Projeto de Pesquisa registrado no CNPq cujo objetivo é reunir pesquisadores latino-americanos, com metodologia interdisciplinar, por meio de pesquisas, seminários e publicações em Meio Ambiente, Cultura e Sociedade. Este projeto (2015-18) é coordenado pelo Prof. Dr. Dimas Floriani, responsável pela linha de Pesquisa em Epistemologia e Sociologia Ambiental do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR e inserido na Rede Internacional CASLA-CEPIAL Semeando Novos Rumos / Sembrando Nuevos Senderos (Coordenação Geral de Casa Latino-Americana - CASLA). Clique para acessar o projeto.


ESTAMOS INICIANDO UMA NOVA CAMINHADA EM 2019. Registramos novo projeto de pesquisa no CNPq (2019-2021), com o título de:
CONFLITOS DO SOCIOAMBIENTALISMO DESDE AS MARGENS: as intermitências do desenvolvimento e da democracia na América Latina.
Estamos associando ao projeto o(a)s doutorando(a)s da Linha de Epistemologia Ambiental do PPGMADE (UFPR).



sábado, 19 de agosto de 2017

Minuta de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 12 de maio de 2017. Elaboração: Prof. Dr. Thomaz Mendes Fo.


Minuta de memória da reunião do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Sociologia Ambiental, ocorrida em 12 de maio de 2017, nominalmente a partir das 14 horas, na Casa Latino-Americana (CASLA).  



Presentes: Prof. Dimas Floriani, Profª Lucia Helena de Oliveira Cunha, Profª Maria do Rosário Knechtel, Zenilda Silva, Abdala Sánchez, Alexandre Hedlund, Christian de Britto, David Fadul, Felipe Amaral, Ítalo Carrera, Naziel de Oliveira, Leonardo de León, Pedro da Silva e José Thomaz.



1.    Preliminares. Prof. Dimas deu início à reunião, e informou sobre as ausências de Ana Lizete Farias por motivo de saúde e de Nathalia Barreto por compromissos no trabalho. Considerou que o calendário antes elaborado poderia ser revisto. Informou que a proposta de um curso inicialmente previsto para acontecer de 22 a 26 de maio de 2017 será transferida para outubro de 2017, ocasião para que está prevista visita de campo a algumas comunidades; que existe a intenção de aproveitar a presença dos professores no contexto de seus interesses de pesquisa; e que gostaria de contar com a presença de professores de outras instituições, como, por exemplo, a Profª Drª Ana Tereza Reis da Silva, da Universidade de Brasília.



2.    Informou haver intenção de relacionar as atividades da fase 2 da oficina 4 com trabalhos desenvolvidos por doutorandos da turma imediatamente anterior, bem como de produzir publicações a partir dos trabalhos a serem desenvolvidos pelos doutorandos da turma atual. Profª Lucia Helena e Ítalo chegaram. Mencionou também a presença, no dia 11 de maio próximo passado, no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (PPGMADE), do Prof. Dr. Antonio Carlos Diegues, da Universidade de São Paulo, e fez breve menção ao perfil acadêmico do referido Professor. Profª Maria do Rosário perguntou se Prof. Diegues abordara processo interdisciplinar de pesquisa. Profª Lucia Helena disse crer ser ele um dos pioneiros nessa atuação. Prof. Dimas e Profª Lucia Helena relacionaram-no a pesquisas com pescadores artesanais e ao conceito de populações tradicionais. Profª Lucia Helena disse já haver tido contato com Prof. Diegues, e que ele e o Prof. Sérgio Adorno, da Universidade de São Paulo, têm atuação nos temas violência e direitos humanos. Profª Maria do Rosário perguntou sobre a área de pesquisa e Profª Lucia Helena disse ser antropologia marítima, e relacionou-o ao Prêmio Nobel da Paz de 1981 (nesse ano, o referido Prêmio foi concedido ao Haut Commissariat des Nations Unies pour les Réfugiés, cujo alto-comissário, então, era o diplomata dinamarquês Poul Hartling).



3.    Foi informado também que Profª Naína, coordenadora do PPGMADE, dissera haver intenção, por parte do PPGMADE, de abrir diálogo com Prof. Diegues. Prof. Dimas disse ser importante aproveitar o espaço disponibilizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade (Anppas), e fez menção ao 8º Encontro Nacional da  Anppas, agendado para acontecer em Natal, de 8 a 11 de outubro de 2017. Lembrou que, entre os egressos do Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (MADE), Dr. Nicolas Floriani recebeu o prêmio de melhor tese, e Drª Cristina Frutuoso Teixeira foi agraciada com menção honrosa. Foi dito também que Prof. Dr. Carlos Sampaio tem ocupado posição de destaque junto à Fundação Capes. Profª Maria do Rosário reconheceu a importância do papel desempenhado pelo Prof. Sampaio por ocasião da mais recente avaliação.



4.    Prof. Dimas deixou a palavra em aberto para informes e manifestações. Fez menção ao doutorando chileno Ítalo Carrera, aluno da primeira turma do Doctorado en Ciencias Sociales da Universidad de Los Lagos em Osorno (Chile), e disse esperar que ele reapresente alguns aspectos referentes ao desenvolvimento de sua tese. Ítalo informou que, no desenvolvimento de sua tese, busca captar mudanças que acontecem em culturas milenares autóctones, localizar narrativas e processos discursivos na ciência, com destaque para a “marea roja”; que faz curso de português, e está a conhecer Curitiba; que o processo de conhecimento está em todo lugar, embora a imersão em determinado local seja única; e que a apresentação do trabalho está agendada para o próximo dia 20 de maio. Profª Maria do Rosário perguntou se isso ocorrerá aqui, no Brasil, ou no Chile. Prof. Dimas disse que isto ainda precisa ser definido, e considerou a possibilidade de estender a permanência.



5.     Profª Maria do Rosário perguntou se há muitos inscritos no evento Cepial, e Prof. Dimas disse haver por volta de 80 inscritos. Naziel perguntou sobre preço de passagem, e Prof. Dimas disse que estava em torno de R$ 2.400,00 há aproximadamente dois meses. Naziel perguntou sobre hospedagem, e Prof. Dimas informou o valor de US$ 30,00 pela diária em Pasto (Colômbia), e que existe a alternativa de ficar em Bogotá. Perguntou aos mestrandos sobre como estavam. Leonardo disse estar bem, e que o exame de qualificação estava previsto para o próximo mês de outubro. Christian disse trabalhar com informações referentes ao Porto de Paranaguá. Profª Lucia Helena fez menção ao oceanógrafo Guilherme Caldeira, a quem reconheceu ser uma pessoa dedicada. Prof. Dimas perguntou a Zenilda como estava. Zenilda disse estar bem.



6.    2. Apresentação sobre o desenvolvimento das teses dos doutorandos da Turma 11 do PPGMADE. Prof. Dimas perguntou a Thomaz se recebera os textos dos doutorandos. Thomaz respondeu que recebera mensagens eletrônicas, mas que não sabia dizer se estas traziam, ou não, os referidos textos.



7.    2.1 Apresentação sobre a tese em desenvolvimento por Alexandre Hedlund. Alexandre informou, inicialmente, ter havido uma conversa entre doutorandos sobre como realizar a apresentação. Fez, em seguida, menção às partes introdução e sumário provisório, a objetivos de partes do texto, a cronograma com atualização, a metodologia e a referências. Depois, passou a comentar, mais pormenorizadamente, conteúdos dos capítulos da tese em desenvolvimento, cujo título provisório é “Espaços Marginais e (In)visibilidades na Latinoamérica [sic]: ponderações desde uma epistemologia em linhas abissais”, e cuja versão atual compreende três partes. (Apresenta-se, aqui, um conjunto dos itens do trabalho, com base em texto previamente encaminhado por Alexandre.) A parte I, “considerações sobre os espaços marginais e a racionalidade de um modelo civilizatório (em crise) de desenvolvimento”, compreende os dois primeiros capítulos. O capítulo I, “por uma cartografia dos espaços marginais”, comporta as seções 1.1, “constituição da modernidade urbana: o horizonte da cidade entre espaço e lugar”; 1.2, “do centro a periferia e o periférico das margens”, e 1.3, “(re)produção de espaços marginais pela dinâmica neoliberal”. O capítulo II, “racionalidade de um modelo civilizatório (em crise) de desenvolvimento”, comporta as seções 2.1, “o modelo civilizatório de crise da modernidade: rupturas e transições pós-modernas”; 2.2, “a constituição (simbólica e material) das margens na periferia do sistema mundo”; 2.3, “a racionalidade em crise e a marginalização avançada”, e 2.4, “aproximações e distanciamentos entre o 'não lugar' e o Estado de exceção”. A parte II, “apontamentos sobre a (in)visibilidade dos sujeitos subalternos no contexto latino-americano”, também comporta dois capítulos. O capítulo III, “da constituição da cidadania à periférica cidadania latino-americana”, comporta as seções 3.1, “atores, autores, sujeitos e cidadãos (partindo do eurocentrismo) da classificação social”, 3.2, “o status de cidadão na modernidade periférica, ou de sua ausência”, 3.3, “da ralé estrutural e dos descartáveis do sistema central”, e 3.4, “bricolagem de direitos: a ilusão da cidadania subalterna”. O capítulo IV, “do mundo (in)visível dos sujeitos invisíveis”, comporta as seções 4.1, “quem opera o mundo visível, ou das formas de controle”; 4.2, “das racionalidades e contradições do mundo (in)visível e a produção das vulnerabilidades na latinoamérica [sic]”; e 4.3, “polarização humana e a vulnerabilidade a dinâmica neoliberal: a visibilidade dos modernos constituiria a invisibilidade dos subalternos?”. A parte III, “ponderações sobre as fragilidades epistêmicas da latinoamérica [sic] – caminhando por linhas abissais”, compreende três capítulos. O capítulo V, “fragilidade epistêmica da subalternidade – vazios ou abismos do pensamento”, comporta as seções 5.1, “cultura de controle destitui o lugar/espaço e vê o espaço como ameaça”; 5.2, “em busca da epistemologia das margens: processos de imperfeição e desordem”; e 5.3, “a estigmatização territorial e o aprisionamento simbólico dos invisíveis”. O capítulo VI, “o (des)velar do mito de Sísifo em busca do Garabombo: pela multiplicidade de epistemologias das margens para se pensar outras racionalidades desde o sul”, comporta as seções 6.1, “o cotidiano do espaço marginal: reinvenção dos lugares e do que escapa ao controle”; 6.2, “racionalidades e espiritualidades: da reinvenção do lugar da cultura”; 6.3, “condição periférica no pensamento político: a questão da cidadania num universo de fragilidades”; e 6.4, “em busca de Garabombo ou da necessidade do mito e do símbolo latino-americano”. E o capítulo VII, “por uma cartografia (social) dos espaços marginais ou a guisa de conclusão”, comporta as seções 7.1, “a resistência como negatividade positiva da ação política enquanto devir”; e 7.2, “as vozes dos invisíveis: (entrevistas semiestruturadas como lideranças de movimentos - mapuche, mulheres, luta pela moradia/terra de direitos e outros)”. Alexandre fez menção, também, a pesquisa de campo com uso de entrevistas semiestruturadas, e foram mencionados alguns autores: Jessé Souza (no contexto do conceito de “ralé”), Aníbal Quijano, Arturo Escobar, Gilles Deleuze (no contexto dos conceitos de “cidade real” e “cidade formal”).



8.    Prof. Dimas revelou-se impressionado com a ousadia da proposta, ao considerar o pouco tempo disponível para finalização do doutorado. Disse também ser necessário traçar uma linha mestra, pois por volta de 80% do texto se apresenta como reforço em relação àquela; burilar como que uma racionalidade crítica do desenvolvimento. Mencionou, também, sujeito, crítica do poder, acumulação por espoliação, e a ideia de sujeitos “descartáveis”, na acepção utilizada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman; isso sem falar na parte empírica do trabalho. Disse ser importante refletir mais sobre limites do Direito no contexto dos espaços marginais e de “estado de exceção”, na acepção utilizada pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Fez ainda menção ao romancista e poeta peruano Manuel Scorza, no contexto do livro que, em português, ganhou a versão História de Garabombo, o Invisível (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira). Disse ser importante dar mais densidade à ideia-força da tese. Citou, ainda, o sociólogo português, Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, e Grande Oficial da Ordem de Rio Branco, Boaventura de Sousa Santos, no particular em que este trata da “razão metonímica”. Ponderou, também, haver risco de uma tese extensa ser superficial, e disse ser importante enunciar o problema sem abandonar o Direito, área de formação original de Alexandre.



9.    Profª. Lucia Helena disse achar inviável realizar pesquisa prática nesse estágio do trabalho, e sugeriu dedicar atenção a como trazer a ela as vozes dos sujeitos marginais e a apontar a invisibilidade. Profª Maria do Rosário perguntou se sujeitos de diferentes países seriam considerados. Prof. Dimas disse que isso já implica em outra coisa, e contou uma anedota referente a estratificação social em um país europeu. Profª Maria do Rosário fez referência a status social no Egito, por ocasião de uma viagem que ela fizera ao país africano. Profª Lucia Helena enfatizou a importância de seguir uma linha na tese.



10. Prof. Dimas disse que os dois primeiros capítulos poderiam ser reunidos em um; que seria importante ver se o Direito consegue servir de linha na tese e, em caso positivo, como o consegue. Alexandre disse que não se utiliza mais, no Brasil, o direito penal com foco no autor, sendo mais frequente tratá-lo com base no contexto social do réu. Profª Lucia Helena disse que parece que, no contexto da apresentação, atores e sujeitos estão meio confundidos, e lembrou a acepção de sujeito do filósofo e dramaturgo francês Alain Badiou. Pedro fez menção ao sociólogo francês e sócio-correspondente da Academia Brasileira de Letras Alain Touraine, e a como, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, se têm constituído os direitos. Citou o filósofo, escritor e senador vitalício italiano Norberto Bobbio, em particular sua obra que, em português, foi vertida como A Era dos Direitos (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998), e considerou importante delimitar contextos anterior e posterior a 1988.



11. Prof. Dimas perguntou a Christian seu posicionamento. Christian disse que, a seu ver, a questão é complicada. Prof. Dimas disse que, a seu ver, a tese assume aspecto mais teórico. Perguntou a opinião de Thomaz. Thomaz disse não ver, ainda, com clareza, uma tese. Prof. Dimas disse ser importante buscar sinergias, e propôs fundir os capítulos 3 e 4, e buscar equilíbrio no trabalho. Disse que a estratégia de uma tese é de permanente reestruturação. Profª Lucia Helena disse sentir falta de que mais pessoas falassem.



12. 2.2 Apresentação sobre a tese em desenvolvimento por David Fadul. David disse não haver participado com os demais doutorandos da conversa mencionada por Alexandre. Considerou que o campo ambiental é interdisciplinar, e o problema de como se dá o diálogo em prol de um conhecimento. Disse haver consultado as áreas de formação, e indagou sobre a possibilidade de volta a outros campos, inclusive o dele próprio. Mencionou dois conceitos que creditou ao Prof. José Edmilson de Souza Lima: os de sujeito cognoscente e campo. E, com referência ao segundo, esclareceu que, enquanto o sociólogo francês Pierre Bourdieu nele acentua uma disputa de sentidos, Prof. Edmilson nele reconhece disputa e convivência. Disse planejar que na primeira parte seja apresentado o estado da arte a partir da óptica do campo ambiental. Fez menção ao sujeito cognoscente clássico conforme o concebera o filósofo e matemático francês René Descartes, e indagou sobre como os campos evoluem epigeneticamente. Considerou que, na obra Discours de la Méthode : pour bien conduire la raison, et chercher la verité dans les sciences (Leyde: Ian Maire, 1637), o homem é reconhecidamente distinto dos animais, e mencionou experiências com chimpanzés que, segundo disse, sugerem que estes possuem inteligência. Fez menção também ao médico norte-americano Roger Sperry, que, em conjunto com os também médicos norte-americano David Hubel e sueco Torsten Wiesel, fora agraciado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1988, por pesquisas referentes à separação e a identificação das funções dos hemisférios cerebrais esquerdo e direito. Fez referência às noções de teleologia e teleonomia, creditando-as ao biólogo teuto-americano Ernst Mayr, e também à epigênese do sujeito coletivo. Prof. Dimas mencionou algumas virtudes de Mayr, e fez menção ao livro do filósofo francês de origem grega Cornelius Castoriadis que, em português, recebeu a versão A Instituição Imaginária da Sociedade (São Paulo: Paz e Terra, 2007). Davi citou a frase final do romance do escritor e semiólogo italiano Umberto Eco que, em português, foi vertido como O Nome da Rosa (Rio de Janeiro: Record, 2009): “Stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus.” (Em vernáculo: “A rosa antiga permanece no nome, nada temos além do nome.”) Disse que uma contribuição dos matemáticos alemão Abrahan Frankel e galês Bertrand Russell poderia, embora sem necessidade, ser considerada no contexto em questão. Prof. Dimas indagou sobre como resolver a questão da epigênese do sujeito coletivo. David disse haver tipos de sujeito cognitivo: referenciado ao interior e referenciado ao meio; que campos de conhecimento seriam, por assim dizer, uma espécie de sujeito coletivo; que como os discursos são formados dependem do meio; e que o Direito é um campo e um sujeito coletivo. Pedro ausentou-se. David citou brevemente o filósofo austríaco, naturalizado britânico, Ludwig Wittgenstein. Considerou que as regras são publicizadas ou não o são; que, no Direito, não o são; e que nem o são nos tribunais. Prof. Dimas considerou que o juiz tem um cargo de pessoa. Alexandre fez menção a um determinado juiz brasileiro como exemplo de magistrado que pensa diferentemente dos demais. Davi disse que os juízes, em suas decisões, não se pautam pelo que dizem publicações acadêmicas. Prof. Dimas indagou sobre o que instrui alguns agentes, em particular se o seria a pressão social, e considerou que agentes têm história de vida, visão de mundo. Davi disse acreditar em uma teoria realista do Direito. Prof. Dimas disse que os agentes não necessariamente são neutros. Profª Lucia Helena disse que um trabalho acadêmico tem que ter conexão com a realidade, para não se incorrer em metafísica. Prof. Dimas apresentou preocupações metodológicas, no sentido de criar um mecanismo de mediação para qualificar lógicas, processuais e outras. Citou o biólogo e antropólogo americano Gregory Bateson. Considerou o sujeito coletivo no contexto ambiental, indagando sobre o que leva a determinada postura jurídica, ou, que mecanismo leva à decisão. Davi citou o jurista e filósofo dinamarquês Alf Ross, no contexto do Direito. Naziel mencionou, no contexto da Biologia, pesquisa com andorinhas, relacionando-as a etologia. Prof. Dimas perguntou se a informação se referia ao trabalho do biólogo austríaco Konrad Lorenz, agraciado, em conjunto com os etologistas alemão Karl von Frisch e neerlandês Nikolaas Tinbergen, com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1973, por trabalhos em etologia, comportamento e comunicação animal. Naziel disse que também se referia a Lorenz. Profª Lucia Helena perguntou se Prof. Edilson trabalha com Bourdieu. Prof. Dimas disse não o saber, e fez menção a um artigo. Profª Lucia Helena disse que tentará ajudar. Naziel cumprimentou pela exposição.



13. Prof. Dimas perguntou a Ítalo como trabalhara com Castoriadis, e também a Alexandre. Alexandre informou que, no direito penal chileno, a posição do ministério público, no recinto de julgamento, sugere postura acusatória, de frente para o magistrado, enquanto no direito penal brasileiro, o ministério público posiciona-se ao lado do magistrado, sugerindo, a seu ver, uma postura mais inquisitorial, de matriz espanhola. Prof. Dimas considerou que o sociólogo alemão Niklas Luhman teria aceitação significativa no Direito, e perguntou sobre as razões dessa aceitação. David disse não perceber muita aceitação de Luhman no Direito. Alexandre e David dialogaram um pouco sobre isso. Prof. Dimas disse ver autopoiese em Luhman. Davi explicou seus conceitos de crise e de ruptura. Prof. Dimas perguntou sobre o imaginário. Ítalo disse da barreira da língua, e identificou, no contexto em questão, um problema filosófico: estar-se a falar a partir de uma estrutura teleológica sem contemplar a dimensão axiológica, sem resolver, portanto, o problema da subjetividade humana. Reforçou a manifestação da ideia de que se se quer estudar dimensão teleológica tem-se que estudar também uma axiológica. Perguntou se David conhece o filósofo da ciência austríaco Paul Feyerabend, no particular referente a como o sujeito cognoscente constrói realidade. Afirmou que a teoria evolutiva do naturalista francês Jean-Baptiste de Monet, Cavaleiro de Lamarck, é melhor que a teoria da coevolução para resolver bem a relação entre sujeito e realidade. E considerou, para tanto, serem importantes, senão necessárias, algumas contribuições de filosofia moderna. David agradeceu pela manifestação final referente ao refazimento do calendário.   de maio de 2017.


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