Minuta (parcial) de memória da
reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, lavrada
pelo Prof. Thomaz Mendes Filho, ocorrida em 24 de maio de 2016, nominalmente a
partir das 13 horas e até as 16 horas,
na Casa Latino-Americana (CASLA). Presentes: Professores Dimas Floriani,
José Edmilson de Souza Lima, Thomaz Mendes Filho, Maria do Rosário Knechtel,
Lucia Helena Cunha, mestrandos e doutorandos do PPGMADE.
Manifestações sobre leitura de
livro previamente proposta ao grupo.
Os presentes se manifestaram sobre conteúdos do livro Sentipensar con
la Tierra: nuevas lecturas sobre desarollo, territorio y diferencia
(Medellin: Unaula, 2014), de autoria do antropólogo colombiano Arturo Escobar.
Profª Lucia Helena disse que gostaria de
realizar uma nova leitura do texto, e indagou como se veria o antropólogo,
sociólogo e filósofo francês Edgar Morin dizendo novas universalidades que
contemplam alteridades. Prof. Dimas fez menção à “questão hologramática”,
segundo a qual o todo contém as partes e estas o contêm. Fez menção também, por
assim dizer, a uma maneira de reexistir com projeto defendido. Considerou que,
nos anos 50, reivindicar território era reivindicar terra, e que, hoje, essa
reivindicação comporta, por assim dizer, uma tradução do que os sujeitos
coletivos reivindicam para si. Fez ainda menção, por assim dizer, a uma
arqueologia dos conceitos datados. Maria Fernanda: disse não haver lido
todo o texto. Fez menção a parte empírica de sua experiência, e ao conceito de
“pluriverso”, colocado como leitura de direito coletivo, com menção, também, a
funções de estado-nação.
Abdala: disse não haver
lido o texto todo. Fez menção aos contextos de Cuba e da então União Soviética,
relacionando‑os à ideia de concorrência, e também ao livro “El Imperio
Contracultural: del rock a la postmodernidad” (Caracas: Nueva Sociedad, 1990)
de autoria do escritor, historiador, ensaísta e dramaturgo venezuelano Luis
Britto García.
Zenilde: fez menção a
repensar o desenvolvimento. Considerou que a leitura gera impactos. Fez
referência a re-existência, considerando existência e re-existir enquanto ser
na natureza, os humanos, os não humanos e o que não se vê. Disse ter que ler e
reler, e manifestou sensação socrática de nada saber.
Irma: disse-se contemplada
por várias manifestações. Disse pensar em um verbete de ciências humanas e de
engenharia. Disse conseguir estabelecer relações com autores. Quanto ao texto,
disse que este instigava, “dava raiva”. Disse que faz Artes Visuais, e que um
mundo acontece em movimentos sociais. Considerou que sua reexistência é uma
reexistência, por exemplo, como mulher. Fez menção, ainda, a uma reflexão
quanto ao que é normal no mundo naturalizado (isto com base em uma experiência
em seu curso de graduação), e disse que identificava essa reflexão como um
convite a experimentar.
Ener: fez menção ao núcleo
madeano Ekoa, e a Modernidade e Colonialidade/“Decolonialidade”. Disse haver adquirido um exemplar de
La Invención del Desarollo (Popayán: Editorial Universidad del Cauca,
2012), de Arturo Escobar. Profª Lucia Helena perguntou como o autor usa
o termo comunidade. Prof. Dimas respondeu que o autor diz como o usa. Profª
Lucia Helena considerou que o conceito não é coeso. Lizete: identificou
uma relação entre “pluriverso” e a noção budista de “coemergência”, que,
segundo ela, diz, simplificadamente, que o mundo é um espelho que revela a
realidade interior; fez menção também a sabedoria búdica, no sentido de olhar o
mundo do outro a partir dele. Fez menção também a uma visão que identificou
como dual: está-se como indivíduo sem perceber ser parte de um todo maior.
Disse-se apegada a Enrique Leff, engenheiro mexicano e doutor em economia do
desenvolvimento. Prof. Dimas disse que o autor dialoga com o budismo a partir
do pensamento do biólogo e filósofo chileno Francisco Varela.
Natália:
qualificou o texto como muito importante, obrigatório e meio “foucaultiano”, e
identificou-o como interessado em estado da arte em termos teóricos. Disse
haver nele identificado abordagens teóricas do capitalismo na América Latina.
Considerou que o autor faz uma sistematização de construtos ou concepções. Fez
menção à ideia de “pluriverso”. Disse ainda que o livro fornece ferramentas, e
mencionou ainda a ideia de construir práticas que permitem encontro de mundos.
Profª Lucia Helena disse não
conseguir ver o filósofo francês Michel Foucault nisso. Natália disse que,
apesar de mencionar Antropologia, o autor trabalha com ideias. Profª Lucia
Helena disse que a Antropologia trabalha com ideias. Natália disse que, no caso
do antropólogo, isso acontece sem empiria. Naziel: fez menção à questão
da alteridade, e a que o autor procura mostrar uma alternativa de vida que
contempla o diálogo de saberes. Identificou como dificuldade a velocidade com
que as coisas acontecem. Fez menção à cidade mato‑grossense de Lucas do Rio
Verde e a contaminação de leite de lactantes. Mencionou também Thomas Malthus,
pastor e economista inglês, dizendo que este previra falta de alimentos, e
considerou que, na atualidade, o alimento chega ao consumidor sem qualidade.
Fez referência, também, ao professor português, Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da
Espada, Boaventura de Sousa Santos, no particular referente às
epistemologias do Sul, e disse não ver saída prática para o problema. Prof.
Dimas disse que o texto não se compromete, por assim dizer, com abrir a
caixa-preta do sistema hegemônico. Fez
breve menção a como considerar a questão da defesa e da crítica à transgenia.. 3.
Encaminhamentos. Prof. Dimas convidou os presentes para a inauguração da
Casa da Mulher Brasileira, no dia 15 de junho de 2016, despediu-se e, por volta
de 16h45min, ausentou-se. Curitiba, 1º de julho de 2016.
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