Projeto de Pesquisa registrado no CNPq cujo objetivo é reunir pesquisadores latino-americanos, com metodologia interdisciplinar, por meio de pesquisas, seminários e publicações em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade. Este projeto (2015-18) é coordenado pelo Prof. Dr. Dimas Floriani, responsável pela linha de Pesquisa em Epistemologia e Sociologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR e inserido na Rede Internacional CASLA-CEPIAL Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos (Coordenação Geral de Casa Latino-Americana - CASLA). Clique para acessar o projeto.


ESTAMOS INICIANDO UMA NOVA CAMINHADA EM 2019. Registramos novo projeto de pesquisa no CNPq (2019-2021), com o título de:
CONFLITOS DO SOCIOAMBIENTALISMO DESDE AS MARGENS: as intermitências do desenvolvimento e da democracia na América Latina.
Estamos associando ao projeto o(a)s doutorando(a)s da Linha de Epistemologia Ambiental do PPGMADE (UFPR).



quinta-feira, 1 de setembro de 2016



ALGUNS FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS, CULTURAIS E POLÍTICOS PARA REPENSAR CATEGORIAS DE ANÁLISE SOBRE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

04/08/2016
REDE CASLA-CEPIAL PARTICIPA EM PALESTRA  no Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT)  do CDs (UnB)

O Prof. Dr. DIMAS FLORIANI, coordenador acadêmico da Rede Internacional CASLA-CEPIAL e coordenador da linha de pesquisa do PPGMADE-UFPR (Epistemologias, Saberes, Práticas e Conflitos Socioambientais) participou, a convite da Profa. Dra. Ana Tereza dos Reis (responsável pelo SEMINÁRIO INTEGRADOR 02: INTERCULTURALIDADE E INTERCIENTIFICIDADE), de uma Palestra no MESPT do CDs da UnB, na quinta-feira, dia 04 de agosto de 2016, abordando temas sobre teorias e metodologias socioambientais, na perspectiva de uma Epistemologia da Diversidade e dos Espaços Marginais: (in)justiça ambiental, sujeitos subalternos e discursividades e re(x)istências no contexto do socioambientalismo contemporâneo. 




ALGUNS FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS, CULTURAIS E POLÍTICOS PARA REPENSAR CATEGORIAS DE ANÁLISE SOBRE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL




REDE CASLA-CEPIAL PARTICIPA EM PALESTRA  no Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT)  do CDs (UnB)

ANTECEDENTES sobre o MESPT do CDS (UnB):

1. Introdução

Criado pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), da Universidade de Brasília (UnB), o Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT) é uma iniciativa inovadora, no campo da pós-graduação, orientada pela perspectiva de promover o diálogo de saberes (acadêmicos e tradicionais) em favor da sustentabilidade.

A iniciativa lança luz sobre a diversidade epistemológica e visa contribuir para a superação de um quadro histórico de negação ou subalternização de outros sistemas de conhecimento, para além da ciência, que podem guardar respostas fundamentais para o enfrentamento de problemas contemporâneos, dentre eles o desafio da sustentabilidade.

Criado em 2010, como parte de uma nova área de concentração do Programa de Pós-Graduação Profissional em Desenvolvimento Sustentável (PPG-PDS), o MESPT constituiu sua primeira turma em 2011, focalizando a temática indígena. A seleção, à época, contou com 157 candidaturas, para 26 vagas - das quais 50% reservadas para estudantes indígenas.

Treze diferentes etnias estiveram representadas entre os candidatos indígenas selecionados na primeira turma: Apurinã, Bakairi, Baniwa, Baré, Guarani, Kaingang, Kinikinau, Makuxi, Pantamona, Suruí, Umutina, Xavante e Wapixana. Do ponto de vista geográfico, Norte e Centro-Oeste foram as regiões melhor representadas na primeira edição do curso. Além dos estudantes indígenas, a primeira turma foi composta também por estudantes não-indígenas, atuantes em órgãos diversos de governo (nas esferas estaduais e federais), além de organizações não-governamentais indígenas e indigenistas, com potencial de incidência sobre a formulação, execução, monitoramento e/ou avaliação de políticas indigenistas e correlatas.

2. O curso

Três são os eixos do MESPT: no plano teórico, a sustentabilidade, em sentido amplo - e, portanto, não restrita à dimensão ambiental; no plano metodológico, a interdisciplinaridade; e, em plano transversal, o diálogo de saberes (acadêmicos e tradicionais).

O curso tem duração de 24 meses e carga horária de 420 horas e destina-se à formação de profissionais (indígenas, quilombolas e outros sujeitos sem marcadores de diferença étnica) que atuam no mercado de trabalho, em órgãos públicos, empresas ou organizações da sociedade civil (de assessoria ou base comunitária) e têm o interesse de refletir sobre a sua prática profissional e de potencializar suas intervenções em benefício de povos e territórios tradicionais.



Três são as linhas de pesquisa do programa, a saber:

- Gestão Ambiental e Territorial

- Produção Sustentável e Segurança Alimentar

- Educação para a Interculturalidade e a Sustentabilidade



Maiores informações:


Quadro de Dissertações da 1a. edição do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais

PRIMEIRO CICLO | DEZEMBRO DE 2012

- Pastoreio do Futuro: projeto de sustentabilidade para a Terra Indígena São Marcos, Roraima. | Alfredo Bernardo Pereira da Silva (Wapixana).

- BR 364: análise da sustentabilidade das medidas mitigatórias e compensatórias na Terra Indígena Colônia 27 no estado do Acre | Francisco de Moura Cândido (Apurinã).

- Território Umutina: vivências e sustentabilidade. | Eliane Boroponepá Monzilar (Umutina).

- Congresso Nacional: direitos e mineração em Terras Indígenas | Solange Ferreira Alves.

- Sustentabilidade e processos de reconstrução identitária entre o povo indígena Kinikinau (Koinukunôen) em Mato Grosso do Sul | Rosaldo Albuquerque Souza (Kinikinau).

- Do Araguaia ao Planalto: uma auto-análise da gestão de políticas públicas em Educação Escolar Indígena | Maria Helena Sousa da Silva Fialho.

- Yakuigady: cultura e sustentabilidade nas máscaras rituais no povo Kurâ-Bakairi | Vitor Aurape Peruare (Kura-Bakairi).

SEGUNDO CICLO | JANEIRO DE 2013

- "Meu rap está apenas começando": juventude e sustentabilidade cultural na Reserva Indígena de Dourados -MS | Kênide de Souza Morais (Guarani).

- Reflorestamento da Terra Indígena Sete de Setembro: uma mudança da percepção e da conduta do Povo Paiter Surui de Rondônia? | Chicoepab Suruí.

- Vivências e Convivências na Aldeia Mrotidjãn: uma análise dos processos da educação escolar Xikrin | Ana Luisa Brites Blaser.

- Sustentabilidade do Cerrado na Respiração do Maracá: conversando com os Mestres Krahô | Verônica Aldé.

- Na Trilha das Kura-Bakairi: de mulheres árvores ao associativismo do Instituto Yukamaniru | Isabel Teresa Cristina Taukane (Kura-Bakairi).

- Alimentos, restrições e reciprocidade no ritual Xavante do Wapté mnhõno (Terra Indígena Marãiwatsédé, Mato Grosso) | Sayonara Maria Oliveira da Silva

- Sabedoria Ancestral em Movimento: perspectivas para a sustentabilidade | Samantha Ro'otsitsina de Carvalho Juruna (Xavante).

- Reflexões sobre as práticas kaingang de cuidados com a gestação, parto e pós-parto e suas interfaces com o sistema oficial de saúde | Maria Elenir Neves Coroaia.

- Proposta de Plano de Curso para a Formação Técnica dos Agentes Indígenas de Saúde do DSEI Cuiabá | Maria das Graças Oliveira de Figueiredo.

- O diálogo intercultural que nasceu no espaço da Maloca: relato da experiência dos cursos técnicos de nível médio em etnodesenvolvimento e em desenvolvimento sustentável indígena no alto rio Negro | Francinete Soares Martins (Baré).

TERCEIRO CICLO | FEVEREIRO DE 2013

- Plantas Alimentares Cultivadas na Roça Baniwa: mudanças participação dos jovens | Franklin Paulo Eduardo da Silva (Baniwa).

- A Trajetória dos Agentes Indígenas de Saúde na Atenção Básica no Contexto do Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste de Roraima | Jaqueline Beatriz Henker Freitag.

- O Gê dos Gerais: elementos de cartografia para a etno-história do Planalto Central: Contribuição à antropogeografia do Cerrado | Rodrigo Martins dos Santos.

- Segurança Alimentar nas Escolas Indígenas do Centro Willimom da Terra Indígena Raposa Serra do Sol | Zelandes Alberto de Oliveira.

- Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde em Terras Indígenas: o caso do Distrito Sanitário Especial Indígena Médio Rio Purus, Amazonas | Solange Lima Gomes.

- Ti’a roptsimani’õ: os A’uwẽ Marãiwatsédé tecem saberes para a construção de uma proposta curricular intercultural | Luciana Akeme Sawasaki Manzano.



APRESENTAÇÃO DA AULA (Prof. Dimas Floriani)



I.                   CIENCIAS, HISTÓRIAS E SOCIEDADES

OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO – SISTEMAS ACADÊMICOS

A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NAS SOCIEDADES ATUAIS INSTITUI-SE EM AGÊNCIAS ACADÊMICAS E EM OUTRAS ENTIDADES DE APLICAÇÃO E INOVAÇÃO TÉCNICA.  DERIVAM DIVERSAS E DIFERENTES CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA, DESSES SISTEMAS DE FUNCIONAMENTO E GESTÃO   DO CONHECIMENTO, AO MESMO TEMPO EM QUE SÃO GESTADAS CRÍTICAS EPISTEMOLÓGICAS, POLÍTICAS E CULTURAIS EM RELAÇÃO A SEUS USOS, POR PARTE DE DIFERENTES ATORES SOCIAIS SUBALTERNOS QUE NÃO SÃO CONTEMPLADOS POR TAIS SISTEMAS COGNITIVOS.

A TRADIÇÃO DERIVADA DA HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS (CIÊNCIAS NORMAIS NO SENTIDO DEFINIDO POR THOMAS KUHN) É INSTAURADA POR UMA CONVENÇÃO (ESPÉCIE DE PARLAMENTO DAS CIÊNCIAS, QUE A EXEMPLO DAS INSTÂNCIAS DE LEGITIMAÇÃO DE UMA OU DE MÚLTIPLAS AUTORIDADES POLÍTICAS, DEPENDE DA INSTAURAÇÃO DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO, CONTROLE E CONFIGURAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESTRUTURA ACADÊMICO-CIENTÍFICA QUE ESTÁ DEFINIDA E ORGANIZADA DE MANEIRA INSTITUCIONAL (SISTEMAS DE SANÇÕES, BONIFICAÇÕES E CASTIGOS NAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO, REPRODUÇÃO E (DES)LEGITIMAÇÃO DAS FORMAS DE CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ACADÊMICO-CIENTÍFICO, DISTRIBUÍDO DE FORMA DESIGUAL NOS ESPAÇOS DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO (LOCAL, REGIONAL, NACIONAL E INTERNACIONAL), NA CHAMADA GEOPOLÍTICA DA CIÊNCIA (neste sentido, consultar o artigo de CHARLES TILLY, sobre a distribuição desigual do conhecimento científico em escala mundial).

A ORGANIZAÇÃO DESSE ORDENAMENTO (ENTRE AGENTES E ESTRUTURA) É POSSÍVEL DE PERCEBER E INTERPRETAR SEGUNDO AS LENTES DAS TEORIAS UTILIZADAS. OS RAMOS DE ALGUMAS DISCIPLINAS COMO A HISTÓRIA, A FILOSOFIA, A SOCIOLOGIA, A ANTROPOLOGIA E A GEOGRAFIA QUE SE OCUPAM DA CIÊNCIA PODEM SER ÚTEIS NESTE SENTIDO. POR EXEMPLO, BOURDIEU NOS APRESENTA A POSSIBILIDADE DE INTERPRETAR O SISTEMA CIENTÍFICO E SUAS PRÁTICAS DE LEGITIMAÇÃO NO INTERIOR DE UM CAMPO DE CLIVAGENS (SEPARAÇÕES E CISÕES), AUTORIDADES E CONFLITOS NA DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS QUE CONDICIONAM TANTO O ACESSO COMO A APROPRIAÇÃO EFETIVA E SIMBÓLICA, GERANDO UMA ESPÉCIE DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL DO SISTEMA ACADÊMICO-CIENTÍFICO.

EM UMA SOCIEDADE DE CLASSES (SOCIAIS), OS ESPAÇOS DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DO SISTEMA DAS CIÊNCIAS PODEM SER PÚBLICOS E PRIVADOS – AS EXCLUSIVIDADES MAIS OU MENOS RESERVADAS AO PÚBLICO OU AO PRIVADO, DEPENDEM DA HISTÓRIA DAS CONQUISTAS SOCIAIS E DE SUA ESTABILIDADE POLÍTICA – A ORDEM É REGULADA: PELOS ESTADOS NACIONAIS E AS PROFISSÕES OU CARREIRAS DOS CIENTISTAS E SEUS VÍNCULOS COM O SISTEMA DE HIERARQUIAS DE DISTRIBUIÇÃO DOS BENS EDUCACIONAIS QUE É DEFINIDO PELA ESTRUTURA DE CLASSES QUE CONTROLA OS CAPITAIS SOCIAIS, POR MEIO DAS ESTRATIFICAÇÕES SOCIAIS DE RENDA E PELA CAPACIDADE DE CADA UM DE INGRESSAR NO SISTEMA EDUCACIONAL.

 É POSSÍVEL E NECESSÁRIO VISUALIZAR A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ACADÊMICO-CIENTÍFICO EM DIFERENTES INTERAÇÕES DE SEUS SUBSISTEMAS, PELAS SEGUINTES DIMENSÕES: A) EPISTEMOLÓGICAS; B) INSTITUCIONAIS; C) POLÍTICO-CULTURAIS. ESSAS DIMENSÕES TRATAM DO SIGNIFICADO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO, DE SEUS USOS E DE SUAS APLICAÇÕES.


 AS POTENCIALIDADES DAS NOVAS ASSOCIAÇÕES NO DOMÍNIO DOS ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS, POR EXEMPLO, DEVEM SER OBSERVADAS A PARTIR DE SUA CONSTITUIÇÃO.  COMO EMERGEM; SEU GRAU DE CONFLITUOSIDADE, EM DIFERENTES NÍVEIS; E SEU GRAU DE COMPETITIVIDADE COM AS DEMAIS ESTRUTURAS DE PODER EPISTÊMICO E INSTITUCIONAL DAS CIÊNCIAS. QUAL A CAPACIDADE QUE POSSUEM ESSAS CIÊNCIAS EM TORNO DOS PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS PARA GERAR EFEITOS DE CONTAMINAÇÃO NO SISTEMA CARTOGRÁFICO DAS CIÊNCIAS? NO BRASIL, DESDE 1992 ATÉ AGORA, PODE-SE VERIFICAR QUE OS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO CONSIDERADOS INTERDISCIPLINARES SOMAM MAIS DE 70 E A PARTIR DE 2012 FOI CRIADO NA CAPES-MEC UMA ÁREA DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS, ALÉM DO SETOR INTERDISCIPLINAR JÁ EXISTENTE ANTERIORMENTE.

 AS FORMAS ASSUMIDAS POR ESSAS NOVAS EXPERIÊNCIAS E CONCEPÇÕES DIFERENCIADAS DE PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO ACADÊMICO-CIENTÍFICO, COM BASE NAS DISCIPLINAS E CONCEITOS, SEGUEM, CONTUDO, ENRAIZADAS EM UMA CIÊNCIA POSITIVISTA, NO CHAMADO OBJETIVISMO DA REALIDADE, NO ELITISMO DO OLHAR ILUMINADO DO OBSERVADOR. OS SUJEITOS DA PESQUISA SÃO TRATADOS COM A FRIEZA DO OBJETO E ATÉ COM MENOSPREZO E INFERIORIDADE, NEGANDO-LHES A SUBJETIVIDADE, SUA CULTURA E SUAS EXPERIÊNCIAS INSUBSTITUÍVEIS.



 O QUE SE PODE CONSIDERAR SOBRE AS CIÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS.



  • OS DISCURSOS DE SUSTENTABILIDADE E SUAS DIFERENTES MATRIZES RET(E)ÓRICAS: DIFERENTES EPISTEMOLOGIAS OU MANEIRAS DE SE PRODUZIR CIÊNCIA, ACESSO E CONDIÇÕES DE APROPRIAÇÃO:
  • AS EPISTEMOLOGIAS CIENTÍFICAS (DO INTERIOR DO SISTEMA DE CIÊNCIAS)
  •  AS EPISTEMOLOGIAS PARA-CIENTÍFICAS E META-CIENTÍFICAS, SEGUNDO PIAGET, QUE EMERGEM DE LUGARES DIFERENTES AOS ESTRITAMENTE CIENTÍFICOS (RELIGIÃO, FILOSOFIA, CULTURA, POLÍTICA, VALORES, ETC.)
  • CONFLITOS ENTRE A CIENCIA NORMAL (HISTÓRIA E METODOS DAS CIÊNCIAS E DISCIPLINAS MODERNAS) E A CIÊNCIA PÓS-NORMAL OU NÔMADE (PELO HIBRIDISMO DO DIÁLOGO DE SABERES, A INTERCULTURALIDADE, A TRANSDISCIPLINARIDADE E A CRÍTICA POLÍTICA E CULTURAL)
  • CIÊNCIA PÚBLICA (DIMENSÕES POLÍTICAS E CULTURAIS)
  • CIÊNCIA CORPORATIVA (A CIÊNCIA DOS PESQUISADORES)
  • CIÊNCIA PRIVADA E DE MERCADO (AS TECNOCIÊNCIAS)
  • OS RELATÓRIOS DE PESQUISA (DIAGNÓSTICOS E REGISTROS DAS AGÊNCIAS GOVERNAMENTAIS)
  •  OS SABERES CULTURAIS (AS ETNOCIÊNCIAS, AS PRÁTICAS E OS SISTEMAS HÍBRIDOS-TRADICIONAIS): AGROECOLOGIA, ETNOBOTÂNICA, ETC.



EXEMPLOS DE ALGUNS MARCOS DO PENSAMENTO SOCIOAMBIENTAL

(LEGITIMAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO)





CONCEPÇÕES PRÓ-SISTÊMICAS, DE TRANSIÇÃO E CRÍTICAS (AS INÉRCIAS POSITIVISTAS E AS ESTRATÉGIAS ANTI-CÍCLICAS):

       DA MODERNIZAÇÃO ECOLÓGICA

       TEORIAS CONSTRUTIVISTAS

       TEORIAS DO PENSAMENTO MULTIMODAL

       TEORIAS FUNCIONALISTAS

       TEORIAS SISTÊMICAS (HOLISMO E CO-EVOLUÇÃO)

       MARXISMO ECOLÓGICO

       TEORIAS POS-COLONIAIS

       AS ETNOCIÊNCIAS

       TEORIAS SOBRE DIÁLOGO DE SABERES, DOS SISTEMAS CULTURAIS (RELIGIÕES, COSMOVISÕES ENRAIZADAS NOS CONHECIMENTOS E PRÁCTICAS DOS POVOS AUTÓCTONES, SABERES CAMPONESES, POVOS DA FLORESTA, PESCADORES ARTESANAIS, ETC.)



O CONTEXTO TEÓRICO DA EMERGÊNCIA DE “MODERNIDADES MÚLTIPLAS”, (POS-COLONIAIS, EPISTEMOLOGIAS DO SUL...), NO LUGAR DAS TEORIAS DA GLOBALIZAÇÃO.



       NO INTERIOR DESSAS ‘MODERNIDADES MÚLTIPLAS’, SÃO PRODUZIDOS NOVOS SIGNIFICADOS EMERGENTES.

       UM NÓ SEMÂNTICO QUE ARTICULA OUTRAS POSSIBILIDADES DE EMPODERAMENTO SOCIAL, COM UM NOVO CARÁTER  EPISTEMOLÓGICO, POLÍTICO E CULTURAL, FRUTO DE OUTRA SINGULARIZAÇÃO DOS PROCESSOS HISTÓRICOS E SOCIETAIS E QUE SE ENTRETECEM DE IDEÁRIOS PLURAIS, EXTENSÍVEIS A CENTENAS DE EXPERIÊNCIAS E DE CERTO MODO COMUNS, PRODUTORAS DE OUTROS SENTIDOS E QUE EXIGEM, PORTANTO, OUTRAS HERMENÊUTICAS PARA SEU ENTENDIMENTO.

       ASSIM OCORRE COM A QUESTÃO AMBIENTAL QUE ARTICULA ATORES, MOVIMENTOS COLETIVOS, IDENTIDADES RESSIGNIFICADAS COM A EMERGÊNCIA INDÍGENA NA AMÉRICA LATINA, COM AS POPULAÇÕES TRADICIONAIS, AS MÚLTIPLAS FORMAS DE ABORDAR OS TERRITÓRIOS...



       CONTRADIÇÕES QUE SE EXPLICITAM EM DIFERENTES NÍVEIS ESPACIAIS (LOCAIS, NACIONAIS E GLOBAIS), QUE PRODUZEM EFEITOS E QUESTIONAMENTOS PARA O ESTADO REPUBLICANO, CENTRALIZADO E UNITÁRIO QUE SE TRATOU DE CONSTRUIR NA AMÉRICA LATINA, COM O CONSEQUENTE QUESTIONAMENTO ÀS HISTÓRIAS OFICIAIS, BEM COMO DE OUTRA FORMA GEOPOLÍTICA, DE ARRANJOS JURÍDICOS E DE ACORDOS INTERNACIONAIS, COM FORTES IMPACTOS SOBRE AS PRÁTICAS DE GOVERNABILIDADE NO INTERIOR DOS ESPAÇOS NACIONAIS.

       NESSES PROCESSOS DE REEMERGÊNCIAS, PERCEBEM-SE EMERGÊNCIAS DE OUTRAS MEMÓRIAS, ETNICIDADES, RESSIGNIFICAÇÃO DE NATUREZA, CRÍTICAS AOS MODOS DE PRODUÇÃO, DE CONSUMO E DE CONVIVÊNCIA COM OS TERRITÓRIOS, AS FLORESTAS, OS RIOS, OS ALIMENTOS, OS MODOS DE CONVIVER COM A ECOSFERA, OS BIOMAS, OS ECOSSISTEMAS...



ÉTICA NA PESQUISA

       COMO PRODUZIR UMA CIÊNCIA PRUDENTE E PERTINENTE?

       COMO ESTABELECER VÍNCULOS COM O CONTEXTO (VINCULAÇÃO  COM O MEIO)

       USOS E ABUSOS DA PESQUISA (A RELAÇÃO SUJETO-OBJETO E UMA PESQUISA SOBRE OBJETOS)

       A CIÊNCIA BENEFICIA À HUMANIDADE?  OU SE TODA PESQUISA É VÁLIDA, EM NOME DO PROGRESSO E DE UM FUTURO RADIANTE PARA A HUMANIDADE.

       UMA CIÊNCIA DEMOCRÁTICA OU UMA PRODUÇÃO DE ILUMINADOS PARA OS LEIGOS OU/E IGNORANTES?





II.                 ARTURO ESCOBAR: problematizando o desenvolvimento, os territórios e a cultura



A CRISE CIVILIZACIONAL CONTEMPORÂNEA REPERCUTE SOBRE:



1)   A DIMENSÃO DA  TERRA. O AQUECIMENTO GLOBAL É TÃO SÓ A PONTA DO ICEBERG DA CRISE ECOLÓGICA QUE AMEAÇA A VIDA NO PLANETA;



2) A OPOSIÇÃO DE UMA TRANSIÇÃO ECOLÓGICA E CULTURAL PROFUNDA CONTRA ORDENS SOCIO-NATURAIS MUITO DIFERENTES ÀS EXISTENTES, COMO ÚNICO CAMINHO PARA QUE OS HUMANOS E NÃO-HUMANOS POSSAM FINALMENTE COEXISTIR DE FORMA MUTUAMENTE ENRIQUECEDORA, SUPERANDO OS MODELOS DA MODERNIDADE CAPITALISTA, SEGUNDO OS QUAIS O HUMANO SE CONSTRÓI ÀS CUSTAS DO NÃO-HUMANO. ESSES DISCURSOS DE TRANSIÇÃO ESTÃO SURGINDO COM FORÇA EM MUITOS ESPAÇOS, TAIS COMO:  A ECOLOGIA, AS CIENCIAS DA COMPLEXIDADE, A ESPIRITUALIDADE, O PENSAMENTO ALTERNATIVO DO DESENVOLVIMENTO E DA ECONOMIA, A ACADEMIA CRÍTICA E, COM RAZÃO, EM MUITOS MOVIMENTOS SOCIAIS QUE IMAGINAM UMA VERDADEIRA “TRANSIÇÃO CIVILIZATÓRIA”.

3) ESTA CRISE ECOLÓGICA E SOCIAL CONDUZ A MUITOS/AS PENSADORES/AS E MOVIMENTOS A ENFATIZAR A RE-LOCALIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO, A ECONOMIA E MUITOS OUTROS ASPECTOS DA VIDA SOCIAL COMO CONTRA-PROPOSTA À GLOBALIZAÇÃO BASEADA NOS MERCADOS DOMINADOS POR GRANDES CONGLOMERADOS CORPORATIVOS. ESTE PARADIGMA DA RE-LOCALIZAÇÃO É O FUNDAMENTO DE MUITAS PROPOSTAS CAMPONESAS E ETNO-TERRITORIAIS SOBRE A ALIMENTAÇÃO E A ECONOMIA, POR EXEMPLO, NO CAMPO DA RESISTÊNCIA AOS TRATADOS DE LIVRE COMÉRCIO.

ESCOBAR EXAMINA AS 5 TENDENCIAS QUE CONSIDERA COMO NOVIDADES NOS ESTUDOS CRÍTICOS DO “DESENVOLVIMENTO” NA AMÉRICA LATINA NOS ÚLTIMOS ANOS, INCLUINDO:

1)   O PENSAMENTO DECOLONIAL (OU PÓSCOLONIAL), 2) AS ALTERNATIVAS AO “DESENVOLVIMENTO”, 3) AS TRANSIÇÕES AO PÓS-EXTRATIVISMO, 4) A CRISE E A MUDANÇA DO MODELO CIVILIZATÓRIO E 5) VÁRIAS PERSPECTIVAS INTER-RELACIONAIS QUE SE CENTRAM NA “RELACIONALIDADE” E NO “COMUNAL”.



ESCOBAR BUSCA AINDA FAZER UMA PROFUNDA DIFERENÇA ENTRE DUAS CONCEPÇÕES DE CULTURA: 1) A CULTURA COMO “ESTRUTURA SIMBÓLICA” (ACEITA TANTO PELA ANTROPOLOGÍA, OS ESTUDOS CULTURAIS E AS POLÍTICAS CULTURAIS DO ESTADO) E 2) A CULTURA COMO “DIFERENÇA RADICAL” (CONCEPÇÃO EMERGENTE).

A CULTURA COMO DIFERENÇA RADICAL SE RELACIONA COM TERMOS COMO “CIVILIZAÇÃO”, “COSMOVISÃO”, “DIFERENÇA EPISTÊMICA” E “LÓGICAS COMUNITÁRIAS”, TORNANDO COMPLEXA A NOÇÃO MAIS PRECISA DE CULTURA COMO ESTRUTURA SIMBÓLICA.

ESCOBAR SUGERE QUE A NOÇÃO DE CULTURA COMO ESTRUTURA SIMBÓLICA CONTINUA ALBERGANDO A CRENÇA DE UM MUNDO ÚNICO QUE SUBJAZ À TODA REALIDADE – UM MUNDO CONSTITUÍDO DE UM SÓ MUNDO.  NO FUNDAMENTO DESSA CRENÇA, ESTÃO DOIS GRANDES PROCESSOS INTER-RELACIONADOS: 1) CERTAS PREMISSAS ONTOLÓGICAS SOBRE O QUE CONSTITUI O REAL, ESPECIALMENTE A UNICIDADE DO MUNDO NATURAL E 2) PROCESSOS HISTÓRICOS DE PODER QUE PERMITIRAM A ESSA CONCEPÇÃO DE UM ÚNICO MUNDO NATURALIZAR-SE E EXPANDIR-SE A TODOS OS ESPAÇOS SÓCIO-NATURAIS. 

A NOÇÃO DE CULTURA COMO DIFERENÇA RADICAL, AO CONTRÁRIO, QUESTIONA OS DUALISMOS CONSTITUTIVOS DAS FORMAS DOMINANTES DE MODERNIDADE E DA IDEIA DE UM MUNDO FEITO DE UM SÓ MUNDO. O AUTOR PROPÕE A NOÇÃO DE ONTOLOGIA COMO ALTERNATIVA À “CULTURA”, UM ESPAÇO PARA PENSAR OS COMPLEXOS PROCESSOS DE DISPUTA ENTRE MUNDOS DE HOJE. UMA CONCEPÇÃO DE ONTOLOGIA QUE PERMITA MÚLTIPLOS MUNDOS NOS CONDUZIRÁ À NOÇÃO DE PLURIVERSO E A ENFATIZAR AS ONTOLOGIAS NÃO DUALISTAS OU RELACIONAIS QUE MANTEM MUITAS COMUNIDADES.

PARA A RECONSTITUIÇÃO DESSAS DIMENSÕES, SEGUNDO ESCOBAR, OS POVOS INDÍGENAS E AFRODESCENDENTES DA AMÉRICA LATINA ESTÃO ACIONANDO POLÍTICAS DE RELACIONALIDADE, POR MEIO DE DOIS GRANDES PROCESSOS ENTRELAÇADOS (ABORDADOS NO SEGUNDO CAPÍTULO: TERRITÓRIOS DE DIFERENÇA: A ONTOLOGIA POLÍTICA DOS “DIREITOS AO TERRITÓRIO” ) :

1)   A PROBLEMATIZAÇÃO DAS IDENTIDADES “NACIONAIS”, COM O CONCOMITANTE SURGIMENTO DE CONHECIMENTOS E IDENTIDADES INDÍGENAS, AFRODESCENDENTES E CAMPONESAS; E 2) A PROBLEMATIZAÇÃO DA VIDA, EM RELAÇÃO COM A CRISE DA BIODIVERSIDADE, A MUDANÇA CLIMÁTICA E O AUMENTO DA DESTRUIÇÃO AMBIENTAL PELAS INDÚSTRIAS EXTRATIVISTAS.

FINALMENTE, ESCOBAR PROPÕE A ELABORAÇÃO DE ESTUDOS DO PLURIVERSO COMO ALTERNATIVAS VIÁVEIS AO DISCURSO E PRÁTICAS DO MUNDO ÚNICO PARA AQUELES UNI-MUNDISTAS MODERNOS, CANSADOS JÁ DE SUAS NARRATIVAS UNIVERSALISTAS VAZIAS, BUSCANDO ASSIM ENTENDER OS MÚLTIPLOS PROJETOS BASEADOS EM OUTROS COMPROMISSOS ONTOLÓGICOS E FORMAS DE MUNDIFICAR A VIDA E AS MUITAS MANEIRAS DE COMO ESSAS LUTAS PODEM DEBILITAR O PROJETO DE UM MUNDO ÚNICO E AO MESMO TEMPO CONTRIBUEM PARA AMPLIAR SEUS ESPAÇOS DE RE-EXISTENCIA.



OS ESTUDOS DO PLURIVERSO SÃO NECESSARIAMENTE INTER-EPISTÊMICOS: PARTEM DA PREMISSA DE QUE EXISTEM MUITAS CONFIGURAÇÕES DO CONHECIMENTO E DO SABER, MUITO ALÉM DO ESPAÇO CONSAGRADO COMO TAL PELA ACADEMIA. PROBLEMATIZAM AS ONTOLOGIAS DUALISTAS MODERNAS E SE ABREM ÀS ONTOLOGIAS RELACIONAIS QUE, COMO A TERRA MESMA, CARACTERIZAM OS MUNDOS DE MUITOS POVOS COM APEGO AO LUGAR E AO TERRITÓRIO. ESSES ESTUDOS SE APLICAM NÃO SÓ A CONTEXTOS RURAIS E A GRUPOS ÉTNICOS, MAS IGUALMENTE AOS MUNDOS URBANOS.

NESTE SENTIDO, OS ESTUDOS PLURIVERSAIS TERÃO QUE LAVRAR SEUS PRÓPRIOS CAMINHOS, ALÉM DA ACADEMIA, COM OS SONHOS DA TERRA, DOS POVOS E DOS MOVIMENTOS QUE INSISTEM EM IMAGINAR E TECER OUTROS MUNDOS.





Minuta (parcial) de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, lavrada pelo Prof. Thomaz Mendes Filho,  ocorrida em 30 de junho de 2016, nominalmente a partir das 15 horas, na Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Prof. Dimas Floriani, José Edmilson de Souza Lima, Abdala Sánchez, Alexandre Hedlund, David Fadul, Felipe Amaral, Guido Mejías, Leonardo de León e José Thomaz. 1. Preliminares. Prof. Dimas fez menção ao filósofo norte-americano Hugh Lacey, Professor Emérito do Swarthmore College (Estados Unidos), reconhecendo-o como afiliado à filosofia analítica. Mencionou que no Seminário Internacional Territórios, Conflitos Socioambientais, Segurança e Soberania Alimentar na América Latina, realizado nos dias 16,17 e 18 de junho de 2016 esteve presente um indígena missak, de Silvia, Cauca, sul da Colômbia. Profª Maria do Rosário perguntou sobre se o evento se caracterizou como interdisciplinar. Prof. Dimas respondeu que sim, Fez menção ao Prof. Dr. Ricardo Salas, da Universidad Católica de Temuco (Chile), no contexto, por assim dizer, das pontes entre os pensamentos originário e ocidental. Disse esperar que um projeto que encaminhara a um edital do CNPq, com solicitação de recursos na faixa de até R$ 60.000,00, seja aprovado. Disse que fora parecerista no contexto desse mesmo edital e que, em sua opinião, bons projetos nele concorrem, embora não coubesse a ele decidir sobre a aprovação das propostas. Profª Maria do Rosário fez menção a um texto, desenvolvido no contexto do Grupo de Pesquisa, que contempla dignidade humana e educação intercultural. Disse que falta contribuição empírica a esse texto e que colegas do grupo poderiam contribuir nesse sentido. Prof. Dimas fez menção a uma mesa híbrida, com vistas a um evento programado para acontecer em junho de 2017, na Colômbia, que contempla, como tema, o buen vivir e a questão da paz, com contribuição de uma comunidade de camponeses pela paz, que convivem com a violência e que defendem projetos de paz. Disse que o Prof. Javier Tobar, da Universidad del Cauca (Colômbia), encaminhará proposta de desenho do projeto. Disse que a dinâmica do evento é interessante no particular em que concede vozes para pesquisadores e vozes para a comunidade. Disse que a região de entorno do evento reúne cafeicultura, agroecologia, populações tradicionais, indígenas e quilombolas estes conhecidos como palenques. Disse que um programa de mestrado local conta com a participação de representantes da comunidade. E propôs que cada um dos presentes pensasse em como poderia participar do evento. 2. Impressões acerca do Seminário Internacional Territórios, Conflitos Socioambientais, Segurança e Soberania Alimentar na América Latina, realizado nos dias 16,17 e 18 de junho de 2016. Prof. Dimas propôs aos presentes que participaram do evento que manifestassem suas impressões sobre o mesmo. Profª Maria do Rosário disse que o evento reuniu saberes variados e interessantes. Felipe disse que o evento fora bem diversificado no primeiro dia, e trabalhoso no segundo. Profª Maria do Rosário disse que algumas pesquisas ainda estavam em estágio inicial. Guido disse que gostou do seminário. Prof. Dimas informou que houve lançamento da coleção editorial bilíngue “Semeando Novos Rumos – Sembrando Nuevos Senderos”. 3. Comunicado. Thomaz disse não se identificar com os temas atualmente em desenvolvimento no Grupo de Pesquisa, e que, na atualidade, interessa-se por teorias da justiça, virtudes cívicas e processos de escolha coletiva, e também pode concepções substantivas no contexto econômico. Disse ver o Grupo como coeso, e que, a seu ver, seus interesses de pesquisa se distanciam significativamente dos que estão contemplados no Grupo. Considerou também a possibilidade, se em benefício do grupo, de não mais dele participar, embora pretenda, se possível, continuar a atuar no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (MADE). Disse reconhecer o valor da iniciativa empreendida pelo Prof. Dimas e por sua esposa, a Dra. Gladys Sánchez, de desenvolver trabalho no contexto latino-americano, do qual a Casa Latino-Americana é importante expressão, mas que não se sente motivado a trabalhar nessa temática. Prof. Dimas disse que, a seu ver, a ruptura do vínculo não seria benéfica nem para Thomaz nem para o MADE, pois criaria uma situação, por assim dizer, de tipo “free rider”; e que um Grupo que contempla epistemologia comporta visões diferentes. Edmilson disse que, a seu ver, a diferença de interesse de pesquisa não é motivo para que Thomaz deixe o Grupo, salvo se ele, Thomaz, não mais queira participar do Grupo. Thomaz ausentou-se, tendo em vista sua participação em reunião do Colegiado do Curso de Engenharia Mecânica da UFPR, agendada para iniciar as 16 horas, no Centro Politécnico da UFPR. Curitiba, 1º de julho de 2016.

Minuta (parcial) de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, lavrada pelo Prof. Thomaz Mendes Filho, ocorrida em 24 de maio de 2016, nominalmente a partir das 13 horas e até as 16 horas, na Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Professores Dimas Floriani, José Edmilson de Souza Lima, Thomaz Mendes Filho, Maria do Rosário Knechtel, Lucia Helena Cunha, mestrandos e doutorandos do PPGMADE.  

Manifestações sobre leitura de livro previamente proposta ao grupo.  Os presentes se manifestaram sobre conteúdos do livro Sentipensar con la Tierra: nuevas lecturas sobre desarollo, territorio y diferencia (Medellin: Unaula, 2014), de autoria do antropólogo colombiano Arturo Escobar.



 Profª Lucia Helena disse que gostaria de realizar uma nova leitura do texto, e indagou como se veria o antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin dizendo novas universalidades que contemplam alteridades. Prof. Dimas fez menção à “questão hologramática”, segundo a qual o todo contém as partes e estas o contêm. Fez menção também, por assim dizer, a uma maneira de reexistir com projeto defendido. Considerou que, nos anos 50, reivindicar território era reivindicar terra, e que, hoje, essa reivindicação comporta, por assim dizer, uma tradução do que os sujeitos coletivos reivindicam para si. Fez ainda menção, por assim dizer, a uma arqueologia dos conceitos datados. Maria Fernanda: disse não haver lido todo o texto. Fez menção a parte empírica de sua experiência, e ao conceito de “pluriverso”, colocado como leitura de direito coletivo, com menção, também, a funções de estado-nação.

Abdala: disse não haver lido o texto todo. Fez menção aos contextos de Cuba e da então União Soviética, relacionando‑os à ideia de concorrência, e também ao livro “El Imperio Contracultural: del rock a la postmodernidad” (Caracas: Nueva Sociedad, 1990) de autoria do escritor, historiador, ensaísta e dramaturgo venezuelano Luis Britto García.

Zenilde: fez menção a repensar o desenvolvimento. Considerou que a leitura gera impactos. Fez referência a re-existência, considerando existência e re-existir enquanto ser na natureza, os humanos, os não humanos e o que não se vê. Disse ter que ler e reler, e manifestou sensação socrática de nada saber.

Irma: disse-se contemplada por várias manifestações. Disse pensar em um verbete de ciências humanas e de engenharia. Disse conseguir estabelecer relações com autores. Quanto ao texto, disse que este instigava, “dava raiva”. Disse que faz Artes Visuais, e que um mundo acontece em movimentos sociais. Considerou que sua reexistência é uma reexistência, por exemplo, como mulher. Fez menção, ainda, a uma reflexão quanto ao que é normal no mundo naturalizado (isto com base em uma experiência em seu curso de graduação), e disse que identificava essa reflexão como um convite a experimentar.

Ener: fez menção ao núcleo madeano Ekoa, e a Modernidade e Colonialidade/“Decolonialidade”. Disse haver adquirido um exemplar de La Invención del Desarollo (Popayán: Editorial Universidad del Cauca, 2012), de Arturo Escobar. Profª Lucia Helena perguntou como o autor usa o termo comunidade. Prof. Dimas respondeu que o autor diz como o usa. Profª Lucia Helena considerou que o conceito não é coeso. Lizete: identificou uma relação entre “pluriverso” e a noção budista de “coemergência”, que, segundo ela, diz, simplificadamente, que o mundo é um espelho que revela a realidade interior; fez menção também a sabedoria búdica, no sentido de olhar o mundo do outro a partir dele. Fez menção também a uma visão que identificou como dual: está-se como indivíduo sem perceber ser parte de um todo maior. Disse-se apegada a Enrique Leff, engenheiro mexicano e doutor em economia do desenvolvimento. Prof. Dimas disse que o autor dialoga com o budismo a partir do pensamento do biólogo e filósofo chileno Francisco Varela.
Natália: qualificou o texto como muito importante, obrigatório e meio “foucaultiano”, e identificou-o como interessado em estado da arte em termos teóricos. Disse haver nele identificado abordagens teóricas do capitalismo na América Latina. Considerou que o autor faz uma sistematização de construtos ou concepções. Fez menção à ideia de “pluriverso”. Disse ainda que o livro fornece ferramentas, e mencionou ainda a ideia de construir práticas que permitem encontro de mundos.

Profª Lucia Helena disse não conseguir ver o filósofo francês Michel Foucault nisso. Natália disse que, apesar de mencionar Antropologia, o autor trabalha com ideias. Profª Lucia Helena disse que a Antropologia trabalha com ideias. Natália disse que, no caso do antropólogo, isso acontece sem empiria. Naziel: fez menção à questão da alteridade, e a que o autor procura mostrar uma alternativa de vida que contempla o diálogo de saberes. Identificou como dificuldade a velocidade com que as coisas acontecem. Fez menção à cidade mato‑grossense de Lucas do Rio Verde e a contaminação de leite de lactantes. Mencionou também Thomas Malthus, pastor e economista inglês, dizendo que este previra falta de alimentos, e considerou que, na atualidade, o alimento chega ao consumidor sem qualidade. Fez referência, também, ao professor português, Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, Boaventura de Sousa Santos, no particular referente às epistemologias do Sul, e disse não ver saída prática para o problema. Prof. Dimas disse que o texto não se compromete, por assim dizer, com abrir a caixa-preta do  sistema hegemônico. Fez breve menção a como considerar a questão da defesa e da crítica à transgenia.. 3. Encaminhamentos. Prof. Dimas convidou os presentes para a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, no dia 15 de junho de 2016, despediu-se e, por volta de 16h45min, ausentou-se. Curitiba, 1º de julho de 2016.