais. Profª Lúcia Helena chegou. David considerou que o formato do texto era de coletânea. Profª Lúcia Helena informou-se sobre o que se discutia no grupo. Alexandre considerou que o relato e a discussão já trazem informação importante. 
Profª Lúcia Helena perguntou se já haviam iniciados os comentários sobre os textos enviados. Edmilson respondeu que ainda não. Guido concordou com a proposta de estruturação do texto. Disse que acha que a introdução deve centrar-se em como as pessoas veem os conceitos de justiça e de injustiça (social e cognitiva), colonialidade do saber, levando em conta epistemologias do Sul, sujeitos subalternos, identificando injustiças e buscando respostas. Edmilson considerou que esse conteúdo se refere ao trabalho individual, e que há que se buscar a pergunta âncora: como cada um a enfrenta, como cada autor se aproxima e trata da questão. Considerou que a introdução unifica e os capítulos preservam a diversidade; e que a realização do texto comporta uma dialética entre global e local. Claudia considerou a importância de contextualizar e de alinhar os cinco textos. 
David considerou que cada um poderia dizer  como enfrentara a passagem obrigatória. Edmilson disse que os textos individuais deveriam ter em torno de cinco páginas, e que a introdução deveria ser um tanto robusta do ponto de vista epistemológico. Profª Lúcia Helena comentou um exemplo de artigo de revista da qual existiria necessidade de introdução ou de algo próximo a isso. Edmilson disse que, no caso dos textos individuais, essa introdução poderia ser feita em um único parágrafo. David revelou interesse por discorrer sobre como os termos justiça ambiental e injustiça ambiental podem ser usados numa pesquisa, com destaque para dificuldades e para pontos fortes. Claudia apresentou, como exemplo, a contextualização da questão ambiental como escassez deixando de lado a questão da justiça ambiental; o movimento de justiça climática; e a oposição entre comunicação instrumental e comunicação praxeológica. Indagou também sobre referências relacionadas a essa temática. Profª Lúcia Helena respondeu que, diante de uma proposta de comunicação interativa, fundamentada em vertentes epistemológica e praxeológica, é importante fazer contraponto   nítido entre as duas formas de comunicação. Claudia disse que, atualmente, em comunicação, a concepção de receptor passivo está superada, e que a comunicação referente a mudanças climáticas ainda vem, por assim dizer, de cima para baixo. Guido disse que o texto que encaminhara era seu primeiro escrito em língua portuguesa; que, nele, procura fazer contraponto entre justiça e injustiça, inclusive levando em conta a colonialidade do saber, e considerando epistemologias do Sul como respostas à injustiça. Considerou como sujeitos marginais urbanos são exemplo de colonialidade do saber, e fez menção à ecologia dos saberes relacionada a uma sociologia das ausências, termo que se encontra em escrito do professor português, e Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, Boaventura de Sousa Santos. 
Profª Lúcia Helena disse que Guido pode produzir seu texto em língua espanhola. Alexandre considerou a questão da apropriação, o olhar do subalterno, indagando sobre como este a ela reage. Profª Lúcia Helena mencionou uma situação em que alguém houvera visto no incidente de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque (Estados Unidos), uma boa resposta ao imperialismo. Considerou que a miséria da Filosofia pode levar à miséria da política, e indagou quanto ao que incidentes como o citado representam, efetivamente, contra a ordem social. E destacou a necessidade de foco na pesquisa. Alexandre citou o geógrafo britânico, e membro da Academia Britânica, David Harvey, relacionando-o à ideia de espoliação do capitalismo, e mencionou também a ideia de colonialismo do poder, que creditou a Boaventura de Sousa Santos. Ao admitir que políticas neoliberais produzem pobreza e outras mazelas, indagou como podem os marginalizados ter acesso a benefícios dessas políticas. Edmilson sugeriu leitura de A Ralé Brasileira: quem é e como vive (Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009), do Prof. Jessé de Souza. Alexandre disse haver conhecido essa obra, bem como uma do geógrafo sino-americano Yi-Fu Tuan e outra do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Edmilson disse que Jessé de Souza, em sua obra, tensiona outros autores e apresenta dados empíricos. Profª Lúcia Helena disse que a alusão ao capitalismo como entidade autoexplicativa, ou a reificação daquele conceito, a preocupa. E indagou sobre se a proposta de Alexandre contemplaria discussão da teoria da marginalidade. 
Edmilson disse sentir falta de tensionamento do conceito de marginalidade, que qualificou como não autoevidente. Disse que em uma tese de doutorado interessa menos a erudição e mais a boa síntese; que, no caso da dissertação em desenvolvimento por Guido, vê importância no trabalho empírico; e que, na linha Epistemologia Ambiental, o trabalho de desmontar e reconstruir conceitos é, se não indispensável, ao menos muito importante. Profª Lúcia Helena perguntou se Alexandre já houvera lido algum texto do Prof. José Antônio Peres Gediel. Alexandre disse haver consultado livros da Universidade do Porto. Edmilson perguntou sobre o texto elaborado por Guilherme Silva. Alexandre disse não o haver lido. Edmilson incumbiu-se de redigir mensagem eletrônica informando aos doutorandos e ao mestrando sobre número de páginas dos textos a serem elaborados. Claudia fez menção ao sociólogo francês Louis Quéré. Edmilson considerou que fazer um doutorado é reivindicar autoria; que produzir conhecimento requer fazer exercício nesse sentido. 
3. Encaminhamentos. Edmilson disponibilizou-se para reunir o material produzido pelos doutorandos e pelo mestrando, reiterou que encaminharia a mencionada mensagem eletrônica sobre número de páginas, e perguntou a Thomaz o que pensava sobre este encaminhamento. Thomaz disse que, por entender que, no modo como a atividade estava sendo proposta, não era aquele o momento para definição das teses, concordava com o encaminhamento no modo como proposto. Edmilson fez breve comentário sobre títulos provisórios dos textos. Profª Lúcia Helena perguntou a Alexandre como ele se aproxima do tema marginalidade. Edmilson disse estar satisfeito com o trabalho no modo até então produzido e  com ele ficou definido em termos de futuras ações, e fez breve comentário sobre o texto de Alexandre. Profª Lúcia Helena considerou que todos os processos sociais comportam ordem e desordem. Ficou definido que os professores que ainda não houvessem encaminhado comentários ao texto de Claudia o fizessem.

A próxima reunião será no dia 13 de novembro. Curitiba, 1º de novembro de 2015.
Minuta da memória No. 16 (elaborada pelo Prof. Dr. José Thomaz Mendes Filho)

Reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 21 de outubro de 2015, nominalmente a partir das 14 horas, na sala de aula do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (PPGMade). Presentes: Prof. José Edmilson de Souza Lima, Profª Maria do Rosário Knechtel, Claudia Picone, Alexandre Hedlund, David Fadul, Guido Mejías e José Thomaz. 
1. Informes. Prof. Edmilson deu início à reunião. Alexandre informou que Guilherme Silva não poderia comparecer. E Katya também havia informado da impossibilidade de comparecimento. 
2. Considerações sobre as teses e a dissertação em andamento. Edmilson e David disseram haver compreendido que as páginas referentes à interface entre o tema mais geral da (in)justiça socioambiental e as intenções de pesquisa dos alunos eram para ser discutidas na reunião de então, e Claudia, Alexandre e Thomaz, que não haviam compreendido desse modo. Claudia perguntou se os professores comentariam os textos. Thomaz informou haver encaminhado, por mensagem eletrônica, seus comentários sobre o texto de Claudia. Edmilson perguntou a Clauda como ela vê a inserção de seu interesse de pesquisa no tema mais amplo e comum. Claudia considerou que a forma como se tratam as mudanças climáticas é hegemônica, e que estaria interessada em conhecer como o tema seria visto por autores do Sul, e também como proceder diante da possibilidade de trabalhar com análise de discurso. Edmilson perguntou a Claudia se ela conhece a tese em desenvolvimento de Eloísa Belling Loose, que contempla comunicação e mudanças climáticas, e que, segundo informado por Edmilson, trabalha com a ideia de percepção a partir de consulta a jornais. Consultado quanto a número de páginas, Edmilson disse que 250 (duzentas e cinquenta) páginas seria um número razoável. Alexandre disse que procurou trabalhar com estruturas e com como se operam injustiças. 
Citou o livro que, traduzido ao português, ganhou o título Globalização: as consequências humanas (Rio de Janeiro: Zahar, 1999), do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o filósofo e historiador das ideias francês Michel Foucault, o jurista e sociólogo norte-americano David Garland, um livro do sociólogo alemão Norbert Elias, em coautoria com John Scotson, que ganhou a versão em português Os Estabelecidos e os Outsiders (Rio de Janeiro: Zahar, 2000), e o psicanalista francês Jacques Lacan. Mencionou também espaços marginais e a problematização de justiça e de injustiça, a rotulação dos criminosos e o problema do controle. Edmilson sugeriu ler Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global (Rio de Janeiro: Zahar, 2011), de Bauman. Profª Maria do Rosário chegou. David disse preocupar-se com como os conceitos são utilizados na prática da pesquisa. Disse haver analisado o uso que o Prof. Henri Acselrad fizera dos termos justiça e injustiça,  qual seja  o de haver tendência de o sujeito cognoscente isolar um certo vetor, pensando em como esse sujeito se aproxima dos vetores no “emaranhado” (Souza-Lima). Edmilson considerou a ideia de tensionar os conceitos de justiça e de injustiça, indagando, por exemplo, sobre em que condições se produzem textos de justiça e de injustiça. Disse que Claudia discorre sobre como mudanças climáticas são consideradas a partir de epistemologias do Sul; como essa questão é aí tensionada, se é que o é. Que Alexandre considera como ocorre esse tensionamento dentro de espaços marginais, destacando a importância de fazer isso sem se comprometer com determinado autor. Reconheceu haver ponto em comum entre diferentes interesses de pesquisa. Claudia disse partir da hipótese de que as mudanças climáticas são tratadas a partir da epistemologia do Norte. 
Edmilson disse que as epistemologias do Sul se apresentam de modo singular, alternativas ao hegemônico. Citou  as mini-racionalidades consideradas pelo professor português, Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, Boaventura de Sousa Santos, em Pela Mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade (Coimbra: Almendina, 2013). E que, no campo da análise do discurso, há que se captar elementos das falas, ao identificar como é que os grupos constroem ideias de justiça e de injustiça. David fez menção a trabalhos na bacia do rio Verde, considerando que Claudia já partiria da premissa de que as pessoas já deveriam estar cientes, e de que a injustiça seria elas não estarem conscientes disso. Claudia considerou que a injustiça decorre de que a ênfase é econômica e não social; que há injustiça em como o problema é trabalhado; e que o que o hegemônico propõe não é materializável. David considerou a diferença entre problema social e problema sociológico, presente em Invitation to Sociology: a humanistic perspective (New York: Open Road, 2011), do sociólogo e teólogo austro-americano Peter Ludwig Berger; e que a comunicação é destinada a poucos. Profª Maria do Rosário mencionou o projeto Gpontes, e disse que as construções foram realizadas em local antes ocupado por famílias sem que estas houvessem recebido adequada informação prévia. Que nesse projeto fora desenvolvido um subprojeto de comunicação e educação ambiental. Identificou presença de injustiça ambiental no caso mencionado. E que o projeto contemplara epistemologia tendo em vista haver contemplado elaboração de teoria. Alexandre mencionou a invisibilidade dos sujeitos. David sugeriu dar-se um passo em direção de aspectos teóricos. Edmilson citou o sociólogo francês Pierre Bourdieu, no particular em que este destacava a importância de criar sentidos. Considerou que o PPGMade também cria sentidos. Disse ter a impressão de que Claudia já teria, previamente, uma resposta à pesquisa. E que, nesse caso, a crença pode conduzir a resultados previamente esperados. Alexandre mencionou brevemente como sua proposta se caracteriza como injustiça, destacando a invisibilidade dos marginalizados. Edmilson considerou a importância de dialogar com a realidade. 
Thomaz considerou duas formas de invisibilidade social: que, por uma, os indivíduos invisíveis o seriam por não terem seus direitos respeitados; e, por outra, por não haver previsão legal de direitos a que eles, no plano moral, lhes deveriam ser assegurados. Edmilson destacou a necessidade de tensionar os conceitos, e de considerar que são percebidos de formas diferentes. Fez menção ao filósofo francês, nascido na Argélia, Jacques Derrida, ao antropólogo e sociólogo francês Bruno Latour e a teoria do ator-rede, a este último creditada. Citou ainda Acselrad e o filósofo alemão Karl Marx, mais especificamente as Teses Sobre Feuerbach, no particular em que o autor, nelas, discorre sobre o conceito de práxis. Considerou que um discurso único não é compatível com a interdisciplinaridade; que em ciência não se deve lançar mão de argumentos ad hominem, e que Marx, na fase final de sua vida, teria dito que ele mesmo não era marxista. Profª Maria do Rosário lembrou a postura de Marx ao declarar que a Filosofia criara as teorias da realidade, e que era então chegado o tempo de transformá-la. David considerou que uma coisa é comparar autores, e que o tensionamento vai além da comparação. 
Edmilson considerou que a linha de epistemologia tem que reivindicar ocupar-se com como é produzido o conhecimento. Disse que o que o mantém próximo ao PPGMade relaciona-se aos contornos do conhecimento; e que os pesquisadores devem explicitar suas origens (autores, escolas). Profª Maria do Rosário disse que ainda há confusão no uso do termo práxis, que reúne ação, reflexão e ação no método dialético e que, portanto, não se pode resumir, de modo simples, apenas em teoria e prática. Edmilson disse ser simpatizante de uma proposta didática com menos aulas e com mais conversa. Profª Maria do Rosário disse identificar, no PPGMade, a interdisciplinaridade como práxis. Edmilson lembrou que em sua turma, o ponto de contato temático entre os doutorandos fora a categoria de complexidade, com cinco ou seis autores selecionados para referência em sínteses provisórias. Que, nessa ocasião, se buscara identificar conexões ocultas entre obras do engenheiro mexicano e doutor em Economia Enrique Leff, do físico austríaco Fritjof Capra, do antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin e do Prof. Dimas Floriani. David disse haver tensionado os conceitos de justiça e de injustiça. Guido disse haver produzido cinco folhas sobre justiça, injustiça, a colonização do saber, justiça e injustiça cognitiva, a teoria da marginalidade, do sujeito subalterno, o discurso oficial e o discurso dos marginalizados, a pessoa de rua, e o sujeito marginal. Disse que gostaria de ter acesso a mais bibliografia sobre o sujeito subalterno. 
Edmilson perguntou a Guido se ele pretende realizar trabalho de campo. Guido respondeu haver mantido contato com um indivíduo na Casa Latino-Americana (CASLA), e que identificou relação com políticas públicas. Que pretende realizar a maior parte do trabalho de campo no Chile. Disse haver mantido contato com um dirigente que houvera mencionado uma reunião em Brasília, e que gostaria de conhecer como se faz mediação nesse contexto. Edmilson perguntou a Guido se ele estava a considerar somente manifestações de dirigentes ou também de outras pessoas. Guido respondeu que precisa fazer relato também de não dirigentes. Edmilson perguntou a Guido sobre prazo. Guido respondeu que o exame de qualificação está previsto para setembro de 2016, e que considera apresentar talvez uma síntese de teorias da marginalidade. Edmilson perguntou a Guido o que, no atual estágio, a reflexão diz sobre a questão da justiça e da injustiça. Guido citou ligação com a ideia de ecologia dos saberes.  Considerou que o grupo não é composto somente de sociólogos, e que pretendia contemplar, também, os temas desenvolvimento sustentável e desenvolvimento humano. Profª Maria do Rosário perguntou se Guido elegeria uma rua, uma comunidade, para realizar a pesquisa. Guido respondeu que tem interesse por lugares com maior concentração de pessoas com perfil compatível com o da pesquisa, e que pretende realizar trabalho de campo no Chile. Edmilson perguntou se Guido conhecia as legislações brasileira e chilena sobre o assunto. 
Guido respondeu que o dirigente oferece alguma informação nesse sentido. Edmilson perguntou se no Chile há muita gente em situação de rua, e informou que em Curitiba, segundo dados da Fundação de Ação Social (FAS), são aproximadamente quatro mil. Guido disse não saber o número chileno. Edmilson disse que essas pessoas chegam ao grande centro em busca de vida melhor. Profª Maria do Rosário disse que talvez seja possível realizar trocas quanto a referenciais teóricos. Claudia disse que, com a circulação dos textos produzidos, identificou ligação entre as pesquisas de Guido e de David, e sugeriu tensionar justiça e injustiça. David indagou sobre o tempo disponível para as atividades, e sobre qual seria o encaminhamento a ser dado. Edmilson perguntou aos presentes qual seria esse encaminhamento. Guido propor ver aspectos contemplados pelos outros e encaminhar para Edmilson. Edmilson lembrou que os professores precisam do material para fazer, por assim dizer, a costura entre os diferentes textos, e que a ideia é fecundar os temas para que surjam as teses. Considerou que a reunião fora bem produtiva, e que se poderia produzir aproximadamente vinte páginas, mas com conteúdo; produção a partir das questões trazidas pelos alunos. 
Profª Maria do Rosário considerou que um dos alunos poderia construir, por assim dizer, um texto unificando os textos particulares seu e dos colegas. Edmilson indagou sobre que pergunta unificaria esses textos particulares. Alexandre propôs que fosse: quais são as injustiças socioambientais nos espaços marginais? David: como os conceitos de justiça e de injustiça são utilizados nas pesquisas? Guido: como a injustiça caracteriza o sujeito subalterno? Ou: como se caracteriza a injustiça no ambiente subalterno? Profª Maria do Rosário: a injustiça social permeia o planejamento, as políticas públicas, com vistas a melhoria das condições socioambientais de vida na atualidade? Que conceito de injustiça ambiental permeia as perguntas sobre o tema? Claudia: o processo de comunicação mantém a injustiça? A comunicação ambiental reforça condições de injustiça ou é capaz de transformá-las, de produzir menos injustiça, ou mais justiça? Thomaz ausentou-se da reunião, tendo em vista compromisso no Centro Politécnico.  Ficou definido que a próxima reunião será no dia 28 de outubro/15.

 
Minuta de memória No. 15  (elaborada pelo Prof. Dr. José Thomaz Mendes Filho) 

Reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 30 de setembro de 2015, nominalmente a partir das 14 horas, nas dependências da Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, José Edmilson de Souza Lima, Claudia Picone, Alexandre Hedlund, David Fadul, Guido Mejías e José Thomaz. 
1. Informes. Prof. Dimas informou sobre a existência de um edital CASLA referente a migrantes. Informou também haver realizado inscrição em edital internacional, relacionado à Faculty of Theology and Religion da University of Oxford (Reino Unido), que contempla categoria relacionada a migração, demandando financiamento para realização de duas oficinas com grupo internacional, equipamentos, pesquisa empírica e publicações.; e que o edital contempla pesquisas nas línguas espanhola e portuguesa. Mencionou também o Dr. Ignacio Silva, Research Fellow do Ian Ramsey Centre for Science and Religion, da referida universidade. E reconheceu que a participação no edital confere aspecto mais institucional à pesquisa. 
2. Considerações sobre as teses e a dissertação em andamento. Prof. Dimas interrogou sobre como desenhar um plano de ação em quarenta dias, e considerou que se poderia partir de uma epistemologia comum e, a partir dela, derivar para os temas das teses e dissertação. Considerou que epistemologias do Norte são logocêntricas, identificando-as com razão e com filosofia da ciência a partir da ideia de tipos ideais, e que epistemologias do Sul são híbridas, e comportam saberes culturais e políticos, contestando um logocentrismo eurocêntrico, desde os anos sessenta do século vinte, comportando cultura autóctone, científica e cultural indígena, não somente na América Latina, mas no então chamado Terceiro Mundo. Prof. Dimas fez menção aos referidos anos sessenta, citando movimentos de libertação na África e guerras no Vietnã; e também ao líder congolês Patrice Émery Lumumba, ao psiquiatra, filósofo e revolucionário francês, nascido na Martinica, Frantz Omar Fanon e ao médico e revolucionário argentino Ernesto “Che” Guevara. Considerou que, por assim dizer, as coisas não nascem sozinhas; que os movimentos ambientalistas tiveram origem nos anos setenta do século vinte, e citou artigos do professor português e Grande-Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada Boaventura de Sousa Santos e do sociólogo peruano Aníbal Quijano. Reconheceu a existência de resistências epistêmicas ou, mais amplamente, do pensamento, comprovadas por insurgências política e cultural, e pelo feminismo, por meio do pensamento feminista anglo-saxônico. Disse que Boaventura de Sousa Santos considera o feminismo como uma nova expressão epistêmica, e indagou: que categorias serão articuladas nesse novo pensar? Que sujeitos? Que margens? Considerou também as bordas ou margens, relacionando-as à dimensão molecular, citando o intelectual francês Pierre-Félix Guattari. Reconheceu necessidade de apresentar novidades, que na hegemonia não há espaço para elas e que, por isso, há que se pensar aquilo que se faz fora do campo disciplinar. Nesse particular, fez menção ao Direito e a áreas de fronteira, indagando sobre os tipos de resistências disciplinares que surgiram e, de modo mais explícito: por que pensar outras possibilidades? David considerou a necessidade de focar na obrigação formal do texto. Disse haver vários objetivos e ver dificuldade em concatenar tantos temas. Prof. Dimas considerou ser possível realizar a tarefa a partir de textos indicados para leitura, de autoria de Boaventura de Sousa Santos e também do sociólogo venezuelano Edgardo Lander e do professor de Sociologia francês Danilo Martuccelli. Considerou a possibilidade de elaborar, por assim dizer, uma plataforma a partir da qual seja possível derivar os textos. Claudia perguntou quais são os itens necessários, e sobre se esses seriam as epistemologias do Norte e do Sul, justiça e injustiça. Prof. Dimas concordou com essa possibilidade, mas observou ser necessário indicar os temas, e citou o exemplo da subalternidade, teoria com rebatimento em situações reais de vida de moradores de rua e de encarcerados. Nesse momento, Edmilson chegou. Prof. Dimas resgatou, brevemente, do que se falava, e perguntou a Edmilson qual era sua ideia sobre o tema. Edmilson perguntou se já houvera sinalização prévia. Prof. Dimas disse que sim, mas que seria mais fácil cada qual pensar por si. Sugeriu que o trabalho coletivo avançasse na perspectiva de epistemologia tendo como categorias centrais alternatividade, justiça e injustiça, com por volta de dois terços do texto para fundamentação e aproximadamente um terço dele para temas de pesquisa individual. David perguntou em que partes se deve dividir o texto. 
Prof. Dimas disse que seria possível que os professores Dimas, Edmilson e Thomaz ficassem com a fundamentação teórica, e que os alunos ficassem com as categorias ou temas. David disse achar simples, mas que acha que haverá pluralidade de visões. Prof. Dimas e Edmilson consideraram que isso é positivo. Prof. Dimas considerou que o dissenso permite distanciamento, e Edmilson, que dissenso, em um sentido importante, é o contrário do que propõe o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, embora reconheça existirem, por assim dizer, coisas em comum entre ambas as propostas. Prof. Dimas informou que viaja de 17 de outubro a 9 de novembro. Edmilson mostrou-se favorável a manter a agenda, conduzindo as reuniões. Claudia disse ser necessário definir datas. Prof. Dimas considerou a eventual possibilidade de negociar para entregar o texto no dia 17 de novembro; e que seria desejável uma apresentação do coletivo por linha. Claudia considerou ótima a contribuição dos professores, e disse querer aprofundar a reflexão sobre as epistemologias, e sugeria a possibilidade de uma pequena aula. Disse ainda que, no contexto das mudanças climáticas, ela acha interessante conhecer as epistemologias do Sul e do Norte; e que parece que a questão da justiça e da injustiça ficou muito em torno de textos de Henri Acselrad. 
Prof. Dimas considerou que o debate sobre justiça e injustiça socioambientais expressa um padrão de desigualdades. Considerou ainda que ética e filosofia política, nos países anglo-saxônicos e nórdicos, são de matriz liberal; que a neurocientista Suzane Herculano-Houzel tem matriz marxista, com destaque para desigualdade social; e que o professor de filosofia política norte-americano John Rawls, que desenvolveu uma teoria da equidade, é de matriz liberal, e considera que sem liberdade não há equidade, que difere de igualdade, esta de matriz mais marxista. Considerou que igualdade é boa no marxismo, que é débil para pensar a liberdade. E fez menção a uma teoria da subalternidade, relacionando-a à questão do oprimido e, ao fazê-lo, citou o educador Paulo Freire e Frantz Omar Fanon. Disse ainda da quase provisoriedade dos textos, mesmo dos provisórios. Edmilson disse não ver problema em haver sido apresentados textos de Henri Acselrad, e que acha que a falta de outros textos abre a perspectiva de tensionar, sem submeter-se a quem for, de modo que as pessoas podem reivindicar seu direito de dissentir. Prof. Dimas considerou a questão de participar de bancas de trabalhos que contemplam outros autores, e fez referência a trabalho de Maria Fernanda Cherem, que identifica resistências no litoral do Paraná, e que reúne contribuições de Edward Palmer Thompson, historiador marxista heterodoxo inglês, e de James Campbell Scott, cientista político e antropólogo norte-americano, que pensa a questão de movimentos sociais. Disse ser possível aproximar autores sem necessária fidelidade com suas teorias. Fez menção a Loïc Wacquant, professor de Sociologia francês, e disse que temos que ser criadores como os filósofos. Lembrou que o filósofo francês Gilles Deleuze dizia que a função dos filósofos é criar conceitos, compreender e aceitar a provisoriedade dos textos. Disse haver hipóteses que surgem no final de uma reflexão, e que criatividade deve coexistir com rigor. 
Thomaz disse que, a seu ver, o mestrado é uma ocasião propícia para conhecer teorias, autores, e para identificar-se ou não com elas e com eles. Que o doutorado, a seu ver, não pode prescindir de compromisso com originalidade e com relevância, referenciadas a marco(s) teórico(s). Que, ainda a seu ver, a tese, isto é, a contribuição original e relevante, deve ser proposta necessariamente pelo doutorando, e não pelos orientadores. Que estes, a seu ver, contribuem de modo significativo ao indicar leituras que ampliam a cultura e ou o conhecimento do doutorando sobre o tema por ele desenvolvido na tese. E que, apesar da dedicação, uma tese de doutorado, a seu ver, depende, por assim dizer, de uma inspiração, e que esta não pode ser de antemão garantida: acontece se e quando acontece. E concluiu que, a seu ver, indícios de originalidade e de relevância devem ser requeridos já por ocasião do processo de seleção dos doutorandos, pois, a seu ver, não há como garantir que, durante o curso de doutorado, eles venham, de fato, a produzir uma tese. Alexandre disse que talvez não haja tempo suficiente para trabalhar com os temas. 
Prof. Dimas disse que, no momento, se está a levantar os andaimes. Com referência a epistemologia, disse ser importante buscar as teorias que são pertinentes, necessárias; que os orientadores colaboram mas são falíveis; que umas respostas servem, e outras, não. Alexandre considerou a possibilidade de o trabalho ser produzido coletivamente utilizando de recursos da internet. Prof. Dimas disse da importância de buscar, por assim dizer, momentos fortes nas trocas. E que há diversas motivações, umas mais empíricas, outras menos. David perguntou se os cinco alunos darão seguimento a suas inquietações. Alexandre fez menção à relação entre justiça e conflito. David apresentou uma errata referente a uma sua manifestação em reunião anterior, relacionada a Têmis e a Nomos. E indagou sobre questões formais do trabalho. Prof. Dimas disse que o documento final pode ter entre trinta e cinquenta páginas. Edmilson mencionou o número de trinta e cinco páginas, considerando possibilidade de publicação ancorada nas reflexões singulares de cada um e explicitando questões. Considerou haver falta desse tipo de publicação. , e que as reflexões trazem momentos de inspiração. Prof. Dimas indagou em que medida uma epistemologia do Sul pode abrigar perguntas como que venham a ser trazidas pelos doutorandos e pelo mestrando. Edmilson indagou quanto a em que medida se identificam limites para as epistemologias do Sul, para que não se ter, por assim dizer, uma ideia idealizada. E também a necessidade, por assim dizer, de um conhecimento vivo, acompanhada de questionamento sobre como se pode revitalizar o conhecimento. Prof. Dimas fez menção a questões tradicionais e pontuais, citando subalternidade, marginalidade e os limites da democracia. Edmilson citou o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, relacionando-o a uma questão ou problema de efeitos colaterais. Prof. Dimas considerou que a lógica do sistema é excluir, e não incluir. Mencionou a importância de pensar coisas novas oriundas de um nosso indagar; e que quando conseguimos formular uma questão nova, é que conseguimos compreendê-la. Guido perguntou sobre a composição, isto é, sobre como ligar o interesse de pesquisa com o tema ambiental. Sobre como construir um aspecto teórico ligado a justiça socioambiental. Considerou que justiça é conceito ainda mais amplo, e indagou como acontecem as políticas social e penal. Prof. Dimas indagou sobre o que seria justiça social. Fez menção a marginalidade espacial, com remoção para as margens. Edmilson disse que Curitiba inova. Que a cidade tem nove regionais por meio das quais se descentraliza o poder público. Que se fez estudo para identificar territórios vulneráveis. Fez menção a um cadastro único, que contempla nove territórios e que reúne muitos dados. Que esses territórios estão em áreas de ocupação irregular, em que se identifica uma pluralidade de violências. Que esses territórios são mapeados e muito bem localizados. Claudia perguntou se tais territórios são em áreas de mananciais e ou em margens de rios, e considerou que, em situações em que isso ocorre, a população deixada à margem exerce impacto sobre a população que a deixou à margem. Edmilson considerou que o empírico serve de teste para teorias que  hajam sido construídas em outros ambientes; que o empírico contribui para o refinamento do pesquisador. Fez menção a um caso presenciado no território identificado como Mar da Galileia, à beira do rio Iguaçu, no qual havia uma adolescente amarrada em uma ferrovia; que uma assistente social e também pessoas da comunidade indagavam qual a razão de ser daquilo, e descobriram que o alvo, no caso, eram os pais da adolescente. E destacou a importância de dedicar atenção a situações de realidades. Claudia mencionou situação semelhante vivida pela família de sua diarista. 
Prof. Dimas fez menção ao conceito de controle desenvolvido pelo psicanalista francês Jacques-Marie Émile Lacan, relacionando tal conceito, no caso, a um controle realizado pelos próprios marginalizados. Edmilson identificou carência de estudos verticais. Prof. Dimas considerou que a universalidade trabalha com a ordem do molar, do previsível, e pouco com a marginalidade. No contexto das atividades dos doutorandos e do mestrando, disse que as perguntas a serem elaboradas pelos alunos serão avaliadas pelos professores, a ver se surgem perguntas de fundo. Edmilson perguntou em que medida a Linha dará contribuição singular, do tipo de livro. Prof. Dimas disse que o que se está pensando em fazer é como se fosse uma introdução de um livro. Edmilson considerou que um livro poderia, a partir de uma pergunta maior, servir inclusive para novas turmas. Prof. Dimas fez menção à greve dos técnico-administrativos da UFPR, complicando prazos pré-estabelecidos na Editora da UFPR, que se estava cogitando em publicar livro. Que a lógica de hoje, ao que parece, é que o autor paga para publicar. Fez rápida menção a direitos autorais em forma de livro, e considerou que o livro é veículo de publicação mais adequado nas ciências humanas, embora a lógica de produtividade acadêmica, para não dizer produtivista, seja fortemente marcada pela cultura de publicar em periódicos. Prof. Dimas e Edmilson comentam sobre a revista  Desenvolvimento e Meio Ambiente, do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR. 3. Encaminhamentos.  Ficou definido que a próxima reunião será no dia 21 de outubro, seguida de reunião em 11 de novembro, para refinamento do trabalho. A entrega e apresentação dos trabalhos individuais, no MADE, está agendada para 10 de dezembro/15.

Curitiba, 16 de outubro de 2015.